A palavra sofista vem do grego, sophistes, e deriva da palavra sophia, que significa sabedoria.
Os sofistas eram um grupo de filósofos, sábios e eruditos que viajavam de cidade a cidade para divulgar os conhecimentos, em troca de dinheiro. Os estudantes e discípulos dos filósofos sofistas deveriam pagar taxas para que pudessem ouvir os ensinamentos dos filósofos e sábios.
Pelo modelo de disseminação do conhecimento que propunham, os sofistas eram conhecidos por disseminar conhecimentos que tivessem finalidade instrumental, ou seja, o conhecimento deveria ter, principalmente, alguma finalidade prática. É por esse motivo, que muitas vezes, os filósofos sofistas atuavam como preceptores de lideranças políticas. Pela proximidade com a vida política, boa parte dos sofistas viveu e desenvolveu seus trabalhos na cidade-estado de Atenas.
O modelo sofista de propagação do ensinamento era voltado aos jovens nobres gregos, pois estes tinham condições de pagar para receber conhecimentos. Os jovens nobres buscavam o entendimento e a dominação do que era chamado de aretê.
O aretê é um conceito que denota excelência. Para os sofistas, a excelência era conquistada por meio da união de conhecimentos específicos e gerais, como a ciência, a aritmética, a oratória, a música, a filosofia e a política.
O modelo de organização filosófica e a prática de disseminação do conhecimento não agradou a muitos gregos. Platão chamava os sofistas de enganadores habilidosos e afirmava que as práticas sofistas estavam longe de ser filosofia, uma vez que estavam mais interessados no ganho material do que na construção do conhecimento verdadeiro. Sócrates, por sua vez, critica os sofistas ao dizer que o conhecimento que eles disseminam, não colabora verdadeiramente para libertar os indivíduos de suas opiniões.
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O sofismo é definido como uma prática filosófica baseada no pensamento mas que busca induzir o pensador ou estudante ao erro. O pensamento e argumentação é construído a partir da lógica, que não necessariamente, é uma lógica verdadeira ou que leva a verdade. Ou seja, a crítica platônica de que sofistas seriam enganadores habilidosos aparece na definição do termo.
Embora fossem conhecidos por alguns pelas habilidades de enganação, isso não significa que todos os sofistas conduziam seus discípulos a buscar por construções erradas, muitos sofistas se preocupavam em disseminar o conhecimento, encontrar utilidade prática no pensar e derrubar oponentes a partir da construção de argumentos bons e bem fundamentados. Ou seja, nem todo sofista era, como afirmou Platão, um enganador habilidoso, muitos buscavam desenvolver seus argumentos de maneira tão habilidosa, a ponto de o argumento do oponente se tornar falso.
Os sofistas eram conhecidos na Grécia como sendo tutores ou professores itinerantes, pois percorriam as cidades-estados levando conhecimento e ensinando a arte da retórica e argumentação aos indivíduos que desejassem pagar pelo conhecimento.Uma das principais preocupações sofistas era garantir aos seus alunos o ensino do aretê, a excelência do conhecimento específico e geral.
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Os sofistas desenvolveram algumas técnicas para propagarem seus conhecimentos. A argumentação e persuasão eram as formas mais utilizadas entre eles e seus discípulos. As principais técnicas eram o uso das palavras, a inversão de argumentos, o enfraquecimento dos discursos dos interlocutores, além da tentativa de diminuir a força das palavras e a argumentação dos ouvintes.
Os sofistas faziam uso da razão e de discursos fortes e emocionais para convencer o outro de que tinham a opinião e argumentação verdadeira e correta. O objetivo principal desses filósofos era ensinar seus discípulos a derrubarem seus oponentes, por meio do uso de palavras e da articulação dos argumentos, e a buscarem pela excelência.
Em seus ensinamentos, os filósofos sofistas defendiam algumas perspectivas, elencadas abaixo:
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Embora tenham recebido diversas críticas pela maneira como conduziam seus conhecimentos e como ensinavam, os sofistas tiveram importância na construção do pensamento filosóficos e na busca pela construção de argumentação sólida, consistente e racional, por conta disso alguns pensadores se destacaram na Escola Sofista como grandes mestres da oratória. Os principais deles são:
Em meio a tantas críticas, filósofos e sofistas desenvolveram modelos de construção e disseminação de conhecimento distintos. Os sofistas acreditavam que o conhecimento era construído pelos indivíduos a partir da oratória, discussão e construção de argumentos, além da busca pela excelência do conhecimento geral e específico. Por sua vez, os filósofos buscam o que eles chamam de conhecimento verdadeiro, que se constrói a partir da racionalidade, lógica e coerência.
O modelo de ensino sofista foi alvo de várias críticas de Sócrates e seus discípulos. Sócrates não considerava os sofistas filósofos, pois, segundo ele, os sofistas não tinham amor real pelo conhecimento, estavam apenas centrados nos valores que recebiam.
Sócrates defendia o diálogo e a argumentação como maneiras de levar os homens ao conhecimento, enquanto que, para os sofistas, o diálogo e a refutação serviria apenas para vencer o interlocutor, sem que houvesse grande preocupação com o conhecimento de fato.
Os sofistas foram criticados também por Platão e Aristóteles, que os consideravam mercenários, e não amantes do saber.
Muitos pensadores e estudiosos se apoiam nessas ideias e também não consideram os sofistas como parte de alguma escola filosófica. Os pensadores sofistas são considerados, ainda hoje, por muitos estudiosos, como profissionais que tinham na sabedoria a intenção de enriquecimento e ganhos apenas, diferente das práticas de outras escolas filosóficas, que empenharam-se a transmitir conhecimento.
Platão também teceu críticas aos sofistas e afirmou que os tutores estavam interessados apenas nos ganhos financeiros e seriam apenas enganadores habilidosos sem nenhuma preocupação com o conhecimento verdadeiro. Na visão platônica, os sofistas estavam pouco preocupados com as questões morais e o caminho que levava ao conhecimento, sendo movidos apenas pelo dinheiro e prestígio entre seus ensinados.
Legenda: Platão, filósofo grego discípulo de Sócrates.
Abaixo estão citados alguns dos principais escritos sofistas relacionados aos pensadores acima citados.
Protágoras
Górgias
Hípias
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Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. (RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.)
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de