Fonte: Diário do Povo (Campinas - SP).
Aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média do planeta, causado pela intensificação do efeito estufa. O aumento nas temperaturas globais e a nova composição da atmosfera desencadeiam alterações importantes na Terra. Alguns exemplos são:
O planeta já sofreu muitas mudanças climáticas globais. Isso é demonstrado por uma série de evidências que mostram que isso já acontecia há milhões de anos, por causas naturais associadas aos ciclos de resfriamento (glaciações) e aumento de temperatura. Entre essas causas, tanto para aquecimentos como para resfriamentos, podem ser citadas mudanças na atividade vulcânica, na circulação marítima, na atividade solar, no posicionamento dos polos e na órbita terrestre.
A mudança significativa global mais recente foi a última glaciação, no período Holoceno, que terminou em torno de 10 mil anos atrás.
Mas, para além desses ciclos, a temperatura média da Terra tem se elevado desde meados do século XIX. A elevação na temperatura não foi linear, com várias oscilações para mais e para menos. Variações desse tipo são naturais e esperadas, mas a tendência geral é que a intensidade dos fenômenos vem aumentando.
Variação da temperatura média global de 1880 até 2013. A linha vermelha representa as médias anuais em cada ano.
Esquema com temperaturas globais na década de 1880 e 1980, comparadas à média no período entre 1951 e 1980.
Mudanças importantes estão sendo agora induzidas pelo homem, cujas atividades geram gases estufa e os liberam na atmosfera, aumentando a sua concentração e provocando um aumento na retenção geral de calor. Algumas evidências para isso são:
Curvas de concentração na atmosfera de vários gases estufa no período 1976-2013: CO2, N2O, CH4, CFC-12, CFC-11, HCFC-22 e HFC-134a. Apenas dois, dos menos importantes, mostram declínio recente. Todos os outros, inclusive os mais potentes, cresceram constantemente.
Alguns estudos indicaram que uma parte do aquecimento observado no início do século XX pode ser atribuível a causas naturais, como a variabilidade climática natural e emissões vulcânicas de gases, mas o consenso atual é de que a partir da segunda metade do século as atividades humanas têm sido responsáveis por muitas mudanças.
Projeção dos aumentos de temperatura em diferentes locais do planeta no decorrer do século XXI.
Perda de terra firme por conta da elevação do nível do mar na costa da Louisiana, EUA, entre os anos de 1932 e 2011.
O principal acordo mundial para combater o aquecimento global é o Protocolo de Quioto, negociado em 1997, onde foram definidas metas concretas de mitigação por cada país participante, com a exceção dos países em desenvolvimento, que não foram obrigados a estabelecer metas. O protocolo abrange mais de 160 países e mais de 55% das emissões de gases do efeito estufa. Apenas os Estados Unidos, historicamente o maior emissor de gases estufa do mundo, e o Cazaquistão, recusaram-se a reconhecer o tratado.
Os países menos desenvolvidos e mais pobres em geral são pequenos emissores de gases estufa, mas devem sofrer suas consequências mais pesadamente do que os ricos — que são grandes emissores e os maiores responsáveis pela origem do problema.
O debate passa também pela questão de saber em que medida é que países recém-industrializados, como China e Índia, deverão ter o privilégio de poder aumentar suas emissões a fim de que seu crescimento não seja prejudicado, especialmente a China, uma vez que ela é atualmente o maior emissor individual do mundo.
A fim de auxiliar os países menos favorecidos, o Protocolo de Quioto introduziu três instrumentos principais para a flexibilização das exigências:
De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuária” (Livestock’s Long Shadow), feito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, o gado é responsável por cerca de 18% do aquecimento global, uma contribuição maior que a do setor de transportes.
A criação de gado em larga escala contribui para o aquecimento global por meio da emissão de: