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Humanismo

Literatura - Manual do Enem
Laisa Ribeiro Publicado por Laisa Ribeiro
 -  Última atualização: 28/7/2022

Índice

Introdução

Você conhece essa obra abaixo, chamada “A Criação de Adão”?

A Criação de Adão, de Michelangelo.A Criação de Adão, de Michelangelo.

Ela foi feita por Michelangelo, em 1512. Não é um quadro como todos os outros, uma vez que é uma pintura feita em um teto. Mais precisamente: no teto da Capela Sistina, a capela oficial da residência de todos os papas que já passaram pelo Vaticano.

Você percebeu como Adão está relaxado, tranquilo e mal se esforça para tocar na mão da figura que representa Deus? Na verdade, a impressão que temos é que Deus e os anjos é que estão se esforçando para tocar o ser humano.

Essa exaltação do homem é muito frequente no Humanismo, como explicamos a seguir.

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Teocentrismo e antropocentrismo

Uma das principais características do movimento literário denominado Humanismo é a passagem do teocentrismo medieval para o antropocentrismo.

Achou as palavras difíceis? Calma que a gente explica!

Teocentrismo é uma ideia que diz que Deus está no centro de tudo. Era muito comum durante a Idade Média, em que a Igreja Católica tinha um poder político muito forte.

Mas e o antropocentrismo? Ele vê que a figura divina já não está no centro de tudo e sim o ser humano!

Contexto histórico

Entre os séculos XIV e XV, uma mudança muito importante ocorria na Europa: a sociedade começou a se libertar do poder da igreja e focou no ser humano e nos sentimentos terrenos.

O comércio estava progredindo cada vez mais. As pessoas passaram a morar em burgos – cidades que possuíam muralhas ao seu redor para se sentirem mais seguras. Dali, surgiu uma nova classe social: a burguesia.

Os burgueses não tinham nada a ver com a nobreza. Eles eram pessoas que adquiriam dinheiro a partir das atividades mercantis.

Como dissemos, o comércio estava progredindo e, com isso, os burgueses ganhavam cada vez mais dinheiro. Com o dinheiro, também vinha poder político.

Com esse poder, eles começaram a investir em cultura. Muitos burgueses se tornaram mecenas, ou seja, pessoas que investiam dinheiro em artistas e na arte.

O Humanismo surgiu na Itália, berço de intenso movimento cultural, no final da Idade Média. O apogeu desse movimento literário foi durante a época do Renascimento.

O rompimento com o pensamento de que Deus era o centro de tudo fez com que os artistas começassem a se espelhar nas obras da Antiguidade Clássica. Eles começaram a ler AristótelesPlatão e admirar as estátuas feitas com base em deuses pagãos, como Atena, por exemplo.

Deusa AtenaDeusa Atena

A Divina Comédia

Havia uma transição entre o mundo medieval e o mundo moderno sendo feita. Logo, o velho e o novo conviviam.

Um exemplo disso é a obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. Esse poema conta a história de um homem que, vivo, vai para o inferno. Lá, ele é guiado por Virgílio, um poeta clássico. Tudo o que ele anseia é encontrar sua amada Beatriz, que havia morrido.

Pela viagem no inferno, ele conhece vários personagens famosos que morreram e foram para lá, como Cleópatra. Até o demônio ele chega a conhecer. Após o inferno, ele vai para o purgatório e, de lá, vai para o paraíso, onde revê sua amada e conhece Deus e os anjos.

Onde está o velho e o novo nessa obra?

O velho está presente no tema de caráter religioso, como o inferno e o paraíso católicos. Por outro lado, o novo está presente no fato de que Dante está sendo guiado por um poeta que representa a Antiguidade Clássica, que os humanistas admiravam tanto.

Dante e Virgílio no infernoDante et Virgile, 1850, por William Bouguereau

Características literárias

Algo que os humanistas também trouxeram da Antiguidade é o uso da razão para analisar sentimentos e comportamentos humanos.

Além disso, havia o auxílio da ciência e, agora, o ser humano era visto como um ser capaz de controlar o seu próprio destino. Todas essas características, mais uma vez, rompiam com os pensamentos religiosos.

O público, como no Trovadorismo, continuava sendo a corte, a nobreza e a aristocracia.

Contudo, as trovas - literatura oral - foram substituídas por uma forma fixa de poesia, chamada soneto - literatura escrita -. Outra diferença com o movimento literário anterior é que o amor passou a ser menos idealizado.

Fernão Lopes

Em Portugal, quem iniciou o Humanismo foi Fernão Lopes, escolhido como cronista-mor do reino em 1434.

Sua função era escrever sobre a vida dos reis portugueses por meio das crônicas, como a “Crônica de el-rei Dom Pedro I” e a “Crônica de el-rei D. Fernando”, por exemplo.

(...) o mui virtuoso Rei de boa memoria D. João, cujo regimento e reinado se segue, houve com o nobre e poderoso rei D. João de Castella, pondo parte de seus bons feitos fóra do louvor, que merecia, e evadindo em alguns outros de guisa que não aconteceram atrevendo-se a publicar esto em vida de taes que lhe foram companheiros bem veadores de todo o contrario.

Gil Vicente

Outro grande nome do Humanismo português foi o de Gil Vicente, primeiro dramaturgo do país. Ele escrevia peças teatrais moralizantes, ou seja, com temas que condenavam comportamentos considerados errôneos e que enalteciam as atitudes consideradas boas pela época.

Os autos eram peças teatrais acerca de temas religiosos e as farsas eram peças cômicas curtas.

O autor usava diversos tipos de personagens, como pobres, ricos, plebeus, nobres... Tudo por meio de alegorias. Ou seja, o personagem Sapateiro, por exemplo, transmitiria todas as características e estereótipos desse tipo de profissão. Os personagens representavam tipos sociais, mostrando as falhas dos indivíduos.

O enredo era construído com muito humor, para que a conscientização fosse passada para as pessoas de uma forma divertida e de fácil identificação.

Uma de suas obras mais famosas é a peça “Auto da Barca do Inferno”, representada pela primeira vez em 1531.

Nele, várias pessoas morreram e, após a morte, se encontram em um porto. Há dois navios em que podem entrar: um vai para o Céu, guiado pelo Anjo; já o outro vai para o Inferno, guiado pelo Demônio, personagem muito irônico.

Imagine-se você nessa situação: em qual navio você gostaria de entrar?

A seguir, um trecho da peça. A leitura pode parecer de difícil compreensão, mas você pode se propor um exercício interessante: ler como se fosse um leitor do século XVI!

DIABO À barca, à barca, houlá!

que temos gentil maré!

- Ora venha o carro a ré!

COMPANHEIRO Feito, feito!

Bem está!

Vai tu muitieramá,

e atesa aquele palanco

e despeja aquele banco,

pera a gente que virá.

Aqui, como na obra de Dante Alighieri, vemos uma leitura dos temas religiosos, mas com uma nova abordagem. A de Gil Vicente possui a visão de fazer uma crítica social com o uso do humor.

Humanismo na atualidade

A utilização da crítica feita por meio da diversão não parou em Gil Vicente.

Um exemplo está presente no cinema feito por Charlie Chaplin, ator que usou as comédias para criticar a sociedade em que vivia. Em “Tempos Modernos”, ele atua, de uma forma muito engraçada, no papel de um operário, mostrando como a classe proletária era explorada nas fábricas.

O Humanismo mostra como a Literatura consegue demonstrar mudanças tão importantes que aconteceram na sociedade. Ler essas obras permite entender melhor qual era a ideologia daqueles seres humanos, que eram iguais a nós. Todavia, viviam em um período tão diferente!

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
FUVEST

Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:

A Compôs peças de caráter sacro e satírico.
B Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
C Escreveu a novela Amadis de Gaula.
D Só escreveu peças e português.
E Representa o melhor do teatro clássico português.
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