Pierre Bourdieu nasceu em 1º de agosto de 1930, na cidade francesa de Denguin, e faleceu em 2002 em Paris, capital francesa. Ele foi considerado um dos maiores e mais influente sociólogos do século XX.
O autor é referência na Antropologia e Sociologia. Publicou obras sobre educação, política, cultura e artes.
As obras do francês pertencem à corrente do construtivismo estruturalista. O autor defende que o mundo social é construído a partir de de estruturas objetivas e socialmente construídas, que por sua vez, são responsáveis por coagir a ação dos indivíduos.
A partir dessa visão, Bourdieu estuda de que maneira os indivíduos incorporam, reproduzem e legitimam a estrutura social a que pertencem ou da qual fazem parte. Para Bourdieu, o mundo social é construído a partir de três pilares: o habitus, o campo e o capital.
Em suas obras, Bourdieu criou também o conceito de “sociologia da sociologia”, no qual elabora uma série de críticas à busca pelo conhecimento e formação dos sociólogos.
Para o autor, era preciso que o sociólogo fizesse críticas e reflexões constantes sobre seus objetos de estudo, objetivos e formação.
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Bourdieu entende a sociedade como sistema de privilégios e poder hierarquicamente organizado. Para explicar as lutas e detenção de poder simbólicos travados no sistema social, o francês desenvolve os conceitos de campo, capital e habitus:
É o espaço simbólico em que as representações dos confrontos pelo poder tem suas representações legitimadas.
Em outras palavras, campo são os espaços, os nichos onde ocorrem as atividades humanas e nos quais acontecem as lutas pela detenção de poder simbólico. Os conflitos e lutas geram por sua vez, valores que são aceitos pelo senso comum.
O capital representa a quantidade de força simbólica acumuladas pelos indivíduos no interior dos campos.
O conceito de capital divide-se em capital econômico, que é a quantidade de dinheiro, renda, imóveis e bens materiais acumulado pelos indivíduos. Capital social são as relações interpessoais construídas pelos indivíduos e que geralmente, tendem a ser baseadas em benefícios. Por fim, o capital cultural é o acúmulo de saberes e conhecimentos reconhecidos através de diplomas ou títulos acadêmicos.
O acúmulo de capitais determina dentro de uma sociedade quais são os indivíduos com mais privilégios e poder social.
Conjunto de capitais e capacidade dos indivíduos em incorporar os capitais de determinada estrutura social.
Os conceitos desenvolvidos por Bourdieu permitem que a sociedade possa ser entendida a partir da violência e das lutas simbólicas na tentativa de adquirir capital. Os conceitos também explicam a dominação imposta através dos estilos de vida.
Por serem relações complexas, a teoria de Bourdieu é capaz de explicar a dificuldade de alteração de padrões sociais e a ascensão de grupos marginalizados.
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Ao utilizar o conceito de capital, Bourdieu considera que o gosto por alimentos, música, obras de arte e literatura não é uma questão individual. Bourdieu analisa a produção do gosto da partir da estrutura de transmissão cultural.
De acordo com Bourdieu as instituições responsáveis pela transmissão cultural e construção do gosto são a escola e a família. Ambas as instituições são as principais responsáveis pela incorporação do capital cultural e social e a perpetuação e produção de gostos relacionados ao meio social em que o indivíduo vive.
A escola é também um local onde ocorre a transferência de capitais. O capital econômico acumulado pela família e transformado em capital cultural e social. Os diferentes capitais e gostos alimentados pelas famílias marca a diferença e desigualdade social entre os diferentes indivíduos frequentadores dos espaços escolares.
O sistema escolar para Bourdieu é portanto, um local de acentuação das diferenças e desigualdades sociais, uma vez que nem todos os indivíduos possuem capital econômico suficiente para investir na construção de capital cultural e social dos filhos.
A escola também é considerada como uma instituição que inferioriza e desconsidera as expressões culturais populares e informais. A escola é, portanto, ambiente de violência simbólica ao excluir determinadas expressões culturais e, consequentemente, uma determinada parcela da sociedade.
Embora o acesso a educação seja obrigatório em diversos países, algumas parcelas da sociedade não se veem representadas ou respeitadas no ambiente escolar.
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Para Pierre Bourdieu, a escola é um espaço de produção de capital cultural, com diversos agentes e valores sociais envolvidos nesse processo. As opções a seguir consideram a escola a partir do quadro conceitual oferecido pelo sociólogo, à exceção de uma. Assinale–a.