Os períodos Clássico e Helenístico são os dois últimos períodos em que se costuma dividir a história da Grécia Antiga.
O período Clássico corresponde aos séculos V e IV a.C., e foi marcado pelo apogeu da democracia em Atenas, o desenvolvimento da filosofia e das artes, mas também por diversas guerras que contribuíram para a decadência grega.
O período Helenístico, por sua vez, se estendeu pelos séculos IV a II a.C., quando a Grécia esteve sob domínio da Macedônia, e a cultura grega entrou em contato com a cultura oriental, dando origem ao que foi chamado de helenismo.
Os outros períodos em que é dividida a história grega são Pré-Homérico (XX – XII a.C.), Homérico (XII – VIII a.C.) e Arcaico (VIII – VI a.C.).
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O período Clássico foi marcado, em especial, pelo apogeu da democracia em Atenas, então principal cidade-estado grega.
Embora já estivesse se desenvolvendo desde o período Arcaico, é sob o governo de Péricles, no período Clássico, que a democracia ateniense se consolida plenamente como a conhecemos.
Contudo, cabe destacar que a democracia na Grécia Antiga possuía diferenças em relação à atual. Para possuir direitos políticos, era necessário ser cidadão ateniense, e apenas homens, filhos de atenienses, livres e maiores de idade reuniam as condições necessárias para isso. Ou seja, escravos, mulheres, crianças e estrangeiros estavam excluídos das decisões políticas.
Segundo algumas estimativas, a taxa de cidadãos atingia cerca de 15% da população ateniense. Além do desenvolvimento da democracia, nesse período também houve o auge da filosofia e das artes, o que incluía a pintura, a escultura e o teatro gregos, que se tornariam referência para o mundo ocidental.
No campo político e militar, o período Clássico foi marcado por diversas guerras envolvendo os gregos. Em 499 a.C. tiveram início as Guerras Médicas, entre o Império Persa e a Grécia. O conflito recebeu esse nome porque os persas eram conhecidos pelos gregos como “medos”. As Guerras Médicas duraram até 449 a.C., consagrando os gregos como vencedores e limitando a expansão do Império Persa.
A vitória consolidou a posição de Atenas como principal cidade-estado, centro comercial e cultural da Grécia. Contudo, a hegemonia de Atenas também provocou o acirramento das disputas com as póleis rivais, como Esparta e Corinto.
Naquele momento, Atenas liderava uma confederação de cidades chamada Confederação de Delos, que havia sido formada durante as Guerras Médicas, enquanto Esparta liderava a Liga do Peloponeso.
Entre 431 e 404 a.C. as cidades-estados estiveram em conflito. Em um primeiro momento, os espartanos conseguiram a vitória e impuseram sua hegemonia sobre a Grécia, dissolvendo a Liga de Delos. Essa posição chegou a ser contestada novamente por Atenas, que conseguiu, mais uma vez, se impor como dominante por um breve período. Posteriormente, foi a vez da cidade-estado de Tebas. Contudo, o cenário na Grécia com os sucessivos conflitos internos permaneceu extremamente instável, o que facilitou a ação de invasores.
Abaixo estão algumas das principais características do período clássico na história:
Na Grécia Antiga, o período clássico viu o florescimento da democracia na cidade-estado de Atenas. A democracia ateniense era uma forma de governo em que os cidadãos participavam ativamente das decisões políticas através de assembleias e votações.
O período clássico foi marcado por grandes avanços na filosofia grega. Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram escolas de pensamento que tiveram um impacto significativo no pensamento ocidental. Eles exploraram questões sobre a ética, a natureza da realidade e a política.
A Grécia Antiga foi um período notável na história da arte e arquitetura. A arquitetura clássica grega é caracterizada pelo uso de colunas dóricas, jônicas e coríntias, como visto nos templos como o Partenon em Atenas. A escultura também era uma forma de arte proeminente, com um enfoque na representação do corpo humano de forma idealizada.
As Guerras Pérsicas foram uma série de conflitos entre o Império Persa e as cidades-estados gregas, especialmente Atenas e Esparta. As vitórias gregas nessas guerras tiveram um impacto duradouro no desenvolvimento da cultura grega e na afirmação de sua independência.
O período clássico também testemunhou a ascensão e expansão do Império Romano. A República Romana se transformou em um poderoso império, que dominou uma vasta área ao redor do Mar Mediterrâneo e além. O período clássico termina com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.
Durante o período clássico, o sistema jurídico romano se desenvolveu e influenciou amplamente a legislação em muitos países ao longo da história. O Código de Hamurábi e os Doze Tábuas são exemplos de leis escritas desse período.
A literatura do período clássico também era notável, com destaque para escritores como Homero, autor dos poemas épicos "Ilíada" e "Odisseia"; dramaturgos como Sófocles e Eurípides; e os poetas líricos como Safo e Píndaro.
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Com o enfraquecimento das cidades-estados, a Grécia foi conquistada por Filipe II, rei da Macedônia, durante o século IV a.C. Os macedônios, por sua vez, eram um povo que vivia a nordeste da Grécia, e também descendiam dos indo-europeus.
O filho de Filipe II, que ficaria conhecido como Alexandre, o Grande, havia sido aluno de Aristóteles, em Atenas, e compartilhava da cultura grega. Ao expandir os domínios do pai sobre extensas regiões da Ásia e do norte da África, Alexandre não apenas conquistou vastas áreas e impérios, como também difundiu a cultura grega pelo Oriente. Sua política procurava colocar os macedônios não como invasores, mas como libertadores dos territórios ocupados.
Dessa maneira, além de espalhar a cultura grega pelas áreas que conquistou, Alexandre permitia a incorporação de elementos das culturas orientais. Essa fusão entre a cultura grega e a cultura oriental, promovida pelas expedições de Alexandre, ficou conhecida como Helenismo, um período marcado pelo grande desenvolvimento cultural, filosófico, científico e artístico.
Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., seu império não resistiu e foi dominado pelos romanos, que também incorporaram diversos elementos da cultura grega.
Abaixo estão algumas das principais características do período helenístico:
O período helenístico começou com a morte de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que conquistou um vasto império que se estendia do Egito até o norte da Índia. Após sua morte, o império foi dividido entre seus generais, dando origem a uma série de reinos helenísticos independentes.
A expansão do império de Alexandre resultou em uma intensa interação cultural entre os gregos e os povos orientais. Essa fusão cultural é conhecida como "helenização", onde elementos gregos, orientais e outras culturas locais se misturaram e influenciaram-se mutuamente.
Durante o período helenístico, muitas cidades foram fundadas em todo o império, seguindo o modelo das cidades-estado gregas. Essas cidades, chamadas de "polis", tornaram-se centros importantes de cultura, comércio e aprendizado.
A filosofia helenística evoluiu a partir das escolas filosóficas clássicas gregas. Escolas como o Estoicismo, o Epicurismo e o Ceticismo ganharam destaque, oferecendo diferentes abordagens para lidar com as questões éticas, existenciais e morais.
A arte helenística refletia uma mistura de influências culturais, com elementos da arte grega clássica e oriental. Esculturas helenísticas eram mais realistas e emotivas, retratando uma variedade de emoções humanas.
O período helenístico viu uma diversificação das práticas religiosas, com a disseminação de cultos orientais e uma tendência sincrética que combinava elementos de várias tradições religiosas.
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O pensamento clássico e helenístico são duas fases distintas na história da filosofia grega, refletindo diferentes abordagens e preocupações filosóficas.
O pensamento clássico refere-se à filosofia desenvolvida durante o período clássico da Grécia Antiga, aproximadamente do século VI a.C. até o século IV a.C. Esse período foi marcado pelo florescimento de grandes filósofos gregos que estabeleceram escolas filosóficas notáveis.
O pensamento helenístico, por sua vez, refere-se ao período que se seguiu à morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C., até o início do domínio romano sobre o mundo grego em 146 a.C. Esse período foi caracterizado pela disseminação da cultura grega pelo vasto império de Alexandre e a fusão dessa cultura com as tradições orientais.
O período clássico (séculos VI a.C. a IV a.C.) foi marcado por figuras como Sócrates, Platão e Aristóteles, focando na busca da verdade através da razão e na harmonia da arte grega. As cidades-estado gregas eram independentes.
Já o período helenístico (após 323 a.C.) espalhou a cultura grega pelo império de Alexandre, resultando em fusão cultural com o oriente. Surgiram novas escolas filosóficas práticas, como o estoicismo e o epicurismo, buscando a felicidade e tranquilidade mental. O império de Alexandre foi dividido em reinos helenísticos governados por monarquias. Essas diferenças refletiram mudanças políticas, culturais e filosóficas entre os períodos.
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“No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas. “
(MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.)
No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática democrática: