Além de diferenciadas pela forma, área e distância, as projeções podem ser construídas de acordo com as superfícies nas quais serão projetadas: cônica, azimutal ou cilíndrica.
Projeção Cilíndrica
O plano da projeção é um cilindro envolvendo a esfera terrestre. Depois de realizada a projeção dos paralelos e meridianos do globo para o cilindro, este é aberto ao longo de um meridiano, tornando-se um plano sobre o qual será desenhado o mapa.
A projeção cilíndrica de Mercator, também denominada de projeção cilíndrica conforme, foi criada na segunda metade do século XVI, período em que a Europa expandia seus domínios coloniais para o resto do mundo. Ela representa melhor as áreas próximas ao Equador, perdendo “fidelidade” na representação à proporção que aumenta o afastamento em relação a essa zona.
Nesse tipo de projeção, os paralelos e os meridianos cruzam-se em linha reta, as formas das massas continentais são conservadas e suas áreas relativas são distorcidas. Na época em que foi criada, a projeção tinha como objetivo principal construir um mapa que facilitasse a viagem dos navegadores. Isso explica sua preocupação com a representação das coordenadas geográficas se cruzando em ângulos retos, o que permitiria um melhor mapeamento das costas dos continentes.
Projeção cilíndrica de Mercator
A projeção normalmente mais utilizada é a de Mercator. Conserva as massas continentais mas distorce suas áreas relativas, pois valoriza a extensão dos territórios representados nas médias e altas latitudes. (A Groenlândia, por exemplo, é na verdade cerca de nove vezes menor que a América do Sul, mas nos mapas confeccionados nesta projeção parece ser bem maior). Esta projeção, do ponto de vista geopolítico, funcionou como instrumento de reforço à dominação europeia.
A projeção cilíndrica de Peters, também conhecida como projeção cilíndrica equivalente, respeita as áreas dos países, mas não suas formas. Construída também com paralelos se cruzando em linha reta, ela conserva as dimensões relativas dos territórios representados, porém distorce suas formas, deixando-os com aparência mais alongada.
O planisfério elaborado com base nessa projeção valoriza preferencialmente o tamanho de países da Ásia, América Latina e África, localizados próximos à Linha do Equador.
Projeção cilíndrica de Peters
O planisfério elaborado na projeção de Peters valoriza o tamanho de países na Ásia, América Latina e África. As dimensões favorecem os territórios dos países do hemisfério sul, que do ponto de vista geopolítico, registrou cartograficamente uma reivindicação dos países subdesenvolvidos, que cresceu no pós-guerra. Ainda dentro deste contexto, ganha divulgação a representação gráfica que coloca o hemisfério sul acima do norte, invertendo a representação tradicional.
Projeção cônica
A projeção cônica se caracteriza por apresentar os meridianos retos e os paralelos curvos. A superfície é representada por um “cone” que envolve o globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são linhas retas que convergem para os polos, as deformações ocorrem conforme a representação se afasta do paralelo de contato com o cone.
Em geral, é usada para representar só um hemisfério e retrata com maior perfeição apenas as regiões em altas e médias latitudes, provocando grandes deformações nas regiões de baixas latitudes, como as áreas equatoriais.
Esquema de projeção cônica.
Projeção plana (azimutal)
A projeção plana, ou azimutal, é geralmente empregada para representar pequenas áreas, pois as deformações aumentam bastante com o distanciamento do ponto central do mapa. Normalmente, é a projeção escolhida para representar as áreas polares.
Esquema de projeção azimutal.