A Muralha da China foi uma obra cuja construção durou 1900 anos, passando por diferentes dinastias chinesas. Durante este período, o país foi alvo de diversas invasões, dentre elas, as dos mongóis. Assim, surgiu a necessidade da construção de um sistema defensivo para a proteção das fronteiras chinesas.
O império da China se formou a partir da unificação de diversos reinos, após uma guerra no século V a.C. Com a formação deste império, foram feitas, pelo primeiro imperador, Qin Shihuangdi, as primeiras obras para a consolidação da muralha (259-210 a.C.), que tinham o intuito de unificar as muralhas defensivas que haviam sido construídas nos reinos que se situavam ao norte da China (antes da unificação). Essas obras demoraram décadas para serem concluídas.
Com a morte de Shihuangdi e a queda da dinastia Qin, contudo, a grande muralha se tornou desprotegida e abandonada. Essa situação perdurou até a chegada da dinastia Han (141-87 a.C.). Nesta dinastia, a muralha foi reforçada com a construção de faróis, torres e fortes em decorrência de uma ação contra tribos nômades invasoras e, também, contra os mongóis.
Essas reformas durante a dinastia Han foram muito importantes, já que, além do seu papel principal de proteção às fronteiras da China, elas contribuíram para a exploração de terras e para o aumento de zonas de plantio e de fazendas a norte e a oeste do império.
Essa exploração de terras foi uma das sementes que germinaram no aparecimento de umas das rotas comerciais mais conhecidas da história, a rota da seda. Assim, com as reformas da dinastia Han, a Muralha da China passou a ter um papel importante na economia, pois centralizava o controle do comércio e da entrada e saída do território chinês.
As reformas durantes as próximas dinastias mantiveram o caráter de manutenção e de expansão da Muralha, mesmo existindo alguns períodos em que não houveram reformas, mantendo o seu propósito defensivo e econômico.
Na dinastia Yuan (1206-1368), entretanto, os mongóis passaram a controlar toda a China, assim como partes da Ásia e porções da Europa. Por conta disso, a Muralha passou a ter menos manutenção e menor relevância no papel defensivo, tornando-se mais importante na economia e no controle de rebeliões chinesas.
Com a dinastia Ming (1368-1644), os chineses retomaram o controle da China, começando uma incessante reforma e fortificação da grande muralha, temendo uma nova invasão. As reformas feitas durante a dinastia Ming representam a maior parte da Muralha que temos hoje em dia.