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Escravidão

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 28/7/2022

Índice

Introdução

A escravidão pode ser definida como o exercício de uma prática social em que um indivíduo ou um grupo de indivíduos são tratados como propriedades de outros. Diversas sociedades em distintos tempos históricos tiveram a escravidão como parte de sua estrutura social, econômica e política.

A escravidão existe desde a Antiguidade Clássica, presente entre egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos. Os tipos de trabalho, a forma de captura e as possibilidades de liberdade variavam de acordo com o povo que estava sob o domínio da mão-de-obra escravizada. Além disso, os escravizados eram principalmente prisioneiros de guerra ou pessoas endividadas que acabavam por trabalhar de graça para quitar o que deviam.

A escravidão foi uma instituição que perdurou durante a Idade Média, sofrendo importantes transformações na transição para a Idade Moderna. A expansão marítima e comercial das grandes potências europeias promoveu a chegada em continentes vastos, transformados em colônias e explorados economicamente.

Diante dos desafios da ocupação territorial e aproveitamento financeiro efetivo, os europeus passaram a buscar mão-de-obra escrava no continente africano.

Além disso, a Igreja Católica investiu na construção de uma concepção que afirmava a superioridade racial dos homens brancos em detrimento da população negra africana.

Esses fatores contribuíram para a consolidação do tráfico atlântico que levou africanos de diversas etnias para vários lugares no mundo, como escravizados.

Escravidão no Brasil

A escravidão no Brasil teve início no Século XVI, durante o Período Colonial, e consistiu no uso da mão-de-obra forçada de mulheres e homens africanos. Essas pessoas foram retiradas a força dos muitos grupos étnicos dos quais faziam parte no continente africano e trazidas ao Brasil nos chamados navios negreiros.

A própria Igreja Católica justificava a escravidão africana, alegando que os negros africanos sofriam de uma maldição bíblica, a expulsão de Cam e seus filhos por Noé e a determinação de que estes seriam sempre escravos dos senhores das terras.

Segundo a passagem bíblica, estes servos estariam para sempre marcados pela pele. Em nenhum momento, a passagem diz que a marca era a pele negra. Entretanto, a Igreja Católica prontamente fez essa interpretação a fim de desumanizar os negros africanos e justificar as violências que sobre eles eram acometidas.   

O tráfico atlântico foi responsável pela retirada de quase 13 milhões de pessoas do continente Africano. Dessas, mais de 5 milhões vieram para o Brasil. O porto do Rio de Janeiro foi o porto que mais recebeu africanos escravizados no mundo.

Nas muitas rotas traçadas pelos traficantes de escravizados, negros de diversas etnias foram transportados para o Brasil. Alguns dos mais conhecidos foram os bantus, sudaneses, e guineanos-sudaneses muçulmanos.

Os escravizados trabalhavam nos latifúndios de produção de café, nas minas de ouro e diamante, nos serviços domésticos e, quando na cidade, como “escravos de ganho”. Estes último realizavam pequenos comércios e serviços nos espaços urbanos.

A escravidão foi um processo imensamente violento. A mão-de-obra negra africana era submetida a longas jornadas de trabalho, sem alimentação e condições de vida adequadas. Tudo o que produziam era tomado pelos senhores e não eram remunerados por seu trabalho.

Além disso, eram aplicadas várias formas de castigo físico como punição ao mau-comportamento ou à baixa produtividade, como os chibatadas no tronco, os açoites, o uso de correntes e de muitos outros atos que visavam humilhar e violentar essa população. As mulheres negras escravizadas foram vítimas de inúmeros atos de violência sexual.  

Escravidão Moderna

A Mauritânia foi o último país do mundo a abolir a escravidão, somente em 1981. Apesar do fim legal da escravidão no mundo, muitas pessoas ainda vivem em condições análogas à escravidão. Estima-se que até 2018, cerca de 40 milhões de pessoas vivenciam condições de vida e trabalho muito semelhantes a de regimes escravocratas.

Pintura do Século XVI chamada de “A escravidão”.Pintura do Século XVI chamada de “A escravidão”.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2011

TEXTO I

A escravidão não é algo que permaneça apesar do sucesso das três revoluções liberais, a inglesa, a nortea-mericana e a francesa; ao contrário, ela conhece o seu máximo desenvolvimento em virtude desse sucesso. O que contribui de forma decisiva para o crescimento dessa instituição, que é sinônimo de poder absoluto do homem sobre o homem, é o mundo liberal.

LOSURDO, D. Contra-história do liberalismo. Aparecida: Ideias & Letras, 2006 (adaptado).

TEXTO II

E, sendo uma economia de exploração do homem, o capitalismo tanto comercializou escravos para o Brasil, o Caribe e o sul dos Estados Unidos, nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XIX, como estabeleceu o comércio de trabalhadores chineses para Cuba e o fluxo de emigrantes europeus para os Estados Unidos e o Canadá. O tráfico negreiro se manteve para o Brasil depois de sua proibição, pela lei de 1831, porque ainda ofereceu respostas ao capitalismo.

TAVARES, L. H. D. Comércio proibido de escravos. São Paulo: Ática, 1988 (adaptado).

Ambos os textos apontam para uma relação entre escravidão e capitalismo no século XIX. Que relação é essa?

A A imposição da escravidão à América pelo capitalismo.
B A escravidão na América levou à superação do capitalismo.
C A contribuição da escravidão para o desenvolvimento do sistema capitalista.
D A superação do ideário capitalista em razão do regime escravocrata.
E A fusão dos sistemas escravocrata e capitalista, originando um novo sistema.
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