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Reformas Religiosas: aprenda o que e quais foram e os motivos

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 25/7/2024

Introdução

A Reforma Religiosa, também conhecida como Reforma Protestante, foi um movimento religioso e social que teve início no século XVI na Europa Ocidental, e que resultou em profundas mudanças na Igreja Cristã e na sociedade em geral.

Esse movimento foi liderado por figuras como Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zuínglio e outros reformadores, e teve um impacto duradouro na história, resultando na divisão da cristandade ocidental em várias denominações.

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Índice

O que foram as reformas religiosas

As reformas religiosas foram movimentos que ocorreram durante o século XVI na Europa. Provocaram a dispersão da população - que antes estava reunida apenas na Igreja Católica - para outras religiões, também cristãs, mas que não se submetiam mais aos dogmas católicos e à autoridade do papa.

Dessa forma, quando falamos em reformas religiosas estamos nos referindo tanto à Reforma Protestante, caracterizada por diversos movimentos que questionaram a Igreja Católica, quanto à Contrarreforma, movimento organizado pela própria Igreja Católica para conter o avanço da Reforma Protestante.

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Contextualização

O século XVI se iniciou na Europa ainda sob influência do Renascimento, um movimento cultural que buscou resgatar valores da Antiguidade Clássica e se opor ao período medieval.

Dentre as principais características do Renascimento europeu estava o humanismo, uma nova concepção filosófica marcada pelo antropocentrismo. Isto é, o humanismo colocava o ser humano como principal criação divina.

Desse modo, o humano acabou ocupando um lugar central no mundo, e isso marcou uma nova relação do homem moderno com a religião.

Em conjunto a isso, houve a valorização do racionalismo, ou seja, a busca do conhecimento pelo uso da razão e da reflexão. Esse processo impactou, de muitas maneiras, a sociedade moderna. Na esfera religiosa, também foi responsável por influenciar a Reforma Protestante.

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Reforma Protestante

No início do século XVI, a Igreja Católica havia intensificado algumas ações que eram amplamente criticadas, inclusive por membros do clero, mas também por nobres e camponeses.

A principal delas era o oferecimento de indulgências (remissão de pecados) a quem doasse qualquer quantia para a Igreja.

Luteranismo

Em 1517, um monge germânico chamado Martinho Lutero, que já havia feito pregações contra a venda de indulgências, escreveu 95 teses críticas à Igreja e as pregou na porta da Catedral de Wittenberg, cidade do Sacro Império Romano-Germânico, onde hoje está localizada a Alemanha.

 Essas teses rapidamente se espalharam e ganharam a adesão de muitas pessoas, chegando também ao conhecimento do Papa Leão X. Isso provocou um conflito entre Lutero e a Igreja. Como resultado do conflito, Lutero acabou excomungado em 1521. Contudo, suas teses já haviam conquistado muitos adeptos.

Entre a nobreza germânica, Lutero ganhou apoio como forma de contestar o poder da Igreja Católica. Já entre os camponeses, as teses também conquistaram apoio e influenciaram o surgimento de movimentos que reivindicavam a divisão das terras.

Lutero, por sua vez, para não perder o apoio dos nobres que lhe garantiram proteção em relação à Igreja, optou por condenar os movimentos camponeses que se inspiravam em suas ideias.

Já excomungado da Igreja Católica, Lutero funda uma nova religião, que ficaria conhecida como Luterana. Entre suas principais características podemos destacar:

  • Salvação pela fé: ao contrário do que ocorria com a venda de indulgências, o luteranismo acreditava que a salvação era fruto da fé das pessoas;
  • Livre interpretação da Bíblia: antes da Reforma Protestante, a Bíblia era conhecida apenas em latim. Com a reforma, passou a ser traduzida para outros idiomas, já que Lutero defendia que cada cristão deveria ler e interpretá-la livremente, o que permitiria, também, um contato direto com Deus;
  • Tradução dos cultos: assim como a Bíblia, as missas católicas eram rezadas apenas em latim. Com a Reforma, os cultos protestantes também aconteciam em outros idiomas.

Além dessas características, podemos citar, ainda, a não adoração de imagens e santos e a condenação do celibato.

 A Reforma Protestante, contudo, não ficou restrita à região da Alemanha e ao luteranismo. Outros movimentos e religiões surgiram nesse momento na Europa, compartilhando ideais semelhantes.

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Calvinismo

João Calvino foi um líder religioso francês que viveu grande parte de sua vida na Suíça, onde, a exemplo de Lutero, defendeu transformações na Igreja Católica.

A partir de suas ideias, surge uma nova religião, conhecida como calvinismo, ainda que Calvino se opusesse a esse termo.

Uma das principais diferenças entre o calvinismo e o luteranismo é que a doutrina de João Calvino acreditava na predestinação, ou seja, a crença de que as pessoas já estavam predestinadas a serem salvas ou condenadas por Deus.

Dessa forma, seria possível identificar alguns sinais de que uma determinada pessoa era “predestinada”, como, por exemplo, a riqueza material.

O calvinismo não ficou restrito à Suíça, influenciando protestantes em outros países, como França e Inglaterra.

Anglicanismo

A Inglaterra também passou por um processo de Reforma e ruptura com a Igreja Católica, dando origem ao anglicanismo.

O caso inglês se constituiu de forma diferente, tendo sido liderado pelo próprio rei, Henrique VIII.

Almejando se divorciar de sua então esposa, Catarina de Aragão, sob a justificativa de que ela não havia tido nenhum filho homem, Henrique VIII rompe com a Igreja Católica através do Ato de Supremacia, de 1534.

Com esse ato, o monarca passou também à condição de líder religioso supremo da Inglaterra, se desligando da autoridade papal. Dessa forma, o rei deu origem ao anglicanismo, religião majoritária na Inglaterra até os dias de hoje.

A ruptura com a Igreja Católica também teve fins econômicos, já que a coroa e a nobreza inglesas reivindicaram terras que pertenciam à Igreja de Roma.

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Contrarreforma: por que a Igreja Católica fez a Contra-reforma?

A Igreja Católica, contudo, não acompanhou passivamente o movimento de Reformas que se propagava pela Europa.

Embora já tivesse atravessado outros períodos de contestação, os movimentos reformistas romperam a unidade cristã na Europa, o que ameaçou o poder da Igreja Romana.

Para combater a Reforma Protestante, estabeleceu-se o Concílio de Trento (1545-1563), liderado pelo Papa Paulo III, para reafirmar a crença nos dogmas católicos e elaborar as diretrizes que a Igreja seguiria a partir de então.

Esse processo ficaria conhecido como Contrarreforma, por se opor ao movimento protestante iniciado em 1517 por Martinho Lutero.

Dentre os principais pontos estabelecidos pela Contrarreforma, podemos destacar:

  • Reforço do Tribunal da Santa Inquisição (ou do Santo Ofício): a Inquisição tinha por objetivo julgar e condenar os hereges, ou seja, àqueles que não respeitavam os dogmas católicos. Entre suas ações mais famosas, o Tribunal do Santo Ofício julgou e puniu filósofos, cientistas e estudiosos, como Galileu Galilei e Giordano Bruno.
  • Apoio à Companhia de Jesus: ordem religiosa responsável, principalmente, pela conversão ao catolicismo dos povos nativos que viviam nas Américas. Dessa forma, a Igreja procurava catequizar os indígenas e conquistar novos fiéis.
     
  • Index Librorum Prohibitorum: do latim “Índice de Livros Proibidos”, era um índice - ou lista - de livros e obras proibidos pela Igreja, o que dificultava sua circulação por serem considerados heréticos, ou seja, que se opunham aos dogmas católicos.

Reforma Religiosa: Martinho Lutero

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
FUVEST/2005

Depois que a Bíblia foi traduzida para o inglês, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga, capaz de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus onipotente e que entendiam o que Ele dizia.
 

Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679)

A ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização dos fiéis.
B alude à atitude do papado, o qual, por causa da Reforma, instou os leigos a que não deixassem de ler a Bíblia.
C elogia a decisão dos reis Carlos I e Jaime I, ao permitir que seus súditos escolhessem entre as várias igrejas.
D ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico.
E critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas igrejas protestantes.
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