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Indulgências: o que eram, venda e significado

História do Brasil - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 27/6/2023

Índice

Introdução

Normalmente, ouve-se falar das indulgências no período da Idade Média. A História, no geral, aborda a venda de indulgências como a venda do perdão dos pecados e como a principal causa do movimento de reformas religiosas feito pelo monge Martinho Lutero. O texto abaixo, vai apresentar a definição de indulgências e discutir brevemente seu surgimento, função e venda.

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O que eram as indulgências?    

O termo indulgência vem do latim e tem origem na palavra indulgentia, que significa perdão para uma pena, perdão para uma falha, bondade. Em termos sociais, um indivíduo indulgente seria aquele que é capaz de agir com bondade e tolerância em relação às ações e particularidades de outros, além de perdoar as diferenças.

Para o catolicismo, o termo indulgência significa a remissão total ou parcial dos pecados cometidos pelo indivíduo, que, arrependido da ação, deve confessar e assim, receber o perdão e misericórdia da igreja. A indulgência, por sua vez,  é uma maneira que os pecadores tem para reparar os males que são consequência dos pecados cometidos. Para se alcançar a indulgência é preciso confessar o pecado.

O Manual das Indulgências publicado pelo Vaticano em 1967, após o Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965 define que:

Indulgência é a remissão diante de Deus, da pena temporal devida, pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja,a qual, como dispensadora, da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos.”

Durante a Idade Média a igreja católica, por conta do poder político e econômico que possuía, passou a vender as indulgências. Ou seja, o perdão era vendido a todos aqueles que estivessem dispostos a pagar por ele. Martinho Lutero, sacerdote da igreja católica, opunha-se à venda de indulgências,  uniu suas insatisfações com as práticas católicas e liderou a Reforma Protestante, responsável entre outras coisas, pela criação das religiões protestantes.

Bíblia

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Como as indulgências surgiram?    

Fontes historiográficas ligadas a documentos oficiais da igreja, apontam que as primeiras indulgências foram citadas entre os séculos X e XIII. Nesse período, as indulgências eram usadas para estimular o perdão aqueles que se juntavam às Cruzadas ou que combatiam inimigos da fé cristã e hereges. Ou seja, o perdão era dado aos indivíduos que cometessem pecados ao combater, inclusive usando violência, aqueles que não partilhavam da mesma fé católica.

Existem, no entanto, outras fontes e documentos oficiais que apontam a existência de indulgências desde o século III. O perdão em forma de indulgência era dado aos fiéis como forma de reduzir ou minimizar penitências muito longas ou rigorosoas. Entre os séculos III e X, muitas indulgências estavam ligadas ao pagamento de donativosperegrinaçõespenitências e caridade.

Diante do poder e da influência socialpolítica e econômica que a igreja conquistou durante a Idade Média, a venda de indulgências, tornou-se uma forma aumentar ganhos financeiros e garantir a manutenção de seu poder simbólico e influência diante da comunidade. A venda de indulgências tornou-se comum e garantia aos fiéis a salvação de seus pecados e consequências a partir do pagamento, já para a igreja, garantiu o acúmulo de bens e dinheiro.

Para que serviam as indulgências?    

Para a doutrina católica as indulgências serviam como reparação e remissão total ou parcial  das consequências dos pecados e atos cometidos e  que não estivessem em conformidade com as determinações católicas. Para que houvesse remissão, era necessário que, primeiramente, o pecador arrependido, confessasse. O pecado seria perdoado pelo Sacramento da Confissão e os males por ele causados, seriam remitidos através da realização de indulgências. Portanto, era esse o caminho que deveria ser seguido pelo fiel para que pudesse ter seus pecados perdoados .

Quando o fiel cometia pecados muito graves, as boas ações deveriam se repetir por um período maior de tempo. Alguns sacerdotes e membros da igreja, a fim de facilitar e monetizar o processo, passaram a vender indulgências aos fiéis, que pagavam os mais variados valores, dependendo das ações e consequências que desejavam que fossem perdoadas e da situação social em que se encontravam.

A venda de indulgências transformou-se em um comércio que colaborou, principalmente durante os anos da baixa Idade Média, para o acúmulo de bensdinheiro e terras pela igreja católica. O comércio foi também um dos responsáveis pelo afastamento dos fiéis das doutrinas pregadas e defendidas pelos católicos. Em caso de pecado, os fiéis simplesmente poderiam comprar o perdão pelas consequências ruins de seus atos, sem que necessariamente precisassem se arrepender de fato do que causaram.

Cabe ressaltar que nem sempre historiadores e membros da igreja definem indulgências da mesma forma. Para os membros da igreja, a indulgência é a remissão de uma pena, é preciso que o pecador se confesse, receba o perdão e então, atue para que haja remissão. Historiadores, por sua vez, muitas vezes definem a indulgência como o perdão total dos pecados cometidos, sem levar em consideração as consequências causadas pelo pecado.

Castelo Medieval

Como as indulgências eram vendidas?    

As indulgências vendidas pelos membros da igreja católica tinham seu valor calculado, primeiramente, com base na posição social ocupada pelo pecador, em seguida, a gravidade do pecado tinha seu valor incluído na conta. Ou seja, quanto maior a posição social do pecador e mais grave seu pecado e suas consequências, maior o valor seria cobrado pela indulgência.

Caso os pecadores não possuíssem grandes quantidades de dinheiro, os valores determinados para a salvação poderiam ser pagos com terrasbens materiais, jóias, objetos de valor, utensílios, roupastecidos e até mesmo animais e alimentos. 

A promessa dos sacerdotes e membros responsáveis pela venda de indulgências é que os pecadores teriam sua salvação divina garantida mediante pagamento. Sendo assim, o pecador, não necessariamente precisaria cumprir com os mandamentos e dogmas da igreja, uma vez que, bastava pagar para ter acesso ao perdão.

A venda de indulgências foi um dos mecanismos criados pela igreja católica para manter e consolidar suas influências políticas e sociais e para garantir o enriquecimento, a posse de bens e terras de alguns membros da instituição. Foi também a venda de indulgências a responsável pelo descontentamento de membros da igreja católica, entre eles, Martinho Lutero, que liderou a Reforma Protestante.

Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante

Exemplos de indulgência    

Dentre os exemplos de Indulgência, é possível citar, em primeiro lugar as Indulgências plenárias, que são bênção e absolvições coletivas, sem que haja necessidade das confissões individuais. No entanto, para obter a indulgência plenária, é necessário que os fiéis cumpram três condições:

  • Confissão dos pecados;
  • Comunhão;
  • Orações pelas intenções do Papa.

Para alcançar a indulgência e suprir a pena temporal, a Igreja católica recomenda, no Manual das Indulgências de 1967, 70 concessões, que podem ser recomendadas pelo sacerdote para se alcançar a indulgência. Dentre elas estão:

  • Renovação das promessas do batismo;
  • Visita pastoral;
  • Visita à igreja paroquial;
  • Doações e realização de obras de caridade;
  • Orações;
  • Culto aos santos;
  • Práticas de sacramentos.

O que eram simonias?    

As simonias são definidas como o ato de vender favores divinosbençãoscargos eclesiásticosrelíquias sagradas e concessão de privilégios nos meios eclesiásticos. As simonias poderiam envolver dinheiro ou troca de favores entre membros da elite e os membros do clero. Principalmente durante a Idade Média, a igreja católica fazia a venda de bênçãos e cargos para membros da elite que disputavam altos cargos na igreja. A venda dos cargos, por sua vez, garantia a manutenção do poder e dominação.

Conclusão

A partir da definição da igreja, é possível compreender que as indulgências estão ligadas às ações necessárias para que os fiéis possam ter a remissão das consequências dos atos gerados por seus pecados, ou seja, a confissão é um dos elementos necessários para que se alcancem as indulgências. 

Embora muitas vezes historiadores e eclesiásticos entendam os desdobramentos da definição e as implicações sociais das indulgências, principalmente na sociedade medieval, de forma distinta, é importante ressaltar que as duas visões são necessárias para que se compreenda melhor o que, de fato, são as indulgências e os impactos que a venda das mesmas causou na Europa do século XVI.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UNIR/RO

Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, marcando o início da Reforma Protestante. Abaixo são apresentadas as teses 05, 27 e 28.

05. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

(Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/034/34tc_lutero.htm. Acesso em 23/10/2009.)

Tomando por base o texto acima, pode-se afirmar que a crítica que Lutero faz à Igreja Católica está direcionada à:

A prática da simonia.
B intervenção do papa nos assuntos do Sacro Império.
C proibição da tradução da Bíblia para o alemão.
D venda de indulgências.
E adoção pelo papa do nicolaísmo.
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