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O que foi o Renascimento? Veja resumo

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 14/11/2024

Introdução

O Renascimento foi um movimento cultural que ocorreu na Europa entre os séculos XIV e XVI. Ele marcou a transição da Idade Média para a Idade Moderna. É considerado um movimento de transição porque conservou características da Idade Média ao mesmo tempo em que procurou estabelecer novos paradigmas e romper com a tradição medieval.

Embora tenha se manifestado, sobretudo, no campo cultural, o Renascimento teve impacto sobre a política, economia, religião e mentalidade da sociedade europeia. O movimento renascentista recebeu esse nome posteriormente, em razão da valorização da Antiguidade Clássica - em especial a cultura greco-romana -, uma de suas principais características.

Dessa forma, devemos entender o Renascimento como um processo que deu início a uma nova fase da História, e não uma ruptura radical com o período anterior.

Em outras palavras, o Renascimento foi um período de revigoramento cultural e intelectual na Europa, entre os séculos XIV e XVII, marcado pelo redescobrimento e pela inspiração nas artes, ciência e filosofia da Antiguidade Clássica.

Originário da Itália, destacou-se pela valorização do humanismo, o florescimento das artes visuais (com figuras como Leonardo da Vinci e Michelangelo) e avanços significativos em diversos campos do conhecimento, pavimentando o caminho para a modernidade.

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Índice

O que foi o período Renascentista?

O período do Renascimento foi o momento entre os séculos XIV e XVI, a passagem da Idade Média para a Moderna, em que se organizou o desenvolvimento cultural, artístico, científico, político e a mudança do pensamento europeu, tendo como base a retomada dos conhecimentos clássicos, desenvolvidos e disseminados por gregos e romanos. 

O Renascimento representou uma importante mudança do pensamento medievo, influenciado pela igreja e dogmas católicos e a partir do século XV, foi pouco a pouco dando lugar a crença na ciência e a valorização da racionalidade humana acima dos dogmas religiosos.

O movimento não quebra total e completamente com o modelo de pensamento anterior, mas propõe uma gradual mudança na forma de pensar e agir do homem moderno.

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A origem do Renascimento 

O Renascimento surgiu em um momento em que o pensamento católico medieval estava sendo questionado e a necessidade por explicações racionais e filosóficas estimulava a busca por respostas e uma nova maneira de encarar o mundo.

O renascimento surge quando os pensadores dos séculos XV e XVI, retomam o conhecimento dos greco-romanos, que renasce na passagem da Idade Média para a Moderna, daí o nome do período que faz referência ao renascer da racionalidade, do humanismo e do antropocentrismo dos antigos.

As cidades italianas, dentre elas Florença, Veneza e Gênova, são o berço do movimento, por conta das riquezas acumuladas pela burguesia comercial e nobreza e, no decorrer dos séculos XIV e XVI, espalha-se para Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica e outras regiões europeias.

Contexto histórico do Renascentismo

O período da Baixa Idade Média, que se estendeu dos séculos XI ao XV, foi marcado por um renascimento urbano e pelo declínio da sociedade feudal na Europa.

O feudalismo, predominante durante a Alta Idade Média, começou a entrar em crise, entre outros motivos, pela dinamização do comércio nas cidades.

O crescimento da atividade comercial, por sua vez, guarda relação com as Cruzadas - expedições de caráter religioso, militar e econômico, ocorridas entre os séculos XI e XIII que, entre outros objetivos, visavam recuperar o domínio cristão sobre Jerusalém.

As Cruzadas causaram profundos efeitos econômicos, abrindo novas rotas comerciais e recuperando o domínio ocidental sobre antigos territórios, contribuindo com a recuperação comercial vivida pela Europa.

Esse processo resultou no Renascimento, um movimento cultural muito influenciado pela Antiguidade Clássica e que marcava uma nova maneira com que a sociedade europeia passou a ver o papel do homem no mundo.

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Características do Renascentismo

Confira a seguir as principais características atribuídas ao Renascimento:

Desenvolvimento cultural e artístico

A produção artística e cultural é a principal marca do Renascimento. Grandes artistas, como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael, manifestaram o ideal renascentista em pinturas, esculturas e afrescos, além de desenvolverem estudos em diversas áreas do conhecimento.

Novas técnicas foram introduzidas, como as noções de perspectiva e profundidade, a utilização de estudos de anatomia para produção artística, e também uma nova forma de retratar o homem, que passou a ocupar espaço central na arte renascentista. No campo da literatura, nomes como Dante Alighieri, William Shakespeare e Miguel de Cervantes estiveram entre os mais notáveis do período.

Desenvolvimento científico

Estudiosos como Nicolau Copérnico, Galileu Galielei e Giordano Bruno promoveram avanços significativos nas ciências naturais, inclusive alguns que desafiavam dogmas religiosos e provocaram uma série de conflitos com a Igreja Católica.

Antropocentrismo

Inspirado no Humanismo - doutrina filosófica que valoriza o ser humano -, é caracterizado por uma mudança de perspectiva, na qual o homem é considerado o centro da criação divina e, consequentemente, do mundo.

Apesar de ser oposta ao teocentrismo, que colocava Deus como centro de todas as coisas, o antropocentrismo ainda enxerga uma ligação importante entre o ser humano e Deus. Marca, na verdade, o surgimento de uma nova relação entre sociedade e religião;

Racionalismo

É durante o Renascimento que ganha força o racionalismo, a crença de que o conhecimento e a verdade sobre o mundo poderiam ser alcançados através da razão, se desvencilhando de explicações que atribuíam todas as coisas à vontade divina.

Auge na Itália

O desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo e a intensa atividade cultural fizeram com que as cidades da Península Itálica (onde hoje está a Itália, mas à época dividida em várias repúblicas e reinos) fossem o berço do Renascimento.

Membros da burguesia, de famílias nobres e até mesmo da Igreja gastavam muitos recursos financiando artistas renascentistas, ficando conhecidos como mecenas. Posteriormente, em especial no século XVI, o movimento se espalhou para outros países da Europa.

Ascensão da burguesia

O renascimento comercial e urbano, a abertura de novas rotas comerciais entre Ocidente e Oriente, e o crescimento do comércio nas cidades europeias promoveram a ascensão da burguesia, que se tornaria um ator político importante na sociedade europeia durante a Modernidade.

“Escola de Atenas”, pintada durante o Renascimento por Raphael. A Antiguidade Clássica foi uma das principais inspirações do período renascentista.

“Escola de Atenas”, pintada durante o Renascimento por Raphael. A Antiguidade Clássica foi uma das principais inspirações do período renascentista.

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Conheça as principais obras renascentistas

Os renascentistas desenvolveram obras nos mais diversos campos do  conhecimento. Abaixo estão listadas algumas importantes obras de alguns campos.

Pintura

  • O homem vitruviano - Leonardo da Vinci, 1490;
  • A última ceia - Leonardo da Vinci, 1498;
  • Mona Lisa - Leonardo da Vinci, 1503;
  • A criação de Adão - Michelangelo, 1511;
  • Teto da Capela Sistina - Michelangelo, 1512;
  • Escola de Atenas - Rafael Sanzio, 1509.

Escultura

  • Pietà - Michelangelo, 1499;
  • David - Michelangelo, 1504;
  • São Jorge - Donatello, 1416;
  • Judith e Holofernes - Donatello, 1453.

Arquitetura

  • Cúpula de Santa Maria del Fiore - Filippo Brunelleschi, 1419;
  • Capela Pazzi - Filippo Brunelleschi, 1430.

Literatura

  • Divina Comédia - Dante Alighieri, 1320;
  • Romeu e Julieta - Willian Shakespeare, 1591;
  • Hamlet - Willian Shakespeare, 1603;
  • Dom Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes, 1605.

Grandes artistas renascentistas

Grandes nomes se destacam entre os mais importantes do renascimento e certamente você já ouviu falar ou viu alguma obra de algum dos artistas citados abaixo.

  • Leonardo da Vinci - pintor, escultor, cientista e engenheiro italiano;
  • Michelangelo Buonarroti - pintor, escultor, poeta e anatomista italiano;
  • Rafael Sanzio - pintor e arquiteto italiano;
  • Donatello - escultor italiano;
  • Sandro Botticelli - pintor italiano;
  • Giorgio Vasari - pintor e arquiteto italiano;
  • Filippo Brunelleschi - escultor italiano;
  • Jan van Eyck - pintor belga;
  • Hieronymus Bosch - pintor holandês;
  • Sá de Miranda - poeta português;
  • Antônio Ferreira - poeta e escritor português;
  • Miguel de Cervantes - escritor e romancista espanhol;
  • El Greco - pintor, escultor e arquiteto grego.

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Resumo sobre o período renascentista

O período renascentista foi o momento da história entre os séculos XIV e XVI, momento da transição da Idade Média para a Moderna, em que o modelo de pensamento, artes, escultura, escrita foi gradualmente se alterando a partir da retomada das referências greco-romanas.

O renascimento, embora tenha se espalhado por toda Europa, deu seus primeiros passos nas cidades italianas de Florença, Gênova e Veneza, por conta do enriquecimento burguês a partir das trocas comerciais efetuadas nas regiões dos mares Mediterrâneo, Trento e Adriático.

Dentre suas principais características e em oposição ao pensamento medieval, o renascimento valorizava a racionalidade e o antropocentrismo, colocando o indivíduo acima dos dogmas católicos.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2012

Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado))

Em “O Príncipe”, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao

A valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
B rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
C afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
D romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
E redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.
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