O Brasil, país de dimensões continentais, possui várias características que podem ser classificadas de maneiras bastante diferentes. Vamos dar uma olhada na evolução da leitura do território brasileiro?
A República Federativa do Brasil, segundo a Constituição de 1988, compõe-se de 27 unidades políticas, sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se localiza a sede do Governo Federal, Brasília.
ESTADO | SIGLA | CAPITAL | REGIÃO (IBGE) |
Acre | AC | Rio Branco | Norte |
Alagoas | AL | Maceió | Nordeste |
Amapá | AP | Macapá | Norte |
Amazonas | AM | Manaus | Norte |
Bahia | BA | Salvador | Nordeste |
Ceará | CE | Fortaleza | Nordeste |
Distrito Federal | DF | Brasília | Centro - Oeste |
Espírito Santo | ES | Vitória | Sudeste |
Goiás | GO | Goiânia | Centro - Oeste |
Maranhão | MA | São Luís | Nordeste |
Mato Grosso | MT | Cuiabá | Centro - Oeste |
Mato Grosso do Sul | MS | Campo Grande | Centro - Oeste |
Minas Gerais | MG | Belo Horizonte | Sudeste |
Pará | PA | Belém | Norte |
Paraíba | PB | João Pessoa | Nordeste |
Paraná | PR | Curitiba | Sul |
Pernambuco | PE | Recife | Nordeste |
Piauí | PI | Teresina | Nordeste |
Rio de Janeiro | RJ | Rio de Janeiro | Sudeste |
Rio Grande do Norte | RN | Natal | Nordeste |
Rio Grande do Sul | RS | Porto Alegre | Sul |
Rondônia | RO | Porto Velho | Norte |
Roraima | RR | Boa Vista | Norte |
Santa Catarina | SC | Florianópolis | Sul |
São Paulo | SP | São Paulo | Sudeste |
Sergipe | SE | Aracajú | Nordeste |
Tocantins | TO | Palmas | Norte |
Tabela com os estados brasileiros e suas respectivas siglas, capitais e regiões, segundo o IBGE.
A soma dessas áreas coloca o Brasil como 5o maior país do mundo em superfície, superado apenas por Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Tal dimensão equivale 1,6% de toda a superfície planetária; 5,7% das terras emersas do globo; 20,8% da América; e 47,3% da América do Sul.
A Linha do Equador atravessa o Brasil, cortando, no sentido leste-oeste, os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Portanto, o Brasil tem seu território distribuído em dois hemisférios: o Norte e o Sul. Cerca de 93% do território está no hemisfério Sul e 7%, aproximadamente, no hemisfério Norte. Em relação ao Meridiano de Greenwich, o Brasil está localizado a oeste, totalmente no hemisfério Ocidental.
O Brasil faz fronteira terrestre com nove dos onze países independentes da América do Sul: Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, além da Guiana Francesa. A maior parte dessas fronteiras são demarcadas com base em acidentes naturais, como rios, serras e lagos.
Em razão da grande diversidade geográfica do Brasil, e também da existência de áreas que apresentam relativa homogeneidade, do ponto de vista natural, humano e econômico, o IBGE divide o território em cinco macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul.
📚 Você vai prestar o Enem 2020? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚
Durante um longo período – desde o descobrimento até as primeiras décadas do século XX – a organização do espaço brasileiro foi simples, pois a nossa história econômica e o processo de ocupação do espaço não apresentaram mudanças que justificassem grandes alterações no território.
Nesses quatro séculos, o Brasil foi uma nação agroexportadora, tendo sua economia o tempo todo concentrada em torno de pequenos grupos que dominavam inicialmente a produção açucareira, depois a cacaueira e, no final desse período, a produção cafeeira. Esses grupos centralizavam o poder político e faziam com que as ações governamentais sempre os beneficiassem, transformando o espaço onde viviam e produziam suas riquezas no centro dominante do país e organizando todo o território.
As transformações econômicas e políticas ocorridas no Brasil com a Revolução de 1930 enfraqueceram, relativamente, o poder desses grupos e modificaram tal processo. A industrialização e a consequente urbanização criaram novas necessidades para a economia como um todo e, também, para a administração federal, que passou a observar o país como um mercado – e não mais como uma área de produção para o exterior.
Com isso, tornou-se necessário conhecer o território: seus recursos naturais, suas áreas favoráveis à nova economia, suas áreas problemáticas, sua população (com seu potencial de trabalho e consumo), seu ritmo de crescimento, seus movimentos migratórios e, principalmente, suas condições de vida e suas expectativas para o futuro.
Por esse motivo, foi criado em 1934, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que passou a fazer levantamentos econômicos, demográficos e sociais para elaborar uma regionalização que considerasse as novas relações entre as diversas áreas do território brasileiro.
A partir de 8 de maio de 1969, o IBGE tornou pública a divisão regional do país que havia elaborado e que vigora atualmente, com pequenas modificações. Essa divisão consiste em cinco grandes regiões, chamadas de macrorregiões, e utiliza como critério para distribuir essas unidades as seguintes informações:
A partir dessa divisão, ao longo dos anos, foram realizadas algumas modificações de ordem político-administrativa.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
Além da divisão oficial em macrorregiões definida pelo IBGE, costuma-se usar, para efeito de análise, a que foi definida pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Ele divide os espaços nacionais levando em conta, além dos aspectos naturais, semelhanças econômicas, históricas e culturais, identificando três complexos regionais no Brasil:
Outra divisão regional usada no país, para efeito de análise da dinâmica humana e econômica, destaca-se levando em conta a dinâmica industrial, financeira e de circulação e, também, a densidade de redes de informações existentes no seu território. Os geógrafos Milton Santos e Maria Laura de Oliveira identificaram a existência, no Brasil, de quatro grandes regiões:
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a
[vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam
[laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940)
Segundo o crítico e historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país: