Muitas pessoas podem não enxergar com bons olhos o trabalho voluntário porque não há remuneração, mas esta matéria pode mudar a opinião de boa parte dessas pessoas.
O trabalho voluntário pode ser de ordem social ou profissional e sempre existe o ganho para todas as partes envolvidas. Para ficar mais claro, separei alguns exemplos para os dois tipos de trabalho voluntário:
Como funciona o trabalho voluntário na prática
Alexandre Miyoshi foi voluntário na Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais (Aiesec) e chegou até o cargo de presidência regional da organização. Ele conversou com a Revista Quero e trouxe informações muito valiosas sobre o impacto do trabalho voluntário na vida profissional.
Revista Quero: Quais habilidades você acredita que os voluntários mais desenvolveram durante o processo de voluntariado?
Alexandre Miyoshi: Durante todo o meu tempo de voluntariado trabalhei com pessoas que tinham muito forte a empatia e abertura para novas ideias. As pessoas sempre buscavam ouvir além de apenas escutar, entender realidades diferentes para uma melhor solução ou até mesmo para saciar uma curiosidade. O mais incrível desse meu voluntariado foi trabalhar com o conceito de liderança jovem. É muito comum vermos jovens focados em cenários fúteis ou em cenários de somente reclamar e proclamar uma opinião, mas nunca desenvolver uma solução para as problemáticas do mundo.
Em resumo, as habilidades que se encontram em um serviço voluntário de cara são mente aberta para visão global e diversidade de cultura, empatia para realidades, ambição para sair da zona de conforto e desenvolvimento de propósito. Você vivencia seus valores, paixões e abraça causas mundiais. Desenvolve, em um ambiente desafiador, autoconhecimento, confiança e a capacidade de engajar e empoderar pessoas.
RQB: Você acredita que o voluntariado pode influenciar na conquista de um emprego? Você observou esse movimento na Aiesec?
A.M.: Com certeza sim. Hoje em dia diversas empresas valorizam a pessoa que está sendo contratada e não o currículo apenas, pelo desenvolvimento em si da pessoa na experiência. Na Aiesec esse movimento foi expressivo por se tratar de uma organização com hierarquia definida de empresa, com cargos definidos, responsabilidades, job description, times, demissões, promoções, metas e resultados a serem alcançados. Conforme a pessoa ia crescendo dentro da organização, ela sentia o crescimento de carreira.
RQB: Você recomenda o trabalho voluntário para quem está com dificuldades para conseguir um emprego?
A.M.: Sim. Existe um grande aprendizado na experiência prática. Você sempre vai obter novas visões de mundo, isso pode te ajudar a decidir carreiras, metas, propósitos e até mesmo criar networking.
Não existe experiência na vida que não agregue o conhecimento, e não existe conhecimento que não agregue desenvolvimento profissional e pessoal.
Já Lilian Tomioka participou como voluntária em um evento esportivo internacional, as Olimpíadas de 2016. Pelo relato que ela compartilhou com a Revista Quero, também é possível ter uma ideia de quanto essa experiência é transformadora, assim como a do Alexandre, mesmo em cenários e com durações bem diferentes. Veja:
"É uma experiência fora do comum. Capacita o voluntário de uma forma que te deixa pronto para qualquer eventualidade profissional. Na prática, parece um mini-intercâmbio. Pois você conhece diversas culturas, fala outras línguas, se vira e desvira para fazer acontecer aquilo que te colocaram responsável. Desde saber como se portar diante do primeiro ministro de um país até limpar o chão do local de jogo. Não só pela atividade extra no seu currículo, é uma experiência de curto prazo que faz você sair da sua zona de conforto."
Ficou interessado em ser voluntário? Busque opções na sua cidade! Uma dica é buscar em grupos de Facebook ou pedir informações na Prefeitura Municipal.