Uma área constituída apenas por areia e grandes rochas, por exemplo, em um primeiro momento não apresenta condições favoráveis para o aparecimento de espécies de seres vivos que povoariam este ambiente. A incidência luminosa eleva a temperatura do solo arenoso e das rochas, a incidência de chuvas é mínima e a composição nutricional orgânica do solo é quase nula.
Em um determinado momento, um forte vendaval incidiu sobre essa região praticamente inorgânica causando uma perturbação. Esse vento acabou transportando diversas sementes, esporos e microorganismos que se depositaram no solo.
Se passado um tempo, os primeiros vegetais começaram a aparecer no local. Pequenas gramíneas que não dependem de um solo rico em nutrientes ou de grandes concentrações de água surgiram sob o solo arenoso, enquanto que nas rochas, um aglomerado de microorganismos se fixava formando os liquens que sobreviviam através da fotossíntese.
Essas primeiras espécies que adentraram no ambiente antes inabitado são chamadas de comunidade pioneira e formam a ecese (conjunto de primeiros seres vivos a adentrarem no ecossistema) e são responsáveis pelas primeiras modificações ambientais do ecossistema.
Os liquens liberam compostos orgânicos nas rochas favorecendo sua erosão e o depósito de compostos orgânicos. Os microorganismos do solo estabelecem simbiose com as gramíneas auxiliando na disponibilização de nutrientes no solo.
Esses processos aumentam a concentração de compostos orgânicos no solo, permitindo o aparecimento de novas espécies que antes não encontravam condições favoráveis para se estabelecerem no ambiente. Próximas aos liquens surgem as briófitas, pequenos vegetais primitivos. Outras espécies de vegetais de pequeno porte como pequenos arbustos passam a germinar no solo que agora conta com uma concentração maior de compostos orgânicos. Com isso, a temperatura do ecossistema passa por processos de adequação de acordo com os organismos ali fixados, contribuindo para a formação de um ambiente mais adequado para o aparecimento de outras espécies.
Além das espécies vegetais, alguns animais como pequenos artrópodes e moluscos começam a se estabelecer no local. Essas espécies que aparecem após as pioneiras são chamadas de sere, seral, intermediárias ou comunidade secundária.
A partir do surgimento das espécies secundárias, pode ocorrer competição para estabelecimento de território e isso pode gerar outros eventos de sucessão entre espécies, onde uma espécie pode dar lugar para outra espécie no mesmo habitat.
O ecossistema irá se desenvolver até uma fase limite, chamada clímax. Nesta fase toda a energia gerada pelo ambiente é praticamente consumida por ele mesmo. Plantas de grande porte povoam o ecossistema assim como animais maiores característicos da região em questão. A fase de Clímax é considerada a última expressão do desenvolvimento da comunidade até sua auto suficiência.
Em um primeiro momento, o ambiente que antes era inabitável estava sujeito às ações ambientais externas, apresentando grandes variações das condições ambientais. Conforme os processos de sucessão ecológica ocorrem, o ambiente tendendo a sua auto suficiência, busca a independência de eventos ambientais externos. Um exemplo clássico é a temperatura dentro de matas fechadas que tende a ser mais estável quando comparada com um ambiente aberto e sem vegetação.
Já a complexidade do ecossistema, seja do ponto de vista da biodiversidade ou do nicho ecológico desempenhado por cada espécie que ali se encontra, tenda a se elevar ao longo do processo de sucessão ecológica. Em um primeiro momento o ambiente exemplificado não contava com variedades de organismos e animais e ao longo do processo, o número de indivíduos e de espécies que adentravam no ecossistema aumenta, aumentando assim a complexidade do ecossistema.
Sucessão Ecológica em três ambientes