A peste negra, ocorrida entre 1347 e 1353, foi uma das pandemias mais mortais da história, levando à morte de cerca de 50 milhões de europeus. Esta pandemia foi resultante da peste bubônica, originada pela bactéria Yersina pestis, comumente associada a ratos.
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A chegada da peste negra na Europa está inserida na chamada crise do século XIV. Essa crise tinha três eixos principais: fome, guerra e a própria peste. Entre 1317 e 1385, o continente Europeu sofreu alterações climáticas que destruíram plantações e, assim, diminuiu a quantidade de alimentos disponíveis, gerando a fome. Além disso, entre 1337 e 1453 ocorreu a Guerra dos Cem Anos, entre a Inglaterra e a França, que deixou fortes impactos econômicos e sociais nesses países.
Além disso, apesar desse período estar inserido já na Baixa Idade Média, o pensamento religioso católico ainda estava muito arraigado na sociedade. Esse fato, associado às restrições tecnológicas e científicas da época, contribuíram para a crença de que a peste negra era uma punição divina. Desta forma, até mesmo pela falta de conhecimento, muito pouco foi feito, na prática, para evitar a disseminação da doença.
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A peste negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, que, por sua vez, pode ser transmitida através da mordida de pulgas. Após a transmissão da bactéria, ela se aloja nos nódulos linfáticos ou linfonodos (popularmente conhecidos como “ínguas”) mais próximos do local de contaminação, causando uma inflamação. Os linfonodos inflamados incham e recebem o nome de bubões - daí o nome da doença. Em estágios avançados, os bubões se abrem em feridas. A doença pode se complicar caso a bactéria atinja o sangue ou os pulmões, causando respectivamente a peste septicêmica e a peste pneumônica.
Sem tratamento, a mortalidade da doença chega a 60%. Com tratamento, essa taxa cai para 10%.
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No século XII, a Europa havia retomado relações comerciais com o Oriente no chamado Renascimento Comercial. Esse comércio era feito predominantemente por navios, através do Mar Mediterrâneo.
No século XIV, ratos vindos do Oriente chegaram à Europa através desses navios. Esses ratos (rato-preto, Rattus rattus) possuíam pulgas que, por sua vez, estavam infectadas com a Yersinia pestis. Além disso, o rato-preto tinha hábitos domésticos, ou seja, convivia próximo a seres humanos, o que certamente contribuiu para a rápida disseminação da doença. Por fim, vale ressaltar que os hábitos de higiene dos europeus eram precários e que as ruas das cidades eram estreitas e sujas, fatores que também colaboraram para a atração dos ratos para perto dos seres humanos.
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Com os avanços tecnológicos e científicos, principalmente na medicina e na área sanitária, hoje em dia a peste negra não constitui uma ameaça nas mesmas proporções que no século XIV. No entanto, ainda existem alguns surtos epidêmicos de peste pelo mundo: em Madagascar, por exemplo, houve um surto de peste negra e pneumônica entre 2014 e 2017. No entanto, o número de infectados (2348 casos confirmados, suspeitos e prováveis) e o de óbitos (202) não se comparam aos números do século XIV, bem como a taxa de mortalidade (8,6% em Madagascar, contra cerca de 30% na Europa Medieval).
Além disso, também existem casos isolados da doença que não configuram uma epidemia. É o caso, por exemplo, da paciente de 57 anos de São Gonçalo, Rio de Janeiro, que foi diagnosticada com peste bubônica no dia 13/01/2019.
A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que: