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Segundo Reinado: como foi, economia e um resumo do período

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 24/7/2023

Índice

Introdução

O Segundo Reinado teve início em 1840, com o golpe arquitetado pelos políticos liberais ao decretarem a maioridade e coroação de Dom Pedro II aos 14 anos. Esse foi um período extenso e complexo, de importância fundamental para a História do Brasil. Teve fim apenas em 1889, com a Proclamação da República.

Dom Pedro II foi o último monarca do Brasil e também o que permaneceu mais tempo no poder.

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Retrato de Dom Pedro feito em 1851 por João Maximiniano MafraRetrato de Dom Pedro II em 1851

Conjuntura Política

Se durante o Período Regencial foram muitas as revoltas populares e os conflitos entre liberais e conservadores, o Segundo Reinado foi um momento de relativa estabilidade.

Dom Pedro II tratou de atuar como um mediador político entre os dois partidos, através do Poder Moderador, e criou estratégias para agradar ambos os lados, uma vez que estes eram pertencentes à elite econômica do país.

Além disso, é nesse período que o Parlamentarismo se tornou a forma de governo. Entretanto, o sistema ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”, uma vez que o presidente do Conselho não era escolhido por votação, como na Inglaterra, e sim pelo próprio imperador.

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Economia

A economia durante do Segundo Reinado era baseada na agroexportação. Esse foi o período de auge da exportação de café para a Europa.

A princípio, o café era produzido principalmente na região do Vale do Paraíba (parte das províncias de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro).

As plantações de café funcionavam sob o regime de plantation, ou seja, sempre em grandes latifúndios, em sistema monocultores e com uso de mão-de-obra barata (escravizados e imigrantes).

O Oeste Paulista foi outra região forte na plantação de café, por conta de suas terras roxas propícias para esse tipo de uso. Os fazendeiros do Oeste Paulista priorizavam a mão-de-obra livre, o que acabou aumentando o fluxo de imigrantes para essa região.

O alto lucro da exportação de café deu origem aos conhecidos barões do café, que passaram a exercer forte influência no país.

Ademais, o investimento do comércio de café afirmou a centralização política e econômica no sudeste e ampliou as malhas ferroviárias no país para o transporte do produto.

A questão da escravidão

Desde 1808, no Período Joanino, a Inglaterra já pressionava tanto Portugal quanto o Brasil para a abolição da escravidão.

Isso, porque estava interessada na expansão de seu mercado consumidor no Brasil e, em meio a sua ação imperialista na África, não via vantagens no tráfico atlântico brasileiro.

A pressão para a abolição também foi interna. Os movimentos abolicionistas se intensificaram neste momento, a partir da ação de negros libertos e da classe média branca do país.

Nesse momento, surgiram discursos abolicionistas e republicanos, favoráveis a uma economia mais dinâmica a partir da mão-de-obra livre e de um sistema político mais moderno.

Além disso, as várias formas de ações de resistência da população negra foram fator central e fundamental. Os quilombos, revoltas e atos individuais acabaram por enfraquecer a estrutura.

Mediante às pressões internas e externas, foram adotadas leis que levaram, gradativamente, ao fim da escravidão no Brasil:

  • Lei Eusébio de Queiroz (1850): proibição do tráfico negreiro;
  • Lei do Ventre Livre (1871): determinou que os filhos nascidos de mulheres escravizadas, nasciam livres. Porém, o senhor permanecia responsável por essa criança até que ela atingisse 21 anos, fazendo com que permanecessem trabalhando em regime de escravidão, apesar da lei;
  • Lei dos Sexagenários (1885): determinou a libertação dos escravizados que tivessem 60 anos ou mais. Essa lei, entretanto, era mais vantajosa para os senhores do que para os escravizados, uma vez que eram poucos os negros escravizados que chegavam a essa idade, e os que chegavam, já não eram produtivos nas fazendas;
  • Lei Áurea (1888): enquanto Dom Pedro II viajava, a lei assinada em 13 de maio por sua filha, a Princesa Isabel. A lei não garantiu a integração social, política e econômica da população negra no Brasil.

Os imigrantes no Brasil

A partir da metade do século XIX, muitos italianos e alemães chegaram ao Brasil, fugindo dos conflitos em seus países de origem.

A mão-de-obra escrava foi sendo gradativamente substituída pela mão-de-obra livre assalariada desses imigrantes, que eram mais bem vistos socialmente por serem brancos. Esses imigrantes trabalharam, principalmente, no Oeste Paulista.

É importante lembrar que, desde 1850, foi instituída a chamada Lei de Terras. Essa lei determinava que a posse das terras só poderia acontecer mediante à compra. Foi uma estratégia para impedir que negros libertos e imigrantes tivessem acesso às terras por meio de doação ou herança.

Guerra do Paraguai (1864 - 1870)

Nesta época, o Paraguai, liderado por Solano Lopes, estava se tornando autossustentável e já não dependia de outros países para sobreviver.

É nesse contexto que seu governante decide buscar uma saída para o mar, a fim de solidificar a suficiência do país.

Para chegar ao mar, precisava conquistar territórios de outros países, com quem acaba entrando em conflito. Esses países foram Brasil, Argentina e Uruguai, que formaram a chamada Tríplice Aliança.

As primeiras vitórias foram de Solano Lopes. Entretanto, as baixas no exército paraguaio os enfraqueceu, permitindo vitórias da Tríplice Aliança.

Em 1866, mediante as perdas de contingente humano durante os conflitos, Dom Pedro II convoca os escravizados para lutar, prometendo-os a liberdade no seu retorno da guerra.

A guerra teve fim com a Campanha da Cordilheira, em que o exército brasileiro consegue eliminar o líder paraguaio Solano Lopes.

O Paraguai teve sua fronteira diminuída e 75% da sua população dizimada, principalmente homens maiores de 20 anos.

O exército brasileiro saiu fortalecido e o país endividado com a Inglaterra, por conta dos muitos empréstimos realizados.

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Crise do Império e Proclamação da República

A partir de 1880, o Segundo Reinado passa a enfrentar muitas instabilidades. Os ideais modernos e republicanos começaram a tomar conta de parte da classe média brasileira.

Ao mesmo tempo, parte dos fazendeiros teve dificuldade na contratação de mão-de-obra assalariada e, com o fim da escravidão, tornaram-se força contrária à figura de Dom Pedro II.

Mas foi, principalmente, a insatisfação da Igreja - com a interferência do monarca nas questões religiosas - e dos militares - com a desvalorização de seu trabalho e seus baixos salários - que levou a derrocada do Segundo Reinado.

A Programação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2016

Observe a ilustração e o texto abaixo:

indígena coroando o monarca com louros. Imagem do segundo reinado. Questão ENEM 2016

Com seu manto real em verde e amarelo, as cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas que lembravam também os tons da natureza do “Novo Mundo”, cravejado de estrelas representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, com o cabeção de penas de papo de tucano em volta do pescoço, D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco, coroado como um César em meio a coqueiros e paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo da nacionalidade.

(SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado))
 

No Segundo Reinado, a monarquia brasileira recorreu ao simbolismo de determinadas figuras e alegorias. A análise da imagem e do texto revela que o objetivo de tal estratégia era:

A exaltar o modelo absolutista e despótico.
B valorizar a mestiçagem africana e nativa.
C reduzir a participação democrática e popular.
D mobilizar o sentimento patriótico e antilusitano.
E obscurecer a origem portuguesa e colonizadora.
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