A perífrase é uma figura de linguagem da língua portuguesa, sendo comum em textos literários, poemas, músicas e outros gêneros textuais que são menos rígidos em forma e linguagem.
Ela é usada quando temos um apelido ou alcunha para algum objeto ou lugar, que acaba sendo bem conhecido no senso comum. Assim, a perífrase é um modo de não falarmos diretamente o nome de alguma coisa.
Uma curiosidade legal de sabermos é que a palavra perífrase originou-se no grego periphrazein, que significa “falar em círculos”, o que diz muito sobre a função dessa figura de linguagem, já que ela fala o nome de algo a partir de outras palavras, de modo a transmitir a mesma ideia de um modo diferente.
É importante que a gente preste atenção em relação à diferença entre a perífrase e a antonomásia, pois elas são figuras de linguagem muito parecidas, mas cujo uso é um pouco diferente.
A perífrase é usada geralmente com vários elementos, como objetos, lugares, animais, etc. Já a antonomásia é usada com a mesma função da perífrase (como um apelido), mas em relação a pessoas, principalmente a celebridades.
Assim, temos o raciocínio: toda antonomásia é um tipo de perífrase, mas nem toda perífrase é uma antonomásia, já que apenas teremos essa segunda figura de linguagem quando estivermos falando de pessoas.
Vamos ver alguns exemplos para essa diferença ficar mais clara:
Às vezes, podemos acabar confundindo a perífrase (e mesmo a antonomásia) com a metonímia, que é outro tipo de figura de linguagem. O importante para não confundirmos essas três é sabermos que, na metonímia, teremos o emprego de um termo no lugar do outro, existindo afinidade entre ambas as palavras ou expressões. Isso pode ocorrer com alguns tipos de relação, como: parte pelo todo, marca pelo produto, conteúdo pelo continente, etc. Assim, sempre teremos uma relação muito próxima entre essas palavras.
Já na perífrase, acabamos usando-a de modo a propor maior clareza com a adoção de termos parecidos, falando apelidos conhecidos sobre animais, lugares e objetos.
O "gilete" dos tablets
Num mundo capitalista como este em que vivemos, onde as empresas concorrem para posicionar suas marcas e fixar logotipos e slogans na cabeça dos consumidores, a síndrome do "Gillette" pode ser decisiva para a perpetuação de um produto. É isso que preocupa a concorrência do iPad, tablet da Apple.
Assim como a marca de lâminas de barbear tornou-se sinônimo de toda a categoria de barbeadores, eclipsando o nome das marcas que ofereciam produtos similares, o mesmo pode estar acontecendo com o tablet lançado por Steve Jobs. O maior temor do mercado é que as pessoas passem a se referir aos tablets como "iPad" em geral, dizendo "iPad da Samsumg" ou "iPad da Motorola", e assim por diante. (http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-edgard/o-gilete-dos-tablets-260395-1.asp)
No campo da estilística, a figura de linguagem abordada na matéria acima recebe o nome de