Esse é um ponto importante: da leitura de obras filosóficas, tornou-se popular o uso da razão nas obras do Classicismo. Os artistas passaram a tentar explicar sentimentos humanos, como o amor, por meio de pensamentos racionais.
Um exemplo disso é o filme “Para sempre Cinderela”, de 1998, que se passa durante o Renascimento. Nele, ainda há a história romântica do encontro entre Cinderela e o príncipe, mas a fada madrinha já não é mais uma senhora com poderes mágicos, e sim o próprio Leonardo da Vinci, pintor do Classicismo, que estava passando por ali com seus quadros e resolve ajudar a moça. É o uso da razão em meio a um contexto sentimental e mágico.
O Classicismo ficou marcado como um movimento que utilizava as ideias da Antiguidade acerca do equilíbrio e da harmonia das formas. Perceba como a estátua abaixo é toda simétrica. Esse é o ideal apolíneo da Antiguidade, resgatado pelo Renascimento.
Davi, de Michelangelo
Na arte, artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci traziam o antropocentrismo para suas obras. Mostravam como o ser humano - e não uma divindade etérea e autoritária - era o parâmetro para a perfeição.
Eles seguiam a ideia aristotélica de mimese: imitação do ser humano e mimetização dessa figura nas obras artísticas.
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Oposição à Idade Média
Na Idade Média, os seres humanos eram mostrados como seres que passavam por diversos sofrimentos e dores. Eram imagens que estavam sempre ajoelhadas, pedindo perdão perante uma divindade.
O Classicismo rompe com esse padrão e busca mostrar a felicidade terrena dos seres humanos e como eles podem alcançá-la por meio do esforço individual – uma ideia que vinha diretamente da burguesia, classe social que emergia através do ganho de dinheiro e poder político com as atividades mercantis.
Este movimento foi, comumente, feito por jovens, filhos de comerciantes – burgueses –, patrocinados por mecenas, burgueses ricos e poderosos que patrocinavam a arte.
Também foram resgatadas as figuras dos deuses pagãos, adorados pelos gregos e romanos, mas vistos como pecado pela Igreja medieval.
Uma das obras mais famosas é “O Nascimento de Vênus”, de Botticelli, que mostra a chegada de Afrodite ao mundo, junto com seres místicos, como as ninfas.
O Nascimento de Vênus, de Botticelli