A Reforma Protestante foi o movimento religioso que ocorreu na Europa no Século XVI. Esse movimento surgiu a partir das inúmeras insatisfações de um determinado grupo de pessoas com a Igreja Católica e teve como um de seus principais líderes o até então monge católico Martinho Lutero.
A Reforma foi responsável por transformações no pensamento religioso do período, rompendo com o domínio absoluto do catolicismo no continente europeu. Os reformistas posicionaram-se, entre outras coisas, contra a venda de indulgências pelo clérigo e ao poder papal. Além disso, manteve profundas relações com questões políticas da época.
A reforma religiosa teve impactos sociais, políticos e econômicos relevantes em algumas regiões da Europa, dentre elas, podemos destacar a Alemanha, Suíça, Inglaterra e regiões do Sacro Império Romano Germânico, é por esse motivo que as religiões protestantes criadas a partir do século XVI se espalharam com mais força por essas regiões.
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A Reforma Protestante foi o movimento religioso que marcou as relações de dominação e estabilidade de poder que a Igreja Católica mantinha na Europa do século XVI. No momento da Reforma religiosa, atitudes tomadas pela igreja católica eram questionadas por membros da instituição, incluindo o então monge Martinho Lutero.
Dentre os questionamentos levantados por Lutero e outros religiosos descontentes com as práticas católicas, podem ser destacados o incômodo gerado pela participação de líderes da igreja nas decisões políticas e administrativas dos reinos e a teoria do direito divino dos reis, usada pelos monarcas para garantirem o poder e a continuidade das práticas absolutistas.
A burguesia comercial também apontava críticas aos ideais e ações da igreja católica. A contrariedade e condenação da igreja católica ao empréstimo de dinheiro a altos juros, ao acúmulo de bens e busca pelo lucro, incomodava os burgueses, que conduziam seus negócios e aumentavam seus lucros a partir das práticas condenadas pela igreja. Por isso, para a burguesia, as práticas da igreja estavam impactando e prejudicando diretamente os negócios pessoais.
Burgueses e membros da igreja não eram os únicos a tecer críticas contra o poder e domínio da igreja católica. A população também demonstrava sinais de descontentamento por conta do pagamento de altíssimos impostos que ajudavam a manter o modo de vida dos membros da igreja católica.
A reforma protestante teve início com o descontentamento de vários grupos sociais com práticas, ações e posicionamentos da igreja católica. Abaixo, serão citadas e brevemente explicadas algumas causas que levaram ao início do movimento reformista e a criação das religiões protestantes.
De maneira geral, a reforma protestante questionava os dogmas da igreja católica e a forma pelas quais esses dogmas eram disseminados e tratados por membros dos mais diversos níveis hierárquicos dentro da própria igreja católica. Os protestantes questionavam também os abusos de poder político, as intervenções diretas e indiretas nos governos monárquicos e as formas de arrecadação financeira com a venda de relíquias religiosas e indulgências.
A reforma protestante teve seu estopim em 1517 na cidade de Wittemberg, Alemanha. Nesse ano, o monge Martinho Lutero se deparou com a venda de indulgências feitas pelo monge dominicano Tetzel.
Após a publicação das suas 95 teses, Lutero recebeu apoio de vários religiosos e governadores europeus e os ideais reformistas se espalharam para Suíça, França, Países Baixos, Inglaterra, Hungria e Leste Europeu.
O alemão Martinho Lutero foi quem deu início a Reforma Protestante e influenciou boa parte dos reformistas citados abaixo:
Busto de João Calvino.
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A Reforma Protestante ocorreu em um momento de transformações nas relações de poder estabelecidas na Idade Média, durante a transição do sistema feudal para o capitalismo. Essa transição foi marcada por uma intensa desigualdade social e forte efervescência política e social, com numerosas revoltas espalhadas pela Europa e com grande insatisfação da população. Nesse período, a descentralização política, a limitação dos poderes dos imperadores e a formação dos Estados Nacionais constituíram um cenário propício para o aumento da tensão entre a Igreja e o Estado.
Os anos que antecederam a Reforma Protestante foram marcados pelos atritos entre monarcas e representantes da Igreja e entre os próprios clérigos. A crise na Igreja gerou uma quantidade significativa de movimento opositores que foram duramente reprimidos inicialmente.
Antecederam à Reforma Protestante, por exemplo, movimentos chamados “pré-reformadores”, como o liderado por João Wycliff, e que tinham por objetivo combater o que consideravam ser irregularidades nas práticas da Igreja.
As insatisfações vinham de muitas partes e possuíam diferentes razões. Por um lado, os monarcas, fortalecidos pela consolidação dos Estados Nacionais, passaram a desejar reter os impostos feudais, que iam diretamente para o Papa, em Roma. Além disso, os camponeses demonstravam cada vez maior descontentamento com a enorme riqueza da Igreja, mantida às custas do trabalho da população, enquanto essa enfrentava a pobreza e a miséria.
A burguesia, classe social que se formava e consolidava nesse momento, também encontrou problemas em relação à Igreja, uma vez que práticas como a “usura” (cobrança de juros em empréstimos) e o acúmulo de capital, eram considerados pecado pelos clérigos.
O monge alemão Martinho Lutero foi o primeiro membro da igreja que, após os descontentamentos com as práticas católicas, iniciou um movimento que culminou na reforma religiosa e na criação de igrejas protestantes.
Martinho Lutero - monge agostiniano e professor de Teologia - é considerado o membro da Igreja Católica precursor da Reforma Protestante. Suas principais críticas eram voltadas para a vendas de indulgências (fiéis pagavam dízimos à Igreja em troca do perdão pelos seus pecados).
Em 1517, quando um grupo de clérigos foi vender indulgências em Wittemberg, Lutero fixou na porta da Igreja da cidade as chamadas 95 teses - 95 tópicos que criticavam a Igreja e o próprio Papa - e que convidavam seus alunos a debater as questões que tanto incomodavam a Igreja naquele momento. Alguns desses alunos resolveram copiar as teses e lê-las para a população nas ruas.
Três anos depois, o então Papa, Leão X, redigiu uma “Bula Papal” exigindo que Lutero se retratasse. Lutero, entretanto, queimou o documento em praça pública. Dessa forma, em 1521, em assembleia convocada pelo Imperador Carlos V, Lutero foi considerado herege pelas autoridades. Imediatamente viajou para a Alemanha onde foi acolhido no castelo de Wartburg. Nesse momento, as ideias de Lutero já se espalharam pela Alemanha e logo chegariam a outras regiões do continente europeu. Na Alemanha, Lutero se dedicou a traduzir a Bíblia para o idioma alemão e a escrever as teses de uma nova religião.
Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, em 10 de novembro de 1483. Em 1501, Lutero matriculou-se nos cursos de filosofia e direito, a pedido de sua mãe, na universidade de Erfurt.
Em 1505 Lutero ingressou na Ordem Agostiniana de Frankfurt e dedicou-se aos estudos teológicos para cumprir uma promessa religiosa. Em 1507, o alemão foi ordenado padre e no ano seguinte, começou a dar aulas na universidade de Wittenberg.
Lutero dedicou-se às atividades católicas até 1521 quando foi afastado e exigido dele que revogasse e negasse suas 95 teses em Worms, na presença do imperador Carlos V. No entanto, Lutero não cedeu e, afastado do catolicismo, se dedicou ao combate dos problemas que apontou existirem na igreja católica e na criação das igrejas protestantes.
Em 1517, após se deparar com o comércio de indulgências, promovido pelo monge dominicano Tetzel, Martinho Lutero, já bastante incomodado com as práticas utilizadas pela igreja para ganhar dinheiro,decide publicar na porta da igreja do castelo de Wittenberg, um documento com 95 teses em que Lutero condenava a venda de indulgências e outras práticas promovidas pelos membros da igreja católica para ganhar dinheiro, demonstrar poder e influenciar diretamente nas decisões políticas.
Abaixo estão apresentadas algumas das teses fixadas na porta por Lutero e que condenam diretamente a venda de indulgências:
95 teses de Lutero gravadas na porta da igreja de Wittenberg.
Em 1517, após o incômodo com a venda de indulgências por padres e membros da igreja, bem como a venda de relíquias e outros métodos usados pela igreja católica para arrecadar dinheiro, Martinho Lutero, monge alemão, fixou na igreja do castelo de Wittenberg, suas 95 teses, documento em que apresentava críticas às práticas católicas.
Em pouco tempo, as ideias de Lutero se disseminaram pelos países europeus e encontraram espaço para se desenvolverem em meio a uma série de fiéis e governantes também insatisfeitos com a igreja católica. A expansão das ideias protestantes logo culminou na alteração dos preceitos e práticas incômodas e deu origem às igrejas reformistas ou protestantes.
O nome protestantes, dado a membros de igrejas luteranas, calvinistas, presbiterianas, batistas e anglicanas, vem por conta dos protestos que ocorreram durante o século XVI. Nos protestos, os fiéis, líderes políticos e alguns membros da igreja, protestaram contra a venda de indulgências, o poder político exercido pela igreja católica, as maneiras de obtenção de dinheiro e o afastamento das práticas e preceitos bíblicos.
Em 1530, Melanchthon, discípulo de Lutero, redigiu os princípios e fundamentou a doutrina Luterana. Houve grande movimentação na Europa a partir das teses protestantes de Lutero, dando origem a diversas guerras religiosas. Essas guerras só chegaram ao fim quando em 1555 foi determinada a chamada “Paz de Augsburgo”, onde cada governante de dentro do Sacro Império passou a poder optar pela sua própria religião e dos seus respectivos súditos.
A religião protestante chegou a países como Noruega, Islândia, Suécia e Dinamarca. Inúmeros reformadores surgiram nesses países, com maior grau de radicalidade, inclusive, como foi o caso da Suíça.
Alguns dos princípios fundamentais do protestantismo eram: a fidelidade às Escrituras e seu conteúdo, a salvação somente em Cristo (o que se opunha à venda de indulgências), a salvação somente pela graça divina e pela fé, a glória dada somente a Deus (e não a outros santos católicos, por exemplo).
O mais conhecido seguidor de Lutero foi o francês João Calvino, responsável pela criação de um sistema mais completo teológico protestante e por dar início à construção das Igrejas Reformadas e Presbiterianas. Em “Instituição da religião cristã”, Calvino ampliou a doutrina luterana, determinando a proibição de imagens e sacerdotes paramentados nas igrejas. O Calvinismo rapidamente se expandiu por toda a Europa.
Abaixo está um breve resumo e a ordem cronológica dos movimentos que marcaram a Revolta protestante do século XVI:
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Nos começos do século XVI teve início a Reforma Religiosa, com a atuação de Martinho Lutero, monge agostiniano, então em Wittenberg. Sobre as causas desse movimento, é correto afirmar:
I – Os reformados tiveram apoio da burguesia, desejosa de firmar sua atividade capitalista de obter lucros, limitados pela Igreja e indicativos de pecado.
II – Um sentimento nacionalista surgira na Alemanha e Norte da Europa, passando o papa a ser visto como um estrangeiro a interferir em assuntos internos.
III – Em matéria de religião ocorreu o abuso de setores do clero, com a exploração das “relíquias sagradas” e venda de indulgências.
IV – O documento inicial que desencadeou a Reforma Luterana foi a Declaração de Augsburgo, redigida por Felipe Melanchton.
V – Ao tempo do início da Reforma Luterana era papa Júlio II, mecenas do Renascimento e que interpretou o ato de rebeldia de Lutero como uma simples querela de agostinianos contra dominicanos.
Estão corretas: