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Idade Média: o que foi e como terminou

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 1/12/2024

Introdução

A Idade Média é um período de aproximadamente mil anos da história ocidental, que se inicia no século V, com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e termina no século XV, com a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, em 1453.

Nos séculos seguintes, a Idade Média foi alvo de uma série de interpretações pelas sociedades que a sucederam, recebendo algumas denominações pejorativas, como a de “Idade das Trevas”

castelo em estilo medieval

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Índice

Entenda o que foi e como terminou a Idade Média

A Idade Média foi um período histórico marcado por uma organização social predominantemente feudal, onde o poder estava nas mãos de senhores feudais e da Igreja. A economia era baseada na agricultura, e a sociedade era dividida em estamentos.

A cultura medieval foi fortemente influenciada pelo cristianismo, e a arte e a arquitetura deste período incluíam estilos como o românico e o gótico. A Idade Média também foi um tempo de desenvolvimento de instituições educacionais, como as universidades, e de eventos significativos como as Cruzadas.

Como foi o fim da Idade Média?

O fim da Idade Média, no final do século XV, foi marcado por eventos transformadores como a Queda de Constantinopla em 1453, que impulsionou as explorações marítimas.

O Renascimento revitalizou o interesse pelas artes e ciências clássicas, enquanto a invenção da imprensa por Gutenberg revolucionou a disseminação de informações. 

O declínio do feudalismo, acelerado por crises econômicas e pandemias como a Peste Negra, e o crescimento do comércio e das cidades fortaleceram as bases para a Europa Moderna.

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As divisões da Idade Média

Ilustração de castelo da Idade Média

Para simplificar a compreensão sobre a Idade Média, os historiadores costumam dividi-la em dois períodos principais: a Alta Idade Média, que vai do século V ao século X; e Baixa Idade Média, que vai do século X ao século XV.

Alta Idade Média

De maneira geral, a Alta Idade Média é caracterizada pelas invasões bárbaras ao Império Romano, que provocaram sua fragmentação política e territorial. Os constantes conflitos provocaram o declínio das cidades e o crescente povoamento de áreas rurais que dariam origem, alguns séculos depois, aos feudos.

Esse processo resultou em novos modelos de sociedade, no fim de uma estrutura política centralizada, e no fortalecimento da Igreja Católica, que era uma grande proprietária de terras.

Baixa Idade Média

A Baixa Idade Média, por sua vez, se estendeu dos séculos XI ao XV, e representou o período de decadência da sociedade feudal na Europa Ocidental.

Nesse momento, há um renascimento urbano, ou seja, das cidades, baseado principalmente no crescimento comercial e marcado pela ascensão da burguesia, camada social ligada ao comércio. É também um período de centralização política, consolidado pelo enfraquecimento dos feudos e pela formação dos Estados nacionais.

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Os principais acontecimentos da Idade Média

Representação da Idade Média

A Idade Média, que durou aproximadamente do século V ao XV, é um período complexo e diversificado na história europeia, marcado por transformações significativas em muitos aspectos da vida social, política, religiosa e cultural.

As invasões bárbaras

As mudanças na Europa se iniciam, principalmente, à partir da crise do Império Romano e das invasões bárbaras. O termo bárbaro era utilizado genericamente para denominar povos, em geral de características tribais e quase nômades, que não compartilhavam a cultura greco-romana. Essa denominação incluía, por exemplo, povos germânicos como os godos, vândalos, francos, entre outros.

Alguns desses bárbaros estabeleceram acordos com o Império e chegaram a lutar pelo exército romano como mercenários, ou seja, mediante pagamento, estabelecendo um contato relativamente pacífico. A presença dos bárbaros em regiões do Império proporcionou, inclusive, um intercâmbio cultural nas áreas de contato entre os povos, fazendo com que bárbaros e romanos incorporassem elementos culturais uns dos outros.

A convivência entre bárbaros e romanos, contudo, também apresentou conflitos. Em algumas regiões, as tribos que se estabeleceram não eram aceitas por oficiais do Império. O avanço dos hunos, vindos da Ásia, sobre a Europa, ao mesmo tempo em que levou germânicos e romanos a lutarem juntos em certas oportunidades, também acirrou conflitos entre eles, e até internamente entre as tribos bárbaras. Gradualmente essas tribos se estabeleceram no território antes dominado pelo Império que, já em crise, não conseguiu reagir e manter sua unidade.

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O feudalismo

Os sucessivos confrontos e invasões provocaram crises econômicas e amedrontaram a população das cidades, que buscou refúgio e meios de subsistência no campo. Esse êxodo urbano foi um dos responsáveis para o estabelecimento - à partir do século IX - do feudalismo, sistema político, econômico e social que vigorou em diversas regiões da Europa durante a Idade Média.

Esse sistema se caracterizava pela descentralização política, pela concentração da vida social e econômica em áreas rurais, os feudos, por uma sociedade estamental, e pelo declínio das cidades e do comércio.

O feudalismo viveu seu auge durante a Alta Idade Média, entre os séculos IX e XI e, como possuía como característica a descentralização política, se manifestou com especificidades em cada região que surgiu.

As relações feudais eram baseadas na doação de terras de um suserano (grande proprietário de terras) a outros membros da nobreza. Os que recebiam as terras se tornavam vassalos, e estabeleciam uma relação de fidelidade e dependência com o suserano. Essas terras, por sua vez, baseavam sua produção no trabalho servil.

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Os francos

Durante a Alta Idade Média, os francos foram um dos principais povos a se consolidarem na Europa Ocidental, na região da Gália (onde hoje está localizada parte do território a França). A dinastia Merovíngia consolidou sua ocupação na região a partir de Clóvis, durante os séculos V e VI.

Além do poder militar, sua conversão ao cristianismo garantiu a Clóvis o apoio da Igreja e dos camponeses. O período merovíngio durou até o século VIII, abalado por sucessivos conflitos e disputas pelo poder.

Carlos Martel, que ocupou o cargo de “Prefeito do Palácio” durante o período merovíngio, um dos mais importantes dentre a nobreza franca, liderou a vitória sobre os árabes na Batalha de Poitiers, em 732, e ganhou influência sobre os francos e apoio da Igreja. Seu filho, Pepino, o Breve, aproveitando-se da reputação do pai e do apoio que havia conquistado, toma o poder e consolida a dinastia Carolíngia, que governaria os francos até 843.

O principal líder carolíngio foi Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, declarado imperador dos romanos pelo Papa Leão III, ainda que seu império não fosse o mesmo da Antiguidade. Durante seu reinado, Carlos Magno tentou expandir o cristianismo pela Europa, mas as disputas entre seus netos provocaram a fragmentação do Império Carolíngio e impediram a unificação do continente.

Dentro desse quadro geral, podemos sintetizar as principais transformações iniciadas pelas invasões bárbaras ao Império Romano em alguns pontos principais:

  • A queda do Império Romano do Ocidente, que resultou na descentralização política da Europa, com o surgimento de diversos reinos bárbaros;
  • O surgimento das relações feudais e da produção baseada na servidão;
  • A ascensão da Igreja Católica como força política e social daquele período.

Cabe ressaltar que essas transformações foram um processo, ou seja, possuem pontos de ruptura e continuidade. Algumas tradições romanas se perpetuaram, ao passo que outras foram substituídas por costumes bárbaros.

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Esse artigo foi revisado por Natália Cruz
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem pós-graduação em História da Arte pelo Claretiano e em História e Cultura afro-brasileira. Atualmente, é professora de História do COC Paulínia.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2011

“Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.”

    DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com:

A o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
B a migração de camponeses e artesãos.
C a expansão dos parques industriais e fabris.
D o aumento do número de castelos e feudos.
E a contenção das epidemias e doenças.
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