Chama-se desflorestação, desflorestamento ou desmatamento o processo de devastação completo ou permanente de florestas.
De maneira geral, fala-se do desmatamento de florestas, mas o conceito pode ser estendido à perda de cobertura vegetal em formações naturalmente esparsas, arbustivas ou rasteiras, como as savanas, pradarias e cerrados.
Em sentido lato, portanto, o desmatamento pode ser entendido como a perda permanente de todo tipo de cobertura vegetal original em uma área específica, sendo excluídas desse cálculo, neste sentido, as áreas que, por qualquer razão, recuperem sua cobertura.
O conceito de desmatamento também se diferencia do de degradação florestal, pois enquanto o primeiro representa uma perda quantitativa de área florestal, o segundo se caracteriza uma perda qualitativa.
O desmatamento, ao contrário do que se possa pensar, não é um fenômeno recente. Há evidências de que, mesmo em tempos pré-históricos, já se encontrava sinais de desmatamento em diversas regiões do globo.
No entanto, é juntamente com o início da Revolução Industrial que se percebe um crescimento vertiginoso do desmatamento. Boa parte das flores temperadas no hemisfério norte há havia desaparecido ao fim desse período.
As causas do desmatamento são diversas. No curso da história, o desmatamento acompanhou o crescimento populacional de maneira inerente.
Nesse sentido, suas causas mais imediatas se ligam à agricultura, ao pastoreio e à habitação. Também pode-se elencar o uso de madeira como combustível e como matéria prima da construção civil.
Segundo o último relatório da Drivers of Deforestation and Forest Degradation, a principal responsável pelo desmatamento é a agricultura, participando em 80% das causas ao redor do mundo.
O relatório aponta, ainda, que outra causa de impacto direto são as consequências de batalhas militares, bem como conflitos de posse de terra e de seus recursos, mineração, abertura de estradas, ineficiência no controle de áreas protegidas.
Os impactos do desmatamento são múltiplos e, além disso, muitos deles se inter-relacionam.
É importante notar que as florestas não se reduzem a um conglomerado de árvores, são ecossistemas completos. Desse modo, o desmatamento choca-se frontalmente com a manutenção vital dessas regiões e, como agravante, as florestas representam 75% de toda a biodiversidade terrestre.
O desmatamento dessas florestas gera um efeito cascata. Por exemplo, ao destruir as árvores, junto com elas desaparecem os vegetais que dependiam delas e, por conseguinte, os animais que se alimentavam desses vegetais.
Está concentrado na Amazônia brasileira um terço de todas as florestas tropicais do planeta. O desmatamento é a intervenção humana que mais prejudica a região, e ainda há o agravante de que quase a metade dos casos ocorre de maneira ilegal.
As principais causas do desmatamento na região são a criação de gado, a produção de monoculturas, atividades madeireiras e a grilagem de terras.
Percebe-se um crescimento constante do desmatamento na área, saltando de 10% em 1990 para 17% em 2005. Houve uma queda em 2012, porém, em 2013, a área desmatada voltou a crescer.
Aproximadamente 60% das áreas desmatadas se tornam pastagens. Embora haja um lucro imediato com tais derrubadas, a economia regional é, no longo prazo, desfavorecida.
Em dez anos, essas terras estarão esgotadas e degradadas. Um estudo realizado pelo Ipam, em parceria com o Imazon, revelou que o PIB agropecuário é inversamente proporcional ao ritmo do desmatamento.
O caráter mundial do desmatamento se agravou com a Revolução Industrial. O desenvolvimento vertiginoso e o crescimento acelerado da população requisitavam um grande aumento das fontes energéticas e, também, de outros recursos naturais.
Entre 1750 e 1920, calcula-se que 222 milhões de árvores haviam desaparecido nas regiões tropicais. Nas regiões temperadas do hemisfério norte, essa queda frenética encontrou freios no início do século XX. Todavia, se vê o contrário nos países subdesenvolvidos. Nas regiões tropicais, as quedas se aceleram.
Reunindo-se as informações contidas nas duas charges, infere-se que: