BRIC (sigla que é um acrônimo com as primeiras letras do Brasil, Rússia, Índia e China) foi um conceito econômico criado em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neil, do Banco Goldman Sachs.
Com base em projeções de crescimento demográfico e das economias, O’Neill especulou que, somados, os países do BRICS poderão representar em 2050 uma força econômica no mundo maior do que a força conjunta dos Estados Unidos com o Japão e a União Europeia. Dados recentes mostram que os cinco países que formam os Brics somam 40% de toda a população mundial.
Admissão da África do Sul
A África do Sul foi admitida oficialmente como uma nação do BRIC em 2010 . A letra "S" em BRICS representa o 'South' de 'South Africa'. A presença sul africana é uma estratégia geopolítica forte, pois dá aos BRICS a oportunidade de influenciar e comercializar em quatro continentes diferentes.
Países que compõem o grupo dos Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Com relação à coordenação política, o BRICS atua na economia e também na política. Na primeira, a agenda do agrupamento confere prioridade à coordenação do G-20, incluindo a reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na política, o BRICS defende a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e de seu Conselho de Segurança, para melhorar sua representatividade, a favor da democratização da governança internacional.
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia.
Para dar uma ideia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial.
Evolução das exportações totais do Brasil com relação às exportações do país para os BRICS.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores, 2016.
Temos que lembrar que o BRICS tem um “caráter informal”. Na prática, o que sustenta o grupo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de integração formal que se define à medida que os cinco países intensificam sua interação.
Em resumo, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para diálogo, identificação de pontos comuns e ampliação de contatos e cooperação.
País do BRICS |
Área Territorial |
População¹ |
PIB |
IDH (2014)² |
Índice GINI ¹* |
Brasil |
8.516.000 km² |
209,3 milhões |
2,056 tri U$ |
0,755 |
52.67 (2012) |
Rússia |
17.100.000 km² |
144,5 milhões |
1,578 tri U$ |
0,798 |
39.69 (2009) |
Índia |
3.287.000 km² |
1,339 bilhões |
2,597 tri U$ |
0,609 |
33.60 (2011) |
China |
9.597.000 km² |
1,386 bilhões |
12,24 tri U$ |
0,727 |
37.01 (2011) |
África do Sul |
1.220.000 km² |
56,72 milhões |
349,4 bi U$ |
0,666 |
65.02 (2011) |
¹ Dados do Banco Mundial (2017).
² Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2014.
* O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor cem está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.
Os BRICS geram em média, 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial por ano, já que reúnem cerca de 45% da força de trabalho que existe no mundo e o maior mercado de consumo.
Os cinco países do BRICS têm características comuns: possuem indústrias e economias em expansão, o mercado interno está crescendo e incluindo novos consumidores.
Dois deles possuem as maiores economias de seus continentes: China e África do Sul.
Quatro possuem territórios extensos e entre os maiores do mundo: Brasil, Rússia, China e Índia.