O ano é 2018. Representantes de 32 países se reúnem para competirem pelo título de campeão mundial.
As favoritas Austrália, Dinamarca, Alemanha e Islândia apostam em anos de investimento e bom planejamento para superar os adversários. Já o mediano Brasil conta com a evolução dos últimos anos e um sorteio favorável para brigar por uma inesperada classificação para as oitavas de final.
Está achando estranho? Troque os gols e dribles de Neymar, Gabriel Jesus e companhia pelo desempenho da Educação no Brasil e o cenário, infelizmente, será exatamente este.
Aproveitando o sorteio dos grupos da Copa do Mundo que foi realizado nesta sexta-feira (1), a Revista Quero simulou a tabela do torneio até a final para responder a duas perguntas:
Quem seria o campeão da Copa do Mundo da Educação?
Até onde o Brasil chegaria na competição?
E, olha... não existe “Titebilidade” que salve nossa campanha!
A “Copa do Mundo da Educação”
Para realizar a simulação, utilizamos os grupos definidos para o torneio de futebol e os dados do último Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em 2017.
O indicador educacional do levantamento, que é uma das bases para o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), leva em consideração:
- A média de anos de estudo de adultos com 25 anos ou mais;
- A expectativa de anos de estudo para crianças com idade para entrar na escola.
O relatório foi desenvolvido em 2016, com dados de 2015. Os resultados de todos os países estão disponíveis nestes links: Indicador educacional | Média de anos de estudo | Expectativa de escolaridade.
A fase de grupos
O Brasil contava com a sorte na definição das chaves para lutar por uma vaga nas oitavas de final. Com um desempenho educacional medíocre, o país só avançaria de fase se caísse no mesmo grupo de México e um país africano.
Não deu!
Alinhados com um dos favoritos da competição, a Suíça,os brasileiros não só foram eliminados, como terminaram na última colocação do Grupo E:
País (média de anos de estudo / expectativa de anos de escolaridade)
- Suíça (13,4 / 16,0)
- Sérvia (10,8 / 14,4)
- Costa Rica (8,7 / 14,2)
- Brasil (7,8 / 15,2)
Nas demais chaves, chama a atenção a eliminação da Suécia – um dos 10 melhores índices do campeonato – e a classificação de Arábia Saudita e Portugal, beneficiados pelo sorteio.
O mata-mata
No cruzamento da fase final, a distribuição dos países não permitiu
surpresas. A única favorecida pelo chaveamento foi a Rússia, que avançou
até as quartas de final mesmo sem possuir um dos melhores índices do
ranking.
Entre os finalistas, o título ficou com a favorita Austrália, seguida exatamente por Dinamarca e Alemaha, segunda e terceira colocadas da nossa lista, respectivamente.
País (média de anos de estudo / expectativa de anos de escolaridade)
- Campeã: Austrália (13,2 / 20,4)
- Vice-campeã: Dinamarca (12,7 / 19,2)
- Terceiro lugar: Alemanha (13,2 / 17,1)
Tá ruim? Poderia ser bem pior!
Sabe aquela história de que “todo dia é um 7 a 1 diferente”?
Então: se a simulação incluísse as eliminatórias para a Copa do Mundo, Dani Alves, Thiago Silva e Marquinhos já poderiam reforçar o estoque de pipoca em Paris para assistir aos jogos pela TV.
É isso mesmo! O desempenho educacional do Brasil seria insuficiente até mesmo para deixar o país entre os quatro classificados da América do Sul:
País (média de anos de estudo / expectativa de anos de escolaridade)
- Argentina (9,8 / 17,3)
- Chile (9,9 / 16,3)
- Uruguai (8,6 / 15,5)
- Venezuela (9,4 / 14,3)
- Brasil (7,8 / 15,2)
- Peru (9,0 / 13,4)
- Equador (8,3 / 14,0)
- Bolívia (8,2 / 13,8)
- Colômbia (7,6 / 13,6)
- Paraguai ( 8,1 / 12,3)
Com a quinta colocação, nossa seleção enfrentaria a Nova Zelândia na repescagem por uma vaga. E... bom... 7 a 1 foi bem pouco!
País (média de anos de estudo / expectativa de anos de escolaridade)
- Brasil (7,8 / 15,2)
- Nova Zelândia (12,5 / 19,2)
E, como nada está tão ruim que não possa piorar, sabe quem melhor equilibra os resultados no futebol e o desempenho na educação? Pois é...
A Alemanha, tetracampeã mundial de futebol, registra a média de 13,2 anos de estudo, com a expectativa de 17,1 anos de escolaridade.
*Para o índice da Inglaterra, foram considerados os resultados do Reino Unido
(Artes: Laís Palma / Revista Quero)