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O que é teocentrismo? Veja conceito e resumo

Filosofia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 4/9/2024

Introdução

A palavra teocentrismo vem do grego theos, que significa Deus, e kentron, que significa centro. A influência do teocentrismo se estendeu por vários campos, moldando o modo como as pessoas compreendiam sua relação com o mundo natural, com a sociedade e com o divino.

Na arte, por exemplo, temas religiosos eram predominantes, refletindo a centralidade de Deus na vida cotidiana e na concepção de mundo das pessoas. Na ciência, buscava-se entender o universo como uma manifestação da vontade divina, o que, por vezes, limitava a investigação científica baseada em observação e experimentação.

Vidro de Igreja, arte TeocêntricaVidro de Igreja, arte Teocêntrica  

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Índice

O que é a teoria do teocentrismo?

A doutrina ou filosofia teocêntrica considera Deus como o centro de todo Universo, responsável pela criação do mundo e de todas as coisas nele existentes. A filosofia teocêntrica foi a base da cultura e modo de vida medieval.

Na visão teocêntrica, o direito divino era considerado superior a qualquer tipo de crença ou racionalidade. Qualquer pensamento que não fosse baseado nos preceitos da Bíblia era considerado pecaminoso e incorreto. As ideias científicas e empiristas sofreram grandes críticas por membros da igreja e seguidores do teocentrismo.

Em oposição ao pensamento teocêntrico surgiu a corrente de pensamento antropocentrista, que dá foco ao ser humano, o considerando ser dotado de inteligência e capaz de fazer suas próprias escolhas e mudar o mundo ao seu redor.

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Características do teocentrismo

A filosofia teocêntrica apresenta as seguintes características:

  • Poder total e absoluto exercido pela religião.
  • Deus considerado como centro do universo, criador e responsável por todas as coisas existentes.
  • Negação dos pensamentos científicos e da filosofia racional.

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Teocentrismo na Idade Média

Durante a Idade Média, período que foi de 476 a 1492, a visão teocêntrica foi dominante em toda a Europa, pois os reis e monarcas tinham uma forte e direta ligação com a Igreja.

Os reis justificavam seus poderes e gastos como escolha divina, por isso deveriam ocupar posições de liderança e garantir a ordem entre os não escolhidos. A religião era frequentemente utilizada para justificar todo tipo de ação governamental.

Além de exercer influência sobre as monarquias, a Igreja ditava as regras referentes ao comportamento das pessoas, o que deveria ser lido, quais práticas eram consideradas corretas e aceitas.

Todos aqueles que se desviavam dos caminhos e doutrinas teocêntricas eram considerados subversivos, taxados de bruxos, hereges e pecadores.

A influência da Igreja na Idade Média, foi estremecida com o surgimento de pensamentos antropocêntricos e renascentistas. Deus e a Igreja perderam lugar de destaque, as monarquias se enfraqueceram, o direito divino foi questionado e o homem passou a ter destaque, como centros do pensamento, ciências e acontecimentos.

Antropocentrismo

Ao contrário do teocentrismo, no antropocentrismo, a centralidade está no ser humano. Todo universo passa a ser pensado, avaliado e reavaliado a partir da visão e percepção racional humana.

Boa parte dos cientistas da Idade Média desenvolvia pesquisas com a finalidade de derrubar os conceitos teocêntricos e a influência dessa doutrina nos demais aspectos da vida.

Uma das teorias antropocêntricas mais complexas é a do heliocentrismo de Copérnico, que refuta o modelo geocêntrico ao afirmar que o Sol encontra-se no centro do sistema solar e a Terra, gira em torno dele.

Além do heliocentrismo, no momento de crise e enfraquecimento da Idade Média e da igreja, muitos já nutriam desejos de mudança cultural e econômica. Nesse contexto, tiveram início as grandes navegações, desenvolvimento e fortalecimento do comércio e surgimento da burguesia.

A religião enfrentava a Reforma Protestante de Lutero, que questionava várias ações e comportamentos da Igreja Católica, como a venda de indulgências e títulos eclesiásticos.

Na cultura, a mudança de pensamento e atitude levou ao fortalecimento do renascimento cultural e do humanismo renascentista italiano.

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Humanismo Italiano

O humanismo italiano surge no século XV, na Itália. O movimento intelectual tem como base o antropocentrismo, o homem no centro das questões científicas, filosóficas, artísticas e culturais.

Durante o renascimento o cientificismo enfrentou um fase de expansão. Cientistas como Copérnico, Galileu, Kepler e Newton formularam diversas teorias, principalmente físicas e matemáticas que confrontavam diretamente os dogmas da Igreja Católica.

As mudanças antropocêntricas e renascentistas, a valorização do homem causaram impactos tão profundos na história, filosofia e modo de vida que ainda hoje, seis séculos depois, características antropocêntricas e humanistas ainda influenciam a vida e convívio social.

Resumo sobre teocentrismo 

O teocentrismo é uma concepção que posiciona Deus como o centro do universo e principal influência na vida humana e na ordem natural. Essa perspectiva foi predominante durante a Idade Média, especialmente dentro do contexto cristão, moldando significativamente a filosofia, a arte, a ciência e a organização social da época.

De acordo com o teocentrismo, todos os acontecimentos e existências são manifestações da vontade divina, o que conferia à religião um papel central na interpretação do mundo e na condução da sociedade. Essa visão contrasta com o antropocentrismo, que coloca o ser humano no centro, e foi desafiada pelo advento do Renascimento e da Revolução Científica, que propuseram uma compreensão mais humanista e baseada na razão. 

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UEPA/2014

As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou:

A a ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento.
B a permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do Renascimento.
C a confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações.
D a correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo.
E o uso da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas Ibéricas.
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