Karl Marx é um dos intelectuais mais citados e estudados na academia e no mundo intelectual. Isso, porque sua obra influenciou profundamente as mais diversas áreas do conhecimento, como a Economia, História, Filosofia, Pedagogia etc.
Marx foi um filósofo revolucionário socialista, um dos pensadores mais importantes do socialismo científico, grande crítico do sistema capitalista e autor de livros como “O Capital” e “O Manifesto Comunista” - este último escrito em parceria com Friedrich Engels.
Karl Marx nasceu na Alemanha, na cidade de Trier, em 1818, filho de pai e mãe judeus. Seu pai acabou por se converter ao cristianismo para conseguir ascender profissionalmente como advogado. De fato, Marx nasceu em uma família de classe média judia.
Iniciou sua carreira acadêmica cursando Direito na Universidade de Bonn, onde se envolveu ativamente nas atividades políticas estudantis. Algum tempo depois, pediu transferência para a Universidade de Berlim, onde começou a estudar Filosofia.
Foi nesse momento que Marx, mesmo com a desaprovação de ambas as famílias, ficou noivo de Jenny. Eles só se casaram sete anos depois, e ela era quem traduzia e corrigia suas obras.
Na Universidade de Berlim, Marx conheceu e aproximou-se do pensamento de Hegel, famoso filósofo alemão, suas obras e ideias. Assim como Hegel, dedicou-se às críticas ao estado e à religião.
Alinhado com os chamados “hegelianos de esquerda”, Marx passou a se empenhar na análise de questões sociais. Dessa forma, tornou-se doutor em Filosofia na Universidade de Berlim, no ano de 1841.
Após terminar seu doutorado, Marx tentou lecionar na Universidade de Berlim, mas sua proximidade com o pensamento hegeliano o fez ser rejeitado. A partir de então, começou a se dedicar a escrever alguns artigos, e muitos deles acabaram censurados.
Foi nesse contexto que Marx se mudou com a família para Colônia, para se tornar diretor do jornal Gazeta Renana, onde conheceu Friedrich Engels. Essa amizade se estendeu até o final da vida de ambos e rendeu inúmeras publicações.
As publicações de Marx no Gazeta Renana não agradavam o Governo, e o jornal acabou sendo fechado. Nessa ocasião, Marx se mudou para Paris, onde uniu-se a Ruge e fundou uma revista intitulada “Anais Franco-Alemães”, onde publicava artigos de seu amigo Engels, entre outros textos de sua autoria.
O grau de criticidade das publicações de Marx e seu parceiros intelectuais fez com que outros países, como a França e a Bélgica, também o expulsassem, a pedido da Alemanha.
Essa situação fez com que sua família vivesse períodos de extrema pobreza, apesar da origem rica de sua esposa. Inclusive, Marx e Jenny perderam alguns filhos por conta da escassez de recursos em alguns momentos.
O grande parceiro intelectual de Marx foi Engels. Quando residiam na Bélgica, os intelectuais avançaram e desenvolveram suas ideias e teses socialistas. Para esses autores, o Estado capitalista era responsável por garantir a prosperidade da burguesia, ou seja, por assegurar que os interesses das classes dominantes prevalecessem sobre os de todo restante da sociedade.
Marx morre em 14 de março de 1883, em Londres, decorrente de complicações de uma infecção de garganta.
A produção intelectual de Marx impactou profundamente diversos campos do conhecimento, como a História, a Geografia, Economia, Pedagogia, Filosofia, entre outros.
Uma de suas teses centrais afirma que os grandes agentes transformadores da sociedade - em diversos aspectos - são as condições econômicas e a luta de classes. A concepção materialista por ele desenvolvida atesta que, enquanto a burguesia se esforça para manter-se como classe dominante atrelada ao poder, as camadas mais baixas da população, principalmente o proletariado, precisam se movimentar para ultrapassar barreiras e garantir seus direitos.
Nessa relação está baseada a luta de classes, considerada por Karl Marx o grande motor da História, a relação central da sociedade moderna.
Outro conceito importante desenvolvido por esse teórico foi o de “mais-valia”, que consiste basicamente no lucro que os patrões obtém a partir da intensa exploração da mão-de-obra do proletariado. Dessa forma, o modo de produção capitalista é baseado no aumento da riqueza da burguesia proporcional à exploração do trabalhador.
Dessa forma, Marx se empenhou na busca por teorizar acerca de formas novas de produção e distribuição de renda, com o objetivo final de equiparar as condições materiais e sociais de todos os indivíduos, libertando-os do que chamava de “alienação”, uma vez que considerava que os trabalhadores eram alheios ao próprio trabalho, pois nada do processo de produção lhes pertencia e eles nem o dominavam por completo.
O socialismo científico, desenvolvido por Marx e Engels, consiste, portanto, em uma teoria sobre as desigualdades sociais, a ordem capitalista, a sociedade burguesa e ideias sobre como superá-las.
Em 1848, ambos os intelectuais escreveram juntos o Manifesto Comunista, pelo qual defendem que os operários são parte fundamental da sociedade, por produzirem a maior parte da riqueza presente no Estado, e, ainda assim, são excluídos do acesso à riqueza que produzem. Por isso, uma nova ordem precisaria ser instaurada, o comunismo, garantindo um Estado mais justo e a melhor distribuição de riquezas.
As teorias e ideias de Marx, em profunda consonância, diálogo e produção com as teorias socialistas e comunistas, ficaram conhecidas como marxismo e foram desenvolvidas por vários teóricos que posteriores à Marx.
Algumas das ideias fundamentais são, portanto:
Leia os textos para responder a questão.
TEXTO I
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer.
(BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento))
TEXTO II
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.
(MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado))
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é: