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Atualidades: Pobreza menstrual

Geografia - Manual do Enem
Bruno Barros Publicado por Bruno Barros
 -  Última atualização: 27/9/2022

Índice

Introdução

O que é pobreza menstrual?

A pobreza menstrual pode ser definida pela falta de recursos básicos (absorventes, sabonetes, água, entre outros), infraestrutura adequada (banheiros bem conservados, saneamento básico, coleta de lixo) e conhecimento (quebra de preconceito sobre o tema) para que pessoas que menstruam possam cuidar de sua menstruação. Vale destacar que além de meninas e mulheres, homens transexuais também menstruam.

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Quais são as causas da pobreza menstrual?

As causas da pobreza menstrual tem a ver com a desigualdade social, uma vez que as pessoas mais atingidas por esse problema são as que não têm recursos financeiros para comprar os itens de higiene, não têm acesso a infraestrutura adequada para cuidar devidamente da sua menstruação ou não têm acesso a informações sobre o tema.

A pobreza menstrual também tem relação com a desigualdade de gênero. Embora seja um problema antigo, a questão ganhou destaque no debate público apenas recentemente, talvez por ser um problema que não atinge homens cisgênero, que, geralmente, são privilegiados em uma sociedade patriarcal. A falta de informação sobre o tema faz com que a situação se torne ainda pior.

Quais impactos a pobreza menstrual pode ter?

Impactos na saúde íntima: a falta de cuidados com a menstruação pode causar alergia e irritação da pele e mucosas, infecções urogenitais (como a cistite e a candidíase) e até uma condição conhecida como Síndrome do Choque Tóxico, que pode levar à morte. Por isso a necessidade de acesso tanto a recursos, quanto a infraestrutura adequada para lidar com a devida higiene da menstruação.

Impactos sociais: Sem infraestrutura e itens básicos de higiene, meninas faltam a escola e deixam de participar de atividades de socialização. Algumas mulheres também deixam de ir trabalhar em seu período menstrual. Portanto, há o impacto direto na educação e na economia. Em muitos casos elas precisam abandonar o emprego e a escola devido à falta de recursos para lidar com o período menstrual.

Impactos psicológicos: a falta de conhecimento e informação reforçam certos tabus em torno da do período menstrual, tendo como consequência diversos tipos de preconceito. Muitas mulheres têm vergonha de ir ao médico e desconhecem o funcionamento do próprio corpo. A menstruação também pode causar desconfortos, insegurança e estresse, contribuindo, assim, para aumentar a discriminação que meninas e mulheres sofrem. A situação afeta o bem-estar, desenvolvimento e oportunidades para as meninas, já que elas temem vazamento do sangue, perdem atividades de lazer e deixam de praticar exercícios físicos. Isso pode afetar a concentração e produtividade.

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Pobreza menstrual nas escolas

Devido à pobreza menstrual, muitas meninas em idade escolar faltam a escola durante o seu período menstrual. Assim, elas deixam de assistir as aulas, reduzindo suas oportunidades de aprendizagem nesse período. Visto que a menstruação é recorrente, a situação se repete durante toda a sua vida escolar, com grande impacto no seu aprendizado. 

Quando as pessoas faltam na escola durante a menstruação, o processo de aprendizagem e a qualificação profissional ficam comprometidos, gerando consequências para o presente e para o futuro dessa parcela da população, o que pode levar à evasão escolar.

A ausência das meninas nas unidades escolares durante o período menstrual também tem grande impacto no seu rendimento escolar. Essa situação muitas vezes as leva a abandonar os estudos em determinado momento de sua vida. Uma outra situação tem a ver com a fase inicial do período menstrual. em meninas mais novas os ciclos costumam ser irregulares, o que pode provocar um fluxo de sangue inesperado, manchando a roupa e também tornando adolescentes alvo de piadas e preconceito.

Podemos citar também, a falta de infraestrutura das escolas públicas brasileiras. Em boa parte das escolas, não existe infraestrutura de higiene suficiente para atender as necessidades básicas de pessoas que menstruam (como banheiros sem condições de uso, sem pias ou lavatórios, papel higiênico e sabão).

Pobreza menstrual nas penitenciárias

Diversas penitenciárias não oferecem estrutura adequada no módulo de saúde, que deveria garantir a saúde individual e coletiva no local. Muitas mulheres nesta situação não têm acesso a um kit de higiene adequado, com a quantidade recomendada de absorventes para usar ao longo de um dia. Elas acabam recorrendo ao uso de materiais que não são apropriados para conter o fluxo menstrual, como panos, restos de jornal, papel higiênico e até miolo de pão, correndo o risco de doenças e infecções.

Como combater a pobreza menstrual?

Várias medidas podem ser tomadas para combater a pobreza menstrual. Boa parte destas ações devem ser implementadas pelo Governo por meio de políticas públicas. Entre essas ações estão: 

  • investimento em infraestrutura nas escolas para a devida adequação para os cuidados higiênicos (banheiro e itens de higiene); 
  • distribuição de absorventes e itens básicos de higiene para a população mais carente, inclusive nas escolas públicas;
  • investimento em aulas de educação sexual para que crianças e adolescentes possam ter acesso a informação sobre a menstruação; 
  • campanhas de conscientização para ensinar a população em geral sobre o funcionamento do ciclo menstrual, diminuindo o tabu e o preconceito sobre o assunto.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
Enem - 2013

TEXTO I

Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança.

Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos (1839) apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotasi – Revista de Estudos Literários. Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998.

TEXTO II

As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas.

MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor (1878). Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado).

A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a)

A submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.
B acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
C ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
D proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte.
E valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança.
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