Nascido em Atenas entre os anos de 471 a.C e 468 a.C, Sócrates figura entre os principais filósofos Clássicos e é considerado o fundador de preceitos básicos da filosofia Ocidental. Influenciado por Anaxágoras, em seus primeiros trabalhos, Sócrates desenvolveu ideias sobre a alma humana e a essência da natureza.
A filosofia socrática é tão importante, que a filosofia grega clássica é dividida em pré-socrática, socrática e pós-socrática.
A filosofia pré-socrática é marcada pela preocupação com a origem do mundo e com o desenvolvimento de explicações racionais para substituir os mitos.
No período socrático, a filosofia buscou entender as formas de organização política, além de questões relacionadas à sociedade e ao indivíduo.
No período pós-socrático, a filosofia ampliou suas discussões e passou a tratar de temas variados, como o materialismo, o determinismo e a liberdade.
Sócrates não deixou trabalhos escritos, o conhecimento de suas principais ideias foi preservado graças aos escritos de seus principais discípulos: Platão e Xenofontes. Sócrates é um dos principais personagens dos diálogos escritos por Platão.
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Sócrates era um exímio orador e propagava suas lições e pensamentos através do diálogo, desenvolvido também por seu discípulo Platão. O poder de oratória foi responsável por aproximar os jovens da filosofia socrática.
Em suas reflexões, o filósofo afirmava a existência de verdades universais, que, por sua vez, eram válidas para qualquer indivíduo, independentemente do tempo e espaço. Para encontrar a verdade, entendia-se que era preciso que o indivíduo refletisse sobre ela.
No entanto, antes de empreender na busca pela verdade, o homem precisaria conhecer a si mesmo, suas falhas e defeitos, só assim seria possível reconhecer sua ignorância e, a partir daí, conduzir sua caminhada em busca da verdade. Esse primeiro método filosófico é chamado de ironia.
A ironia representa nesse modelo socrático o constante questionamento e a refutação. A jornada em busca da verdade é resumida pela clássica frase “Conhece-te a ti mesmo”.
Na segunda fase, Sócrates propôs o uso da maiêutica. O filósofo pedia ao seu interlocutor no diálogo que apresentasse vários exemplos do assunto que estava sendo discutido. Sócrates, então, buscava encontrar quais eram as características comuns a todos esses exemplos. A maiêutica é, portanto, a análise sucessiva de respostas em busca da verdade.
Ao usar a técnica da maiêutica Sócrates pressupunha que a verdade estava contida em todos os homens, mas nem sempre era acessada, pois o homem encontrava-se imerso em uma falsa realidade, cheia de falsas ideias e de métodos inadequados. Só a transposição desses obstáculos é que seria capaz de garantir ao homem o acesso às verdades universais.
A chegada ao conhecimento verdadeiro e universal, atingida após o uso da refutação e da maiêutica, é chamada por Sócrates de virtude.
O modelo de filosofia e de busca pelo conhecimento é chamado de Método Socrático. O método tem a intenção de promover a construção do conhecimento e não somente a transmissão de ideias. Os alunos e discípulos deveriam fazer parte e ter papel ativo na construção do conhecimento.
Sócrates desenvolveu a troca de conhecimento através do diálogo e uso de duas etapas, a ironia e a maiêutica. Esse modelo é o Método Socrático que ainda hoje é utilizado pela humanidade como forma de adquirir o conhecimento de forma autônoma e crítica, formando indivíduos participantes e responsáveis por sua própria formação.
A autonomia dos alunos, a busca constante pelo conhecimento, os questionamentos, as refutações, as ironias e a oratória socrática atraíram uma série de jovens atenienses em busca dos ensinamentos dos filósofos.
Os métodos de ensinamentos socráticos não agradaram à elite grega. Acusado de corromper a juventude e de perturbar a ordem vigente, Sócrates foi condenado à morte. O filósofo morreu em 399 a.C. após ingerir cicuta.
A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois