Para unir essas ideias, os autores tinham que usar figuras de linguagem que lidam com esses contrastes, como a antítese e o paradoxo.
Nessa tentativa de aproximar o mundo terreno do divino, havia um pessimismo muito grande em relação à vida no planeta Terra. Eles viam a vida como um lugar de sofrimento e acreditavam que a felicidade só seria alcançada, após a morte, no paraíso. A condição humana, para eles, era apenas miserável.
A realidade era retratada de uma maneira muito exagerada e real, o que deu origem ao hiper-realismo. A intenção era gerar um efeito teatral e chocar o público, criar uma reação.

A Conversão de São Paulo, a caminho de Damasco, de Caravaggio.
O quadro “Conversão de São Paulo”, de Caravaggio, logo acima, é um exemplo. Note como o cavalo é pintado de uma forma extremamente realista. Sabe aquelas pessoas que usam muitas palavras difíceis e formais? Você pode dizer que ela é uma pessoa barroca! O motivo? Os textos barrocos tinham que ser muito sofisticados, com o uso da retórica clássica.
Eles precisavam ser rebuscados, ou seja, com muita ornamentação, com uma linguagem muito trabalhada nas imagens e nas metáforas. Tudo para convencer o público da glória divina.
Havia o uso de muitas figuras de linguagem, como a hipérbole, e jogos de palavras. A escolha do tema não era tão importante. O que era essencial era a forma como se escrevia.
Era necessário usar a agudeza, passar imagens de uma forma imprevista e inteligente, tudo com muito engenho. Era um trabalho minucioso.
Os textos falavam sobre a fragilidade humana, como o tempo é fugaz, como o amor é contraditório e faziam uma crítica à vaidade – afinal, a fugacidade do tempo faz com que a beleza seja algo passageiro, finito.
A moda, até hoje, usa o barroco como influência nas suas tendências. Roupas barrocas são as que têm muitas aplicações, bordados, uso da cor dourada, texturas rebuscadas e estampas. Tudo muito ornamentado, assim como a literatura barroca.

Mulher com roupas e acessórios barrocos
Barroco na Europa: principais nomes e obras
O Barroco floresceu em várias regiões da Europa entre os séculos XVII e XVIII, com características distintas de acordo com o país, mas mantendo como essência a busca por movimento, contraste e profundidade emocional.
Na Itália, Caravaggio, com sua técnica do claro-escuro (chiaroscuro), revolucionaram a pintura com obras como "A Vocação de São Mateus". Na escultura, Gian Lorenzo Bernini se destacou com peças grandiosas, como "Êxtase de Santa Teresa", que representa uma fusão entre espiritualidade e sensualidade, típica do barroco religioso.
Na música, Johann Sebastian Bach, na Alemanha, foi um dos maiores representantes do barroco musical. Suas composições, como os "Concertos de Brandemburgo", aliam rigor técnico e expressividade artística, influenciando a música ocidental até hoje.
Na literatura, autores como John Milton, com o épico "Paraíso Perdido", e Pedro Calderón de la Barca, na Espanha, com A "Vida é Sonho", trouxeram à tona temas como o conflito entre fé e razão, o efêmero da existência e a busca por salvação — temas centrais da visão de mundo barroca.
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