O Barroco é um estilo artístico que surgiu no século XVI e se estendeu até meados do século XVIII. Caracterizado por elementos exagerados, contrastes marcantes e grande expressividade, o Barroco foi responsável por grandes obras de arte, arquitetura e literatura, como o Teatro de Ópera e a Pintura Barroca.
Seu objetivo era criar um efeito de grandeza e magnificência, mostrando a grandiosidade do mundo e do homem. O Barroco se diferencia do Renascimento por seus elementos mais dramáticos e teatralizados.
As principais características são: a utilização de cores vibrantes, o uso de luz e sombra, a criação de efeitos dramáticos e a preferência por formas orgânicas e sinuosas. Além disso, as obras barrocas costumam ter temas religiosos.
Após movimentos como o humanismo e o classicismo que utilizavam o antropocentrismo, os artistas começaram a ter um sentimento de culpa religiosa e tentam conciliar as ideias religiosas com as ideias antropocêntricas.
Por Philippe de Champaigne - Web Gallery of Art: Imagem Informações sobre a obra de arte, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=369918
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O barroco surgiu em um período de muitas incertezas e instabilidade, durante o final do século XVI e o início do século XVII. Na Europa, Lutero criava as 95 teses, que eram contra a Igreja católica e certas atitudes tomadas por ela na época – dali, surgiu a Reforma Protestante.
Calvino, por sua vez, começara a dizer que o trabalho e o lucro eram manifestações da bondade de Deus, o que agradou muito os burgueses. Os católicos, para impedir que os fiéis se convertessem aos pensamentos dos dois, iniciou o processo da Contrarreforma, e é aí que o barroco se manifesta com intensidade.
Esse movimento literário surgiu na Itália e também chegou ao Brasil. Seu objetivo era unir as ideias renascentistas de que o homem era o centro de tudo às ideias teocêntricas da Contrarreforma. É uma arte marcada pela angústia da tentativa dessa união.
Ao unir duas ideologias contrárias, eles também passaram a colocar ideias contrárias na mesma obra. São relações marcantes, por exemplo, o sagrado/profano, o uso de luz/sombra nas pinturas, o paganismo/cristianismo e o racional/irracional.
Havia um culto no contraste e nos fenômenos da natureza que demonstram isso, como o crepúsculo, em que o sol vai se pondo para dar lugar à noite.
Para unir essas ideias, os autores tinham que usar figuras de linguagem que lidam com esses contrastes, como a antítese e o paradoxo.
Nessa tentativa de aproximar o mundo terreno do divino, havia um pessimismo muito grande em relação à vida no planeta Terra. Eles viam a vida como um lugar de sofrimento e acreditavam que a felicidade só seria alcançada, após a morte, no paraíso. A condição humana, para eles, era apenas miserável.
A realidade era retratada de uma maneira muito exagerada e real, o que deu origem ao hiper-realismo. A intenção era gerar um efeito teatral e chocar o público, criar uma reação.
O quadro “Conversão de São Paulo”, de Caravaggio, logo acima, é um exemplo. Note como o cavalo é pintado de uma forma extremamente realista. Sabe aquelas pessoas que usam muitas palavras difíceis e formais? Você pode dizer que ela é uma pessoa barroca! O motivo? Os textos barrocos tinham que ser muito sofisticados, com o uso da retórica clássica.
Eles precisavam ser rebuscados, ou seja, com muita ornamentação, com uma linguagem muito trabalhada nas imagens e nas metáforas. Tudo para convencer o público da glória divina.
Havia o uso de muitas figuras de linguagem, como a hipérbole, e jogos de palavras. A escolha do tema não era tão importante. O que era essencial era a forma como se escrevia.
Era necessário usar a agudeza, passar imagens de uma forma imprevista e inteligente, tudo com muito engenho. Era um trabalho minucioso.
Os textos falavam sobre a fragilidade humana, como o tempo é fugaz, como o amor é contraditório e faziam uma crítica à vaidade – afinal, a fugacidade do tempo faz com que a beleza seja algo passageiro, finito.
A moda, até hoje, usa o barroco como influência nas suas tendências. Roupas barrocas são as que têm muitas aplicações, bordados, uso da cor dourada, texturas rebuscadas e estampas. Tudo muito ornamentado, assim como a literatura barroca.
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Há duas vertentes no barroco: o cultismo e o conceptismo. O cultismo, também conhecido como gongorismo, era focado na poesia. Seu apreço era pelos jogos de palavras, jogos de imagens e os jogos de construção – havia uma estrutura determinada para os poemas. Todos esses artifícios deveriam levar o leitor a uma estimulação dos sentidos.
O conceptismo, por sua vez, também era conhecido como quevedismo. Seu foco era na prosa e sua preocupação era seduzir o leitor pelo conteúdo e não tanto pela escolha das palavras.
Esse conteúdo não deixava de ser passado de forma barroca: com muitas metáforas e outras figuras de linguagem. Um exemplo está presente na criação dos sermões feita pelo padre Antônio Vieira.
Antônio Cândido, importante sociólogo brasileiro, afirma que para que a literatura de um país exista é necessário a presença de três itens:
Quando esses itens são preenchidos, surge o sistema literário. No Brasil Colonial, durante o quinhentismo, não haviam tais itens, logo, não havia uma literatura nacional, e sim manifestações literárias.
A literatura brasileira começa no barroco, no século XIX. Seu marco inicial é com o poema épico “Prosopopeia”, de Bento Teixeira, em 1601. Os grandes nomes da literatura barroca foram padre Antônio Vieira e Gregório de Matos. Ambos são baianos e isso não é coincidência.
Naquela época, a economia brasileira estava focada na exploração da cana-de-açúcar, presente no nordeste brasileiro. Os centros urbanos estavam ali – Salvador era o grande centro cultural.
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Por Desconhecido - Portal da história, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3216004
Nesse contexto de conflitos entre católicos e protestantes, Antônio Vieira surge com os seus sermões para defender a Igreja Católica. Sermões são discursos religiosos cujo objetivo é divulgar preceitos religiosos.
A argumentação e a retórica do padre eram tão impressionantes que ele acabou chamando a atenção da corte e do rei de Portugal. Seus sermões mais famosos são:
Padre Antônio Vieira sabia como cativar seu público: misturava frases formais com muitas marcas da oralidade. Para que o povo entendesse as passagens bíblicas mais difíceis, ele usava metáforas e alegorias para a compreensão. Sua posição moral cristã era bem definida e cada sermão versava sobre apenas um assunto referente ao tema.
O sermão, para o padre, tinha que ser como uma árvore. Aqui, ele usou uma metáfora, algo muito barroco. O tronco é o assunto; as folhas são as palavras que enfeitam o texto; as varas são as condenações dos vícios; as flores são as frases e os frutos, serão colhidos no final, quando os fiéis voltarem para suas casas e colocarem em prática o que foi ensinado. O sermão tem que ter todos esses itens para ser uma árvore completa.
Para entender um pouco mais sobre a figura de Antônio Vieira, uma dica é assistir ao filme “Palavras e utopia”. Esse filme nacional, de 2000, mostra importantes passagens da vida de autor.
Se você ficou interessado em escrever seu próprio sermão ou apenas quer saber um pouco mais como o padre Antônio Vieira escrevia suas obras, observe este passo-a-passo:
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Por F. Briguiet - FREIRE, Laudelino, org. e GARNIER, M. J. des. Sonetos brasileiros: desenho dos sonetos. Rio de Janeiro: F. Briguiet, [189-?]. 12 v. [1], Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2458262
Você já imaginou ganhar o apelido de Boca do Inferno? Pois esse era o apelido do senhor Gregório de Matos.
Esse grande poeta barroco escreveu poemas líricos e sacros, mas ficou mais conhecido pelas suas poesias satíricas, em que criticava a sociedade baiana. Sem medo de atacar políticos e o clero, ele ganhou o apelido citado anteriormente.
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A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como: