Por sua tradição militar e importância histórica, a cidade-estado de Esparta é considerada uma das mais relevantes para a compreensão da Antiguidade na Grécia.
Foi fundada no século IX a.C. por dórios, um dos povos indo-europeus que migraram para a península balcânica naquele período, após a expulsão dos aqueus daquela região.
Esparta estava localizada na península do Peloponeso, mais especificamente na planície da Lacônia, uma área de terras férteis, algo que não era comum na Grécia. Ao contrário do que ocorria na maioria das cidades-estados gregas, os espartanos baseavam sua economia na agricultura, e por isso expandiram pouco o comércio e a manufatura.
A ênfase na atividade agrícola e o baixo desenvolvimento do comércio contribuíram para que Esparta ficasse relativamente isolada das demais cidades-estados. Essa característica, associada à própria tradição guerreira dos dórios, contribuiu para a formação de uma sociedade altamente militarizada, com hierarquias sociais rígidas, e quase nenhuma afeição por imigrantes.
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Os moradores de Esparta estavam divididos basicamente em três grupos sociais:
A partir dessa divisão, a sociedade espartana se estruturava em um sistema oligárquico, ou seja, comandado por um grupo restrito de pessoas, vinculado à posse das terras e ao poder militar.
O principal órgão político, administrativo e judiciário de Esparta era o “Conselho de Anciãos”, também chamado de Gerúsia, composto por 28 gerontes com mais de 60 anos de idade e que já haviam cumprido suas obrigações militares, associados a um colegiado de cinco magistrados (éforos), e dois reis (diarquia), que exerciam funções militares, judiciárias e religiosas.
Em virtude de sua estrutura social, Esparta era uma cidade-estado extremamente militarizada, algo que fazia parte da educação comandada pelo Estado.
Os recém-nascidos que apresentavam alguma deficiência física eram sacrificados, pois os espartanos acreditavam que eles não poderiam cumprir com suas funções militares.
Por volta dos oito anos de idade, os meninos deixavam suas famílias e passavam a receber treinamento militar do Estado, em uma jornada que envolvia pesados treinamentos físicos e de táticas de guerra, e que durava cerca de dez anos. Dessa forma, dos 18 aos 60 anos, quando eram dispensados do serviço militar para ocupar outras funções administrativas, todos os espartanos faziam parte do exército.
Aos 20 anos de idade adquiriam os direitos de cidadão, e deveriam se casar até os 30. Por sua vez, embora não tivessem funções militares, as mulheres de Esparta também eram educadas desde a infância para serem esposas de guerreiros.
Esparta viveu seu auge entre os séculos VI e V a.C., e, com o fim das Guerras Médicas (499 e 449 a.C.) entre gregos e persas, viu acirrar sua rivalidade com Atenas, cidade-estado que ocupava uma posição hegemônica na Grécia.
Enquanto Atenas liderava um grupo de cidades-estados chamado “Liga de Delos”, Esparta criou, como contraponto, a Liga do Peloponeso. O acirramento dos conflitos entre as póleis gregas resultou na Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.), opondo principalmente Atenas e Esparta.
Após longos anos de conflito, os espartanos conseguiram a vitória e impuseram sua hegemonia sobre a Grécia, dissolvendo a Liga de Delos. Essa hegemonia chegou a ser contestada novamente por Atenas, que voltou a se impor como dominante por um breve período, mas posteriormente foi derrotada pela cidade-estado Tebas.
A imensa fragilidade das cidades-estados gregas, provocada por anos de conflitos, facilitou a invasão da Grécia por Filipe II, rei da Macedônia, no século IV a.C., que acabou eliminando a autonomia das cidades-estados.
Em relação à sociedade espartana, assinale a opção que NÃO corresponde à camada social dos hilotas.