Em 15 de abril de 1452, vinha ao mundo, na pequena cidade de Anchiano, um dos maiores nomes da renascença (e por que não da humanidade?), Leonardo di Ser Piero da Vinci.
Olhar para a trajetória deste homem é olhar para a trajetória do renascimento, e, nesse sentido, pode-se dizer que ele representa uma grande síntese dos ideais do humanismo, pois era cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.
Ao concentrar esse inventário de virtuosismos em uma só pessoa, Da Vinci captura o espírito dessa época que não levantava barreiras para o pensamento e acreditava piamente que o mundo estava ao alcance do homem.
Pouco se sabe sobre a infância de Leonardo. Após sua mãe ter se casado com um lavrador, mudou-se para a casa de seu pai que então se casara com uma jovem de dezesseis anos, de nome Alibera di Giovanni Amador.
Se sua infância é uma lacuna, sua trajetória como pintor não sofre do mesmo mal. Já com dezessete anos, Da Vinci torna-se aprendiz de um dos maiores artistas da época, Andre di Cione, mais conhecido por seu epíteto, Verrochio (Olho verdadeiro).
No ateliê de Verrocchio, situado na efervescente Florença, Da Vinci trava contato com as diversas técnicas à disposição na época e, sobretudo, com a grande novidade da pintura, a tinta a óleo.
Em 1482, Leonardo, então nomeado mestre da guilda de São Lucas, inicia seus trabalhos na comuna de Milão, onde permanece até 1499. É nesse período que ele dá a luz a algumas de suas mais famosas obras, como a Santa Ceia.
Em 1499, com o alvorecer da segunda guerra italiana, Leonardo tem de abandonar Milão e fugir para Veneza. Retorna em 1503 para Florença, onde, em 18 de outubro, produz o que virá a ser sua obra mais conhecida, a Mona Lisa.
Leonardo passara os últimos anos de sua vida na França a serviço de Francisco I, que havia se tornado um grande amigo. Dessa amizade, criou-se um boato de que o rei segurava a cabeça de Leonardo em seus braços no leito de morte.
Leonardo vem a falecer no dia 2 de maio de 1519, vítima de um derrame cerebral.
Algumas das principais obras de Leonardo, em ordem cronológica, são:
Cabe ressaltar os aspectos de duas dessas obras das quais as questões transbordaram do âmbito da história da arte para o da cultura.
A primeira delas é justamente o Homem Vitruviano, esse talvez seja o grande símbolo do renascimento, materializando o giro antropocêntrico que caracteriza a renascença.
Se antes os interesses estavam pautados em questões espirituais, na renascença, o grande ator do palco do mundo é o próprio homem, como se ao lançar seus telescópios para o céu, o homem, no fim, especulasse a si próprio com tais lentes.
O Homem Vitruviano, ao ser a representação de um arquétipo ideal de homem e estar inserido justamente em um círculo, figura que representa a perfeição na física aristotélica, remete a esse papel de centralidade do homem no mundo renascentista.
A outra obra que merece atenção especial dentre as obras de Da Vinci é o quadro mais famoso da história da arte, a Mona Lisa. Raros trabalhos são alvos de tanta controvérsia, questionamento, elogios e reprodução como a Mona Lisa.
Essa peça representa o ápice do uso do sfumato davinciano, uma técnica que consiste em gerar suaves gradientes de tonalidade.
A outra grande questão da obra é o seu sorriso enigmático, que muito se especulou se representava uma felicidade ou uma certa apatia. O quadro encontra-se exposto no Museu do Louvre e é a pintura mais visitada do mundo.
Da Vinci tinha uma peculiaridade que aparece em muitas de suas anotações: ele tinha o costume de escrever de forma invertida, de modo que seria necessário o auxílio de um espelho para se ler o que havia sido escrito.
O homem é o modelo do mundo. A experiência é a mestra das coisas. (Leonardo da Vinci)
Com relação ao Renascimento artístico, literário e científico, elemento típico de transição do feudalismo ao capitalismo, podem ser feitas as seguintes afirmativas, exceto: