Os anelídeos se organizam dentro do filo Annelida do Reino Animal, que agrupa os organismos segmentados e portadores de metâmeros, porções essenciais nas quais o corpo de um indivíduo é, didaticamente, dividido. O nome do filo é, justamente, derivado da presença desses metâmeros, que assemelham-se a anéis, ao longo do corpo do animal.
Esses animais são invertebrados e de corpo mole, característica que os assemelha do filo dos Moluscos. Porém, devido à segmentação presente nesses indivíduos, além de outras diferenças, esses organismos foram agrupados em um filo à parte.
O filo Annelida conta com, aproximadamente, 15 mil espécies, que podem ser encontradas em vários ecossistemas - tanto terrestres, geralmente em locais úmidos, quanto aquáticos (oceanos, rios e lagos). Suas principais representantes são as minhocas e as sanguessugas.
Anelídeos são invertebrados segmentados, conhecidos por sua divisão corporal em anéis. Pertencem ao filo Annelida, abrangendo cerca de 15 mil espécies, incluindo minhocas e sanguessugas. Habitam ambientes aquáticos e terrestres úmidos, desempenhando papéis ecológicos vitais, como a aeração do solo.
Por fazerem parte do Reino Animal, os anelídeos são animais pluricelulares, possuindo várias células capazes de formar tecidos, e são eucariontes, com suas células possuindo organelas celulares e carioteca separando o material genético do restante do conteúdo celular.
Além disso, são organismos triblásticos, possuindo três folhetos embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma), que dão origem aos demais tecidos e órgãos do corpo. Possuem simetria bilateral, com seu corpo podendo ser dividido em duas partes iguais e quatro regiões específicas (região posterior, inferior, ventral e dorsal) e são celomados, possuindo a cavidade preenchida com líquido que poderá servir de depósito para as vísceras do animal chamado de celoma. Neste caso, o celoma também desempenha importante função estrutural e de sustentação, servindo como esqueleto hidrostático para esses organismos que não possuem ossos e cartilagens.
As principais características dos anelídeos são atribuídas à sua morfologia corporal. Os anelídeos possuem corpo alongado, geralmente cilíndrico e, o mais importante: segmentado, também chamado de corpo metamerizado, que nada mais é que um corpo organizado em segmentos chamados de metâmeros ou anéis.
Os metâmeros são muito semelhantes dentro de um mesmo organismo, com exceção das extremidades. O metâmero da extremidade anterior do corpo abriga a boca, os olhos e, dependendo do organismo, tentáculos. Já o metâmero da região posterior do corpo, abriga o ânus. Todos os metâmeros possuem musculatura própria, promovendo, assim, a movimentação desses organismos. Além dos Anelídeos, os Artrópodes e os Cordados também apresentam corpo segmentado.
Os anelídeos possuem uma réplica dos seus sistemas fisiológicos em cada metâmero do seu corpo. Dessa forma, cada segmento possui estruturas relacionadas com a digestão, excreção etc., mostrando, assim, certa "independência" de cada metâmero.
Os anelídeos apresentam sistema circulatório fechado, com o sangue sendo transportado apenas dentro de vasos sanguíneos. O vaso ventral é responsável pelo transporte de sangue da região anterior (metâmero da boca) para a região posterior (região do ânus), e o vaso dorsal realiza o transporte de sangue da região posterior para a região anterior do indivíduo.
Em cada metâmero há, ainda, vasos laterais, que realizam a comunicação do vaso dorsal com o vaso ventral. Nos metâmeros da região anterior (região da boca), esses vasos laterais possuem musculatura responsável pelo bombeamento do sangue, sendo chamados de corações laterais. Portanto, anelídeos como as minhocas apresentam vários corações localizados na região anterior do corpo.
Quanto à respiração, os anelídeos marinhos apresentam respiração branquial, com cada metâmero tendo pelo menos um par de brânquias que absorvem o O2 dissolvido na água e liberam o CO2 produto da Respiração Celular.
Já os anelídeos terrestres e de água doce, apresentam respiração através da sua pele, chamada de respiração cutânea, na qual esses organismos secretam o muco, substância lubrificante que facilita a difusão de gases através dos seus corpos. Dessa forma, para realizar a respiração cutânea, a pele desses organismos é extremamente fina, vascularizada, e com vários poros, ampliando, assim, as trocas gasosas entre o organismo e o meio externo.
Nos anelídeos, a hemoglobina é a responsável pelo transporte de O2, mas esta se encontra livre nos vasos sanguíneos e não associada às hemácias, como nos cordados.
Apresentam sistema digestório completo e são protostômios, com a boca se desenvolvendo antes do ânus durante a fase embrionária. Os anelídeos são, geralmente, onívoros, embora existam espécies exclusivamente carnívoras - algumas, inclusive, hematófagas (alimentam-se de sangue), como as sanguessugas, e, outras, herbívoras.
O alimento entra no organismo do anelídeo pela boca, passa pela faringe e pelo esôfago e chega no papo, onde é lubrificado e umedecido. Saindo do papo, o bolo alimentar é transportado para a moela, onde é triturado no processo chamado de digestão mecânica. Após ser triturado na moela, o bolo alimentar vai para o intestino, onde ocorre a digestão química, com auxílio das enzimas digestivas. Essa digestão é, portanto, extracelular, e os nutrientes são absorvidos pelo organismo através de estruturas chamadas de cecos intestinais e tiflossole. Os alimentos não digeridos durante o processo compõem as fezes que são eliminadas pelo ânus.
A excreção dos anelídeos ocorre através de metanefrídios, sistema também encontrado nos moluscos. Nesse sistema, uma estrutura chamada nefróstoma absorve as excretas presentes no celoma ou na corrente sanguínea e as armazena até a excreção por poros chamados de nefridióporos. Cada metâmero de um anelídeo possui um par de metanefrídios e esses animais excretam produtos na forma de amônia.
Os anelídeos possuem sistema nervoso ganglionar, apresentando um par de gânglios chamados de gânglios cerebrais, localizados na região dorsal do corpo, próximos à faringe dos anelídeos. Nestes gânglios há uma concentração de corpos celulares, que são regiões de neurônios.
Dos gânglios cerebrais, partem dois cordões nervosos que se estendem por toda a região ventral do organismo. Nesses cordões, também se formam gânglios, que se localizam aos pares em cada metâmero do corpo.
Alguns anelídeos poliquetos possuem, na região inferior do corpo, órgãos sensoriais, como tentáculos e olhos. Já os oligoquetos, como as minhocas, possuem células sensoriais ao longo do corpo, que estão relacionadas com a percepção de alterações do meio ambiente.
Os anelídeos apresentam processos reprodutivos específicos para cada classe.
Os poliquetas, como as nereidas, são animais dióicos, com sexo separado, possuindo, assim, organismo machos e fêmeas. Esses animais apresentam células germinativas que são responsáveis pela formação dos gametas (espermatozóide = gameta masculino; óvulo = gameta feminino). Esses gametas são liberados na água e a fecundação ocorre quando esses dois gametas se encontram.
A partir da fecundação, ocorre a formação do zigoto, que irá se desenvolver em larva, chamada de larva trocófora, e, posteriormente, em indivíduo adulto. Portanto, os poliquetas apresentam fecundação externa (ocorre fora do corpo do organismo) e com desenvolvimento indireto, pois há a formação de larva.
Os Hirudíneos, como as sanguessugas, por outro lado, são monóicos, com um único indivíduo apresentando células germinativas femininas e masculinas. Esses organismos realizam a fecundação cruzada, na qual cada indivíduo introduz o gameta masculino dentro do organismo do outro. Dessa forma, ambos os indivíduos são fecundados no processo de reprodução.
Dentro do organismo de uma sanguessuga, o espermatozóide pode fecundar o óvulo originando um zigoto que se desenvolverá em um organismo jovem dentro de uma estrutura chamada de casulo. Os hirudíneos, portanto, apresentam fecundação interna, cruzada e com desenvolvimento direto.
Os Oligoquetas, como as minhocas, apresentam reprodução similar a dos Hirudíneos. As minhocas são seres monóicos, também chamados de hermafroditas, e possuem bolsas localizadas na região ventral de seus metâmeros, chamadas de receptáculos seminais, que possuem a função de armazenar espermatozóides externos durante o processo reprodutivo.
As minhocas possuem sistemas reprodutores masculinos, com testículos, vesícula seminal e próstata; e femininos, com ovários e ovidutos. Assim como os Hirudíneos, os oligoquetas realizam fecundação cruzada, com a troca de espermatozóides entre dois indivíduos. Os espermatozóides de um organismo ficam armazenados nos receptáculos seminais de outro organismo.
A liberação do gameta feminino só ocorre com o auxílio de uma estrutura metamerizada específica chamada de clitelo. No clitelo, há produção de muco reprodutor que formará uma estrutura mucosa chamada de casulo. O casulo possibilitará o processo de liberação dos óvulos que serão fecundados pelos espermatozóides armazenados nos receptáculos seminais. Essa fecundação, por ocorrer nesses casulos de muco, é considerada uma fecundação EXTERNA. O casulo é, então, liberado no ambiente, e as células fecundadas se desenvolvem em zigoto, embrião e, posteriormente, em organismo adulto, sem fase larval - sendo, portanto, um desenvolvimento direto.
Os anelídeos são divididos em até três classes, que levam em consideração a quantidade de cerdas que possuem. Essas cerdas são pequenos filamentos finos e não muito rígidos que auxiliam na locomoção destes organismos. Com base no número de cerdas que possuem, os anelídeos podem ser classificados em:
Organismos que contém muitas cerdas. Geralmente são animais marinhos, que habitam regiões costeiras e próximas do litoral, ou em galerias feitas na areia. Em cada segmento de um poliqueto há uma expansão lateral chamada parápode, na qual são encontradas as cerdas desses organismos.
Exemplo: Nereida
Organismos com poucas cerdas corporais, alguns nem mesmo as possuem. Podem ser encontrados em ambientes terrestres e úmidos, geralmente no interior dos solos, e desempenham importante papel na nutrição destes solos, pois, ao se locomoverem nos seus interiores, esses organismos formam túneis que são preenchidos por ar, aumentando a concentração de O2. Além disso, ao excretarem suas fezes, formam uma substância altamente nutritiva, chamada húmus, que garante o aumento da concentração de nutrientes disponíveis para a absorção vegetal.
Exemplo: Minhocas.
Organismos sem cerdas corporais e que, geralmente, vivem em rios, lagos e regiões pantanosas. Possuem ventosas nas extremidades do corpo que são responsáveis pela fixação desses animais em outros. Possuem hábitos hematófagos, alimentando-se do sangue de outros animais.
Exemplos: Sanguessugas.
A sustentação do corpo é fundamental para que um animal possa interagir no seu hábitat e atuar em seu nicho ecológico. A minhoca é um organismo integrante do grupo dos anelídeos e apresenta sustentação corporal por intermédio de um esqueleto: