A capitania de São Paulo ganha peso político durante a época da Independência do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, a Independência é proclamada às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, por Dom Pedro I.
Em 1821 a capitania transforma-se em província. Já em 1853, é criada a província do Paraná, e São Paulo perde território pela última vez, ficando a partir daquela data com seu território atual. Suas divisas atuais foram fixadas em definitivo apenas na década de 1930.
Ciclo do café e República Velha
Após a Independência do Brasil, o cultivo de café ganha força nas terras da região do Vale do Paraíba. O Vale enriquece rapidamente, gerando uma oligarquia rural. Porém, o restante da província continua dependente da cana-de-açúcar e do comércio que vai se estabelecendo na cidade de São Paulo.
Entretanto, a exaustão dos solos do Vale do Paraíba e as crescentes dificuldades impostas ao regime escravocrata levam a uma decadência no cultivo do café a partir de 1860. O Vale vai se esvaziando economicamente, enquanto o cultivo do café migra em direção ao Oeste Paulista.
Aos poucos, o café vai adentrando na região. Em 1870, a penetração da cultura encontra os férteis campos de cultivo de terras roxas do Nordeste paulista, o até então desconhecido quadrilátero compreendido entre a Serra de Botucatu e os rios Paraná, Tietê e Paranapanema, no final do século XIX e início do século XX.
Legenda: Este tipo de latossolo, também conhecido por terra roxa, é um tipo de solo avermelhado muito fértil, caracterizado por ser o resultado de milhões de anos de decomposição de rochas basálticas. Essas rochas, pertencentes à Formação Serra Geral, se originaram de um derrame vulcânico, na Era Mesozóica.
O nome "terra roxa" é um equívoco. Os imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café referiam-se ao solo pelo nome terra rossa, já que “rosso” em italiano significa "vermelho". Os brasileiros aportuguesaram o termo italiano, então, para "terra roxa".
Importante ressaltar que a proibição do tráfico negreiro, em 1850, leva a necessidade de busca de nova forma de mão de obra, e a imigração de europeus passa a ser incentivada pelo governo Imperial e provincial.
O enriquecimento provocado pelo café e a constante chegada de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e árabes à província, além do desenvolvimento de uma grande rede férrea para o transporte do café, trazem prosperidade a São Paulo.
Legenda: Imigrantes posando para fotografia no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes. 1890.
Industrialização e metropolização
Em 1930, o ciclo do café declina com a Crise de 1929, com o colapso dos preços externos dos grãos e com a Revolução de 1930, que retira os paulistas do poder.
Dois anos depois, em 1932, São Paulo entra na Revolução Constitucionalista, em uma tentativa de retomar o poder perdido, porém é derrotado militarmente. Neste contexto, a crise do café se amplifica e o êxodo rural esvazia o interior do estado.
No período do Estado Novo, com Ademar de Barros como governador e Prestes Maia como prefeito da cidade de São Paulo, o estado entra em uma nova fase de desenvolvimento, com a construção de grandes obras de infraestrutura.
Porém, a Segunda Guerra Mundial interrompe as importações de produtos e a indústria paulista inicia um processo de substituição de importações, passando a produzir os produtos até então importados.
O processo intensifica-se no governo de Juscelino Kubitschek, que no decorrer da década de 1950 lança as bases da indústria automotiva no ABC paulista.
Nas décadas de 1960 e 1970, o governo estadual promove diversas obras que incentivam a economia do interior do estado, esvaziado desde a crise do café em 1930. Entre elas estão a abertura e duplicação da Via Dutra (BR-116) - que recupera e industrializa o Vale do Paraíba -, a implantação do Aeroporto Internacional de Viracopos, a criação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a abertura de rodovias como Anhanguera e Bandeirantes, além da Rodovia Washington Luís.
Este processo de recuperação econômica do interior intensifica-se a partir da década de 1980, quando inúmeros problemas urbanos, como violência, poluição e ocupação desordenada começam a ficar cada vez mais presentes na Região Metropolitana de São Paulo.
Entre 1980 e 2000, a grande maioria dos investimentos realizados no estado foi feita fora da capital, que passa de uma metrópole industrial para um polo do setor de serviços.