A palavra teocentrismo vem do grego theos, que significa Deus, e kentron, que significa centro. A influência do teocentrismo se estendeu por vários campos, moldando o modo como as pessoas compreendiam sua relação com o mundo natural, com a sociedade e com o divino.
Na arte, por exemplo, temas religiosos eram predominantes, refletindo a centralidade de Deus na vida cotidiana e na concepção de mundo das pessoas. Na ciência, buscava-se entender o universo como uma manifestação da vontade divina, o que, por vezes, limitava a investigação científica baseada em observação e experimentação.
📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚
A doutrina ou filosofia teocêntrica considera Deus como o centro de todo Universo, responsável pela criação do mundo e de todas as coisas nele existentes. A filosofia teocêntrica foi a base da cultura e modo de vida medieval.
Na visão teocêntrica, o direito divino era considerado superior a qualquer tipo de crença ou racionalidade. Qualquer pensamento que não fosse baseado nos preceitos da Bíblia era considerado pecaminoso e incorreto. As ideias científicas e empiristas sofreram grandes críticas por membros da igreja e seguidores do teocentrismo.
Em oposição ao pensamento teocêntrico surgiu a corrente de pensamento antropocentrista, que dá foco ao ser humano, o considerando ser dotado de inteligência e capaz de fazer suas próprias escolhas e mudar o mundo ao seu redor.
A filosofia teocêntrica apresenta as seguintes características:
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
Durante a Idade Média, período que foi de 476 a 1492, a visão teocêntrica foi dominante em toda a Europa, pois os reis e monarcas tinham uma forte e direta ligação com a Igreja.
Os reis justificavam seus poderes e gastos como escolha divina, por isso deveriam ocupar posições de liderança e garantir a ordem entre os não escolhidos. A religião era frequentemente utilizada para justificar todo tipo de ação governamental.
Além de exercer influência sobre as monarquias, a Igreja ditava as regras referentes ao comportamento das pessoas, o que deveria ser lido, quais práticas eram consideradas corretas e aceitas.
Todos aqueles que se desviavam dos caminhos e doutrinas teocêntricas eram considerados subversivos, taxados de bruxos, hereges e pecadores.
A influência da Igreja na Idade Média, foi estremecida com o surgimento de pensamentos antropocêntricos e renascentistas. Deus e a Igreja perderam lugar de destaque, as monarquias se enfraqueceram, o direito divino foi questionado e o homem passou a ter destaque, como centros do pensamento, ciências e acontecimentos.
Ao contrário do teocentrismo, no antropocentrismo, a centralidade está no ser humano. Todo universo passa a ser pensado, avaliado e reavaliado a partir da visão e percepção racional humana.
Boa parte dos cientistas da Idade Média desenvolvia pesquisas com a finalidade de derrubar os conceitos teocêntricos e a influência dessa doutrina nos demais aspectos da vida.
Uma das teorias antropocêntricas mais complexas é a do heliocentrismo de Copérnico, que refuta o modelo geocêntrico ao afirmar que o Sol encontra-se no centro do sistema solar e a Terra, gira em torno dele.
Além do heliocentrismo, no momento de crise e enfraquecimento da Idade Média e da igreja, muitos já nutriam desejos de mudança cultural e econômica. Nesse contexto, tiveram início as grandes navegações, desenvolvimento e fortalecimento do comércio e surgimento da burguesia.
A religião enfrentava a Reforma Protestante de Lutero, que questionava várias ações e comportamentos da Igreja Católica, como a venda de indulgências e títulos eclesiásticos.
Na cultura, a mudança de pensamento e atitude levou ao fortalecimento do renascimento cultural e do humanismo renascentista italiano.
🎯 Simulador de Notas de Corte Enem: Descubra em quais faculdades você pode entrar pelo Sisu, Prouni ou Fies 🎯
O humanismo italiano surge no século XV, na Itália. O movimento intelectual tem como base o antropocentrismo, o homem no centro das questões científicas, filosóficas, artísticas e culturais.
Durante o renascimento o cientificismo enfrentou um fase de expansão. Cientistas como Copérnico, Galileu, Kepler e Newton formularam diversas teorias, principalmente físicas e matemáticas que confrontavam diretamente os dogmas da Igreja Católica.
As mudanças antropocêntricas e renascentistas, a valorização do homem causaram impactos tão profundos na história, filosofia e modo de vida que ainda hoje, seis séculos depois, características antropocêntricas e humanistas ainda influenciam a vida e convívio social.
O teocentrismo é uma concepção que posiciona Deus como o centro do universo e principal influência na vida humana e na ordem natural. Essa perspectiva foi predominante durante a Idade Média, especialmente dentro do contexto cristão, moldando significativamente a filosofia, a arte, a ciência e a organização social da época.
De acordo com o teocentrismo, todos os acontecimentos e existências são manifestações da vontade divina, o que conferia à religião um papel central na interpretação do mundo e na condução da sociedade. Essa visão contrasta com o antropocentrismo, que coloca o ser humano no centro, e foi desafiada pelo advento do Renascimento e da Revolução Científica, que propuseram uma compreensão mais humanista e baseada na razão.
Está precisando de uma ajuda nos estudos? Então, conheça o plano de estudo da Quero Bolsa: um material completo, com textos, vídeo-aulas e exercícios com resolução. Baixe o cronograma sem pagar nada clicando aqui.
As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou: