O ceticismo é uma corrente filosófica que questiona a possibilidade do conhecimento absoluto, defendendo que as percepções e razões humanas são frequentemente enganosas. Por exemplo, céticos como Pirro de Elis argumentam que devemos suspender o julgamento para alcançar a tranquilidade.
O ceticismo propõe um constante estado de dúvida, defendendo a hipótese de que não é possível chegar a uma conclusão definitiva sobre a verdade ou um conhecimento específico. Sendo assim, é uma corrente filosófica que se opõe a crenças, opiniões e pensamentos assumidos pelo senso comum como verdades, bem como rejeita dogmas, fenômenos religiosos ou metafísicos.
Essa doutrina foi fundada pelo filósofo grego Pirro de Élis, que não deixou nenhum registro escrito sobre suas convicções, mas teve suas ideias propagadas pelos discípulos que o procederam, como Tímon de Fliunte e Sexto Empírico.
Segundo os pressupostos céticos, a ideia de felicidade está atrelada a aceitar os contextos como eles são, sem a tentativa de julgar os acontecimentos e emitir opiniões sobre eles. Para Pirro, a verdade absoluta é inatingível, e portanto, a busca por conclusões definitivas e inquestionáveis é apenas perda de tempo e fonte de inquietação e frustração.
O filósofo supõe que, somente atingindo esse estado neutro sobre as questões pertinentes à existência humana, chamado de afasia, é que se alcançaria a paz interior capaz de gerar felicidade. Essa ausência de perturbações e inquietações da mente é denominada ataraxia e representa a serena felicidade, conquistada a partir do domínio ou da extinção de paixões, desejos e inclinações sensórias.
O movimento defendido pelos céticos de suspender o julgamento sobre as coisas é chamado de epoché, que significa "colocar entre parênteses" e representa a atitude de não aceitar nem negar uma determinada proposição ou juízo.
Dessa forma, o ceticismo se opõe diretamente ao dogmatismo, que, por sua vez, admite que o conhecimento humano é apto à obtenção de verdades de caráter incontestável. Os adeptos do ceticismo refutam essa premissa, sujeitando todas as supostas verdades ao questionamento e à abstenção de julgamentos.
Assim, o termo "cético" é atualmente utilizado para se referir a pessoas que apresentam uma postura incrédula, duvidando das circunstâncias diversas que se associam às questões e conhecimentos humanos.
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Como já citado, o filósofo considerado o "pai" do ceticismo, também denominado pirronismo, foi Pirro de Élis, um pintor que começou a ter contato com a filosofia por meio das obras de Demócrito.
Pirro acompanhou o rei Alexandre Magno em suas expedições pelo Oriente, nas quais teve contato com diferentes culturas, costumes, doutrinas e o misticismo de pensadores das regiões da Índia e Pérsia, o que fez o filósofo começar a questionar suas próprias convicções.
Nesse contexto, Pirro percebeu que as noções de bom e ruim, justo e injusto, certo e errado, eram diferentes para cada civilização, e com isso, desenvolveu uma postura questionadora perante a vida, que resultou em sua teoria de que não existe verdade absoluta.
Como ele não deixou registros escritos de seu trabalho, seus pensamentos foram divulgados por meio das obras de seus discípulos, principalmente os escritos de Tímon de Fliunte. Outros pensadores também difundiram o ceticismo, como Carnéades e Sexto Empírico, considerado a maior autoridade do ceticismo grego.
Outros nomes do ceticismo antigo que se destacam são Enesidemo, Agripa e Antíoco de Laodicéia, filósofos que retomaram os conceitos céticos depois de Pirro. Já na Idade Moderna, no período do Renascimento e da Revolução Francesa, a doutrina foi recuperada pelos filósofos Montaigne e David Hume, se expandindo com a “Nova Academia”.
Os adeptos do ceticismo defendem que não existe a verdade absoluta sobre nada, sendo a renúncia de qualquer certeza a condição para a felicidade. Entre os pressupostos do ceticismo, estão:
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Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto, e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade, que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.
O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por: