BRIC é a sigla que se refere a seus países membros fundadores: Brasil, Rússia, Índia e China, que juntos formam um grupo político de cooperação. Em 14 de abril de 2011, o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul ao grupo.
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BRIC (sigla que é um acrônimo com as primeiras letras do Brasil, Rússia, Índia e China) foi um conceito econômico criado em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neil, do Banco Goldman Sachs.
Com base em projeções de crescimento demográfico e das economias, O’Neill especulou que, somados, os países do BRICS poderão representar em 2050 uma força econômica no mundo maior do que a força conjunta dos Estados Unidos com o Japão e a União Europeia. Dados recentes mostram que os cinco países que formam os Brics somam 40% de toda a população mundial.
A África do Sul foi admitida oficialmente como uma nação do BRIC em 2010 . A letra "S" em BRICS representa o 'South' de 'South Africa'. A presença sul africana é uma estratégia geopolítica forte, pois dá aos BRICS a oportunidade de influenciar e comercializar em quatro continentes diferentes.
Com relação à coordenação política, o BRICS atua na economia e também na política. Na primeira, a agenda do agrupamento confere prioridade à coordenação do G-20, incluindo a reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na política, o BRICS defende a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e de seu Conselho de Segurança, para melhorar sua representatividade, a favor da democratização da governança internacional.
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia.
Para dar uma ideia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial.
Evolução das exportações totais do Brasil com relação às exportações do país para os BRICS.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores, 2016.
Temos que lembrar que o BRICS tem um “caráter informal”. Na prática, o que sustenta o grupo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de integração formal que se define à medida que os cinco países intensificam sua interação.
Em resumo, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para diálogo, identificação de pontos comuns e ampliação de contatos e cooperação.
País do BRICS | Área Territorial | População¹ | PIB | IDH (2014)² | Índice GINI ¹* |
Brasil | 8.516.000 km² | 209,3 milhões | 2,056 tri U$ | 0,755 | 52.67 (2012) |
Rússia | 17.100.000 km² | 144,5 milhões | 1,578 tri U$ | 0,798 | 39.69 (2009) |
Índia | 3.287.000 km² | 1,339 bilhões | 2,597 tri U$ | 0,609 | 33.60 (2011) |
China | 9.597.000 km² | 1,386 bilhões | 12,24 tri U$ | 0,727 | 37.01 (2011) |
África do Sul | 1.220.000 km² | 56,72 milhões | 349,4 bi U$ | 0,666 | 65.02 (2011) |
¹ Dados do Banco Mundial (2017).
² Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2014.
* O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor cem está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.
Os BRICS geram em média, 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial por ano, já que reúnem cerca de 45% da força de trabalho que existe no mundo e o maior mercado de consumo.
Os cinco países do BRICS têm características comuns: possuem indústrias e economias em expansão, o mercado interno está crescendo e incluindo novos consumidores.
Dois deles possuem as maiores economias de seus continentes: China e África do Sul.
Quatro possuem territórios extensos e entre os maiores do mundo: Brasil, Rússia, China e Índia.
Os líderes dos países que integram os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que pedem conjunta e explicitamente, pela primeira vez, mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O texto defende reformas na ONU para aumentar a representatividade na instituição, além de alterações no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial. Para os líderes dos BRICS, a reforma da ONU é essencial, pois não é mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após a Segunda Guerra Mundial.
(Adaptado de O Globo, 15/04/2011).
Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se relaciona com as reformas propostas pelos BRICS está indicada em: