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Redemocratização na América Latina

História Geral - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 27/9/2022

Índice

Introdução

Entre os anos 1954 e 1990 a maioria dos países na América Latina viveram, em algum momento, sob regimes ditatoriais militares. O período de redemocratização nestes países ainda é recente. A redemocratização é o processo em que os direitos civis foram reconquistados e as instituições democráticas reconstituídas. 

Ditaduras na América Latina

Na história mundial, os regimes militares foram comumente comandados por um governante ditador. Fazendo uso do poder bélico e da força militar para chegar ao poder, esses regimes estiveram presentes em várias partes dos continentes do mundo. 

No contexto da Guerra Fria, a polarização entre capitalismo e comunismo e as tensões dela resultante fizeram eclodir muitos golpes de estado pelo mundo. 

Algumas das características comuns em regimes militares são: 

  • governos autoritários;
  • repressão e censura de opositores;
  • culto e valorização da figura do ditador por meio de propaganda políticas institucionais.

A bipolarização política decorrente da Guerra Fria instaurou entre os setores conservadores dos países latino-americanos o medo de possíveis revoluções socialistas. Os Estados Unidos apoiaram os golpes militares contra a democracia em mais da metade das nações da América Latina, principalmente após a Revolução Comunista Cubana e da ascensão do poder de Fidel Castro

Guatemala, Paraguai, Argentina, Brasil, Peru, Uruguai, Chile, República Dominicana, Nicarágua e Bolívia viveram sob regimes militares ditatoriais em algum momento entre os anos de 1954 e 1990. 

Foram comuns nesses países movimentações de parcelas conservadoras da população - como partes das classes médias, das oligarquias locais, dos empresários nacionais e da Igreja Católica - em prol das intervenções militares que viriam a conter a “ameaça vermelha”.

A última ditadura a ter fim na América Latina foi a do Chile, quando Pinochet perdeu o poder em 1990. 

Operação Condor

Operação Condor foi uma aliança entre os regimes militares ditatoriais latino-americanos com a intenção de conter as ameaças comunistas e, sendo assim, perseguir os opositores do regime, pessoas ligadas aos movimentos de esquerda ou consideradas “antipatriotas” e subversivas. 

Nesse contexto, com respaldo legal, as ditaduras operaram torturas, exílios, prisões e diversos tipos de violência contra quem consideravam uma ameaça. Milhares de pessoas desapareceram nesse período.  

As Redemocratizações

Em oposição aos regimes autoritários na América Latina surgiram movimentos que incluíram diversos sujeitos e instituições sociais, com a intenção de se consolidar como resistências democráticas em prol da dissolução das ditaduras instauradas

Esses movimentos foram de suma importância para os processos de redemocratização nos países latino-americanos e para as conquistas posteriores. Trataremos aqui dos processos de redemocratização na Bolívia (1982); Argentina (1983), Uruguai (1984), Brasil (1985) e Chile (1988).  

Redemocratização na Bolívia

redemocratização boliviana teve início em 1978 e se concretizou apenas nos primeiros anos da década de 1980. As pressões para que o então presidente militar Hugo Suarez convocasse eleições diretas para a presidência vinham tanto dos movimentos sociais, como das instituições internas ao governo. 

Convocadas as eleições, o partido Unidad Democratica y Popular conseguiu eleger um representante, mas este foi golpeado pelo militar Juan Pereda Asbum. Somente em 1982, quando um não candidato à presidência recebeu a maior parte dos votos pela população é que o regime ditatorial boliviano foi chegando ao fim. 

Redemocratização na Argentina

O processo de abertura política na Argentina começou a partir da manifestação popular em prol do restabelecimento das eleições diretas, clamando que Perón pudesse concorrer. 

Perón, entretanto, foi impedido pelo então presidente militar, Alejandro Lanusse, de se candidatar, o que levou a eleição de Hector José Cámpora, primeiro presidente civil e democrático após o regime militar na Argentina. 

“Madres de la praza de mayo”  junto a Néstor Kirchner, presidente da Argentina em 2005. As “Madres de la praza de mayo” surgiram como um movimento social democrático que denuncia o regime político e busca pelo paradeiro de deus filhos desaparecidos durante a ditadura argentina.

Redemocratização no Uruguai

A redemocratização uruguaia aconteceu graças a um acordo entre Gregório Álvarez, o Partido Colorado, a União Cívica e a Frente Ampla, determinando a realização de eleições diretas para a presidência. Em 1985 o primeiro presidente Civil pós-ditadura chegou ao poder: Julio Maria Sanguinetti. 

Redemocratização no Brasil

As greves de 1978 e os movimentos estudantis contribuíram muito com o enfraquecimento do regime militar brasileiro e levaram os cidadãos a realizar manifestações de massa em 1984, reivindicando a realização de eleições diretas para o Presidente da República, as “Diretas Já”.

Entretanto, os protestos de artistas, políticos, setores civis, estudantes e trabalhadores pelas “Diretas Já” não obtiveram sucesso. As eleições não foram diretas e sim realizadas pelo Colégio Eleitoral, que escolheu Tancredo Neves como novo presidente do Brasil

Entretanto, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo, levando à posse de José Sarney, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de regime militar.  

Redemocratização no Chile

Augusto Pinochet, considerado um dos mais violentos ditadores da história da América Latina

O fim da violenta ditadura de Augusto Pinochet no Chile aconteceu graças ao movimento em prol da democracia chamado NO. O movimento insuflou a população e fez tamanha pressão que Pinochet renunciou ao cargo. Patrício Aylwin foi o primeiro presidente após o processo de redemocratização chileno. 

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
PUC/MG

Nos anos de 1960/1970, vários países da América Latina sofrem intervenções militares. Essas intervenções ocorrem porque é necessário, EXCETO:

A garantir o poder da elite político-social incrustada no Estado.
B salvaguardar os interesses do capital estrangeiro investido nos países.
C reduzir o espaço democrático conquistado pelos sindicatos e partidos.
D reconhecer o papel das forças armadas como instrumentos do poder civil.
E ampliar a ação e o poder do Estado no controle da sociedade civil.
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