Jean Piaget (1896-1980) foi um dos nomes mais influentes na área de educação no século XX, sobretudo a partir dos anos 1950. Apesar disso, ao contrário do que se possa imaginar, ele não era pedagogo de formação, mas sim biólogo.
Como biólogo, e ainda adolescente, Piaget conquistou grande reconhecimento internacional após publicar diversos estudos em que versava a respeito da importância dos moluscos, cujos fósseis, em suas diferentes etapas da evolução da classe, poderiam ajudar na sinalização da idade de camadas de rochas.
A partir daí, evidenciou-se o gosto de Piaget pelo estudo da evolução, e tais conhecimentos seriam usados, mais tarde, para o desenvolvimento de suas teorias sobre o desenvolvimento infantil.
Depois de ter terminado o curso de Biologia, o estudioso cursou Doutorado em Ciências Naturais, ainda em Neuchâtel, cidade em que nasceu, na França. Após seu período de doutoramento, finalizado em 1918, ele se mudou para Zurique, com a intenção de estudar Psicologia. Tal fato seria decisivo para que ele pudesse desenvolver suas teorias relacionadas à área da educação e tornar-se uma das grandes influências do período nesse âmbito.
Piaget, então, começa a se dedicar aos estudos voltados à psicologia, sobretudo a infantil, estabelecendo teorias e comprovando-as, sobre a criança e o modo como ela aprende, por exemplo. De suas primeiras pesquisas, resultaram três artigos: “A linguagem e o pensamento da criança”, de 1923, “O raciocínio da criança”, de 1924, e “A representação do mundo na criança”, de 1926.
A partir de suas pesquisas, o estudioso concluiu que o processo de aprendizagem de uma criança é diferente do de um adulto. Tal ideia já havia sido pensada por estudiosos anteriormente, mas ainda não havia sido provada, o que foi feito por Piaget.
Foi Piaget quem explorou, também, a ideia que a criança, por raciocinar de modo diverso ao adulto, insere-se em regras e valores de modo gradual, a partir dos mecanismos de assimilação e acomodação.
Os dois mecanismos de inserção são processos pelos quais a criança passa para adquirir um conhecimento, seja ele de qualquer tipo.
Na assimilação, a criança tentará classificar algo de acordo com aquilo que ela já conhece. Um exemplo disso é o conceito de ave. Ao ter, em si, a ideia de ave como um animal voador, que possui penas e asas, a criança pode tentar encaixar o avestruz nessa categoria. No entanto, perceberá que não há correspondência total no que se refere às características conhecidas.
Já na acomodação, a criança sofrerá influências do meio externo em relação ao processo de assimilação. Nesse caso, depois de aprender que o avestruz não voa, por exemplo, a criança precisará ampliar o conceito que havia construído anteriormente sobre as aves.
Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo é formado por quatro estágios básicos: o sensório-motor, o pré-operacional, o das operações concretas e o das operações formais.
O primeiro estágio, chamado sensório-motor, vai até os 2 anos de idade. Nessa fase, ainda bebê, a criança adquire percepção sobre si mesmo e sobre aquilo que está a sua volta e aprende a gerenciar seus reflexos básicos de modo a gerar situações vantajosas ou mesmo prazerosas. Trata-se de um momento anterior à linguagem.
Depois disso, entre os 2 e 7 anos, tem-se a fase pré-operacional, que é caracterizada pelo domínio da linguagem e dos símbolos. Apesar desse progresso, a criança continua egocêntrica e não é capaz de colocar-se no lugar dos outros, por exemplo.
A partir dos 7 e até, aproximadamente, 12 anos, a criança passa pelo estágio das operações concretas, em que já domina conceitos como tempo e número e a lógica surge em seus processos mentais.
Por fim, aproximadamente aos 12 anos, tem-se a entrada no mundo adulto do ponto de vista cognitivo. O pensamento lógico e dedutivo possibilita a experimentação, caracterizando o estágio das operações formais.
Qual asserção melhor representa o pensamento de Jean Piaget?