El Niño e La Niña são fenômenos de ordem climática e atmosférica que ocorrem em intervalos de aproximadamente 3 a 4 anos e são causados, principalmente, pelas mudanças de temperatura da água do Oceano Pacífico. Essas mudanças de temperatura impactam o clima em escala global.
O fenômeno El Niño tem esse nome por costumeiramente ocorrer em dezembro, perto do Natal, fazendo alusão ao menino Jesus. Já o La Niña tem esse nome por sua causa ser oposta à do El Niño. Enquanto o El Niño é causado pelo aumento da temperatura, o La Niña é causado pela queda da temperatura.
Veremos com mais detalhes ao longo do texto como estes fenômenos ocorrem, bem como quais são os seus impactos a curto e longo prazo.
O fenômeno ocorre devido a anomalias na dinâmica atmosférica e dos ventos no Oceano Pacífico. Os ventos alísios naquela região, que normalmente circulam na direção leste-oeste (das Américas para a Ásia), ocorrem com menos intensidade ou até mesmo mudam de direção.
Com a circulação regular dos ventos, ocorre a ascensão de águas profundas, que diminuem a temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico. Essa movimentação traz uma água rica em nutrientes, que faz com que diversas espécies de peixes da costa leste da América do Sul prosperem.
No entanto, com o El Niño, essas águas profundas não sobem à superfície, mantendo a temperatura das águas do Oceano Pacífico alta. Essa água, com temperatura acima do normal, atinge a costa do continente americano, afetando e revertendo correntes oceânicas na porção equatorial, central e sul do continente. As espécies de peixes que dependiam da água rica em nutrientes têm seu balanço afetado, apresentando menores taxas de reprodução.
Por consequência, a circulação atmosférica é modificada. O sentido da Célula de Walker é revertido e as áreas de alta pressão do Oceano Pacífico são deslocadas para outras porções do Oceano.
O esquema demonstra o sentido normal do padrão de circulação atmosférica do pacífico (cima) e a inversão desse sentido quando ocorre o El Niño (baixo). É possível perceber que há uma mudança na porção do Oceano Pacífico em que a corrente de ar se forma. Créditos à NASA Earth Observatory pela imagem.
O fenômeno possui esse nome por ser o oposto do El Niño - ao invés do aquecimento das águas do Oceano Pacífico, com o La Niña as águas desse Oceano atingem temperaturas menores do que as de costume. Consequentemente, todos os impactos causados pelo La Niña serão contrários aos do El Niño.
O La Niña costuma ocorrer no ano após ao El Niño, também por volta do mês de dezembro. Por exemplo, em 2009-2010 houve o El Niño, e em 2010-2011 ocorreu o La Niña, com enchentes de grandes proporções atingindo a costa australiana.
Por conta da extensão do Oceano Pacífico - cobre aproximadamente ⅓ de toda extensão territorial - as consequências do El Niño e La Niña atingem escala global.
No Brasil, o El Niño faz com que a porção norte-nordeste do território sofra com a diminuição das chuvas, prolongando períodos de estiagem e intensificando queimadas. A porção sul-sudeste presencia um aumento das temperaturas médias e também da precipitação.
O La Niña diminui as temperaturas médias e a precipitação porção sul-sudeste, enquanto intensifica a precipitação na porção norte-nordeste.
Os mapas acima espacializam os impactos climáticos do El Niño (esquerda) e La Ninã (direita), mostrando como as condições climáticas ficam fora do normal. O mapa de cima mostra entre os meses de dezembro a janeiro (período em que o fenômeno se inicia), e o mapa de baixo, entre junho e agosto. Em verde claro: úmido e quente; em verde escuro, úmido; em vermelho, quente; em laranja, seco e fresco; em amarelo, seco e quente; em marrom, seco; em azul, úmido e fresco. Créditos aos National Centers for Environmental Information dos EUA (NOAA) pelas imagens.
El Niño e la Niña são dois fenômenos ligados ao aquecimento e resfriamento das águas do oceano Pacífico na sua parte tropical. A respeito deles, é correto afirmar que: