Em oposição aos regimes autoritários na América Latina surgiram movimentos que incluíram diversos sujeitos e instituições sociais, com a intenção de se consolidar como resistências democráticas em prol da dissolução das ditaduras instauradas.
Esses movimentos foram de suma importância para os processos de redemocratização nos países latino-americanos e para as conquistas posteriores. Trataremos aqui dos processos de redemocratização na Bolívia (1982); Argentina (1983), Uruguai (1984), Brasil (1985) e Chile (1988).
Redemocratização na Bolívia
A redemocratização boliviana teve início em 1978 e se concretizou apenas nos primeiros anos da década de 1980. As pressões para que o então presidente militar Hugo Suarez convocasse eleições diretas para a presidência vinham tanto dos movimentos sociais, como das instituições internas ao governo.
Convocadas as eleições, o partido Unidad Democratica y Popular conseguiu eleger um representante, mas este foi golpeado pelo militar Juan Pereda Asbum. Somente em 1982, quando um não candidato à presidência recebeu a maior parte dos votos pela população é que o regime ditatorial boliviano foi chegando ao fim.
Redemocratização na Argentina
O processo de abertura política na Argentina começou a partir da manifestação popular em prol do restabelecimento das eleições diretas, clamando que Perón pudesse concorrer.
Perón, entretanto, foi impedido pelo então presidente militar, Alejandro Lanusse, de se candidatar, o que levou a eleição de Hector José Cámpora, primeiro presidente civil e democrático após o regime militar na Argentina.
“Madres de la praza de mayo” junto a Néstor Kirchner, presidente da Argentina em 2005. As “Madres de la praza de mayo” surgiram como um movimento social democrático que denuncia o regime político e busca pelo paradeiro de deus filhos desaparecidos durante a ditadura argentina.
Redemocratização no Uruguai
A redemocratização uruguaia aconteceu graças a um acordo entre Gregório Álvarez, o Partido Colorado, a União Cívica e a Frente Ampla, determinando a realização de eleições diretas para a presidência. Em 1985 o primeiro presidente Civil pós-ditadura chegou ao poder: Julio Maria Sanguinetti.
Redemocratização no Brasil
As greves de 1978 e os movimentos estudantis contribuíram muito com o enfraquecimento do regime militar brasileiro e levaram os cidadãos a realizar manifestações de massa em 1984, reivindicando a realização de eleições diretas para o Presidente da República, as “Diretas Já”.
Entretanto, os protestos de artistas, políticos, setores civis, estudantes e trabalhadores pelas “Diretas Já” não obtiveram sucesso. As eleições não foram diretas e sim realizadas pelo Colégio Eleitoral, que escolheu Tancredo Neves como novo presidente do Brasil.
Entretanto, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo, levando à posse de José Sarney, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de regime militar.
Redemocratização no Chile
Augusto Pinochet, considerado um dos mais violentos ditadores da história da América Latina
O fim da violenta ditadura de Augusto Pinochet no Chile aconteceu graças ao movimento em prol da democracia chamado NO. O movimento insuflou a população e fez tamanha pressão que Pinochet renunciou ao cargo. Patrício Aylwin foi o primeiro presidente após o processo de redemocratização chileno.