A hispanização se tratou da subjugação dos nativos e das suas culturas, impondo a cultura e a religião espanhola na América. Os espanhóis não mediram esforços para alcançar o seu objetivo final e os povos pré-colombianos não foram receptivos aos seus avanços.
Houve intensos conflitos entre os nativos e os hispânicos, que, mesmo em menor número, eram militarmente muito superiores aos dos índios. Os espanhóis utilizavam armas de fogo, armaduras e cavalos, que disseminavam terror e violência entre os nativos.
Além da superioridade bélica, os espanhóis sabiam das rivalidades entre os povos nativos e utilizavam isso ao seu favor, se aliando com povos rivais para somar forças e derrubar civilizações mais consistentes.
Foi o caso da civilização Inca (situada nos andes), que exercia um forte controle sobre grupos mais fracos, a partir da cobrança de tributos. Assim, os Espanhóis se aliaram aos povos mais fracos para derrubar a forte civilização Inca. O mesmo aconteceu aos Astecas, que ocupavam a região do México.
O alinhamento com os povos que encontravam-se insatisfeitos com o controle das civilizações mais fortes foi uma estratégia crucial para os espanhóis, pois, assim, eles conseguiam compensar o seu baixo número de soldados.
Ao passo que o processo de dominação, imposta por violência, ia se desenvolvendo, mais as terras da América tornavam-se sujas de sangue: estima-se que mais de 30 milhões de índios foram mortos durante o processo de colonização espanhola.
Grande parte desse número de mortos se deu, também, por conta das doenças que os europeus trouxeram do seu continente (como gripe, varíola e sífilis), que assolou grande parte da população, pois os índios não tinham defesas naturais contra essas doenças. Assim, suas civilizações foram dizimadas e seus povos escravizados.
O processo de hispanização se intensificou na metade do século XVI. Os pré-colombianos já se encontravam muito devastados pelo poder da Coroa Espanhola, e isso favoreceu a intensificação das práticas de evangelização impostas pelos espanhóis nesses povos, que já aconteciam desde 1492.
A exploração de indígenas por grupos de espanhóis que vinham até o continente em busca de novas terras se tornou mais usual. A prática mais conhecida era a encomienda, que se tratava da divisão e entrega de indígenas para o trabalho escravo em obras espanholas, em troca da sua evangelização.
A escravização dos índios era predominante no processo de colonização espanhola, mas depois foi alvo de debate e críticas: pela liderança do frade Bartolomeu de las Casas, surgem defesas aos índios que fazem, posteriormente, com que práticas como a encomienda cheguem ao fim.
A principal consequência da hispanização foi a consolidação das colônias espanholas por todo o território americano. Para isto:
- As grande civilizações nativas, bem como os seus símbolos políticos, foram apagadas;
- Cuzco (capital Inca) e Tenochittalán (capital Asteca) foram devastadas, e prédios espanhóis foram erguidos em seus lugares;
- os povos pŕé-colombianos foram completamente subjugados e englobados nos costumes e na cultura espanhola, ocupando posições marginais na sociedade colonial;
- a colônia espanhola era de exploração, logo, era empregada a mão de obra escrava indígena em atividades de exploração de recursos, como a mineração;
- a Coroa Espanhola muito enriqueceu com a exploração das suas colônias americanas.
Mapa que representa o domínio colonial na américa do século XVIII (1750): Os territórios em verde e verde claro são de domínio espanhol; os roxos de domínio português; azul e azul claro, domínio francẽs; vermelho são de domínio britânico; marrom são de domínio russo. Disponível em:<https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=File:Colonizationoftheamericas.png>