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Aluísio Azevedo

Literatura - Manual do Enem
Bianca Ferraz Publicado por Bianca Ferraz
 -  Última atualização: 27/9/2022

Índice

Introdução

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857-1913) é um escritor brasileiro que se filiou à estética naturalista, no mesmo período histórico – a segunda metade do século XIX – em que ocorreram, também, o realismo e o parnasianismo, este último referente à poesia.

É, sem dúvidas, um dos autores mais famosos desse período e considerado o grande representante do naturalismo na literatura brasileira.

Seu irmão, Artur Azevedo, escrevia peças para teatro e foi por sua influência que Aluísio, nascido em São Luís do Maranhão, resolver se mudar para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar nas redações de jornais de cunho político ou humorístico fazendo caricaturas.

Depois, ao voltar para o Maranhão, após a morte se pai, começou a escrever crônicas satíricas para a imprensa de oposição, textos em que critica o tradicionalismo e conservadorismo de costumes dos maranhenses.

Escreve seu primeiro romance, intitulado “Uma Lágrima de Mulher”, em 1880, entretanto, esse texto ainda traz um caráter sentimental, o que não o leva a se destacar.

A primeira obra de maior fôlego que ele escreveu chamou “O Mulato”, do ano de 1881, e é considerada um dos marcos iniciais do período que abarcou, na prosa brasileira, o realismo e o naturalismo.

Em “O Mulato”, Aluísio Azevedo se propõe a analisar a temática do preconceito racial, sobretudo o existente dentro das famílias mais ricas da sociedade provinciana. A obra, aclamada como exemplar da corrente naturalista, entretanto, desagradou aqueles que se viram nela representados, fazendo que o autor decidisse voltar ao Rio de Janeiro.

Muito influenciado por Émile Zola, representante francês do naturalismo, e Eça de Queirós, autor português que também escreveu obras naturalistas, Aluísio Azevedo consagra-se com a obra O Cortiço”, de 1890, em que a exploração do homem pelo homem, a degradação humana e as consideradas perversões sexuais são tematizadas.

Naturalismo

O naturalismo é uma tendência literária que tinha o objetivo de elaborar romances experimentais. Isso significa que as obras relacionadas a essa estética procuram defender uma tese, nos moldes científicos.

Diferentemente do realismo, em que a abordagem psicológica era valorizada, conferindo um aprofundamento às personagens, o escritor naturalista atém-se ao exterior. Regido pelo determinismo, o comportamento do ser humano pode ser explicado por fatores externos a ele: meio, contexto histórico e raça.

Outra característica bastante proeminente nas obras naturalistas é a zoomorfização (ou animalização), processo em que os seres humanos são associados a animais, sobretudo em relação a sua aparência e comportamentos. Essa associação, entretanto, é sempre degradante, diferente do que acontecia no romantismo, por exemplo.

Principais obras

Aluísio Azevedo escreveu contos, crônicas, operetas, revistas teatrais, mas foram os seus romances que o levaram a figurar como destaque da literatura naturalista e como um dos grandes autores da literatura brasileira.

Veja a seguir algumas de suas principais obras:

  • O Mulato, (1881).
  • Casa de Pensão, (1884).
  • O Homem, (1887).
  • O Cortiço, (1890).
  • O Livro de uma Sogra (1895).

O Cortiço

O romance “O Cortiço”, publicado em 1890, é considerado, de forma geral, a obra mais representativa do naturalismo na literatura brasileira.

Seu enredo trata da vida dos homens livres e pobres das áreas urbanas do Rio de Janeiro, em especial daqueles que moram no cortiço do português João Romão, homem ambicioso que não mede esforços para ascender social e economicamente.

Tendo o cortiço como núcleo principal, o autor passa por questões como a exploração do homem pelo próprio homem, o que pode ser visto na relação que se estabelece entre João Romão e Bertoleza, a qual é enganada e explorada pelo patrão; a sexualidade e seus mais diversos afluentes (relações entre pessoas do mesmo sexo, prostituição).

A zoomorfização característica do naturalismo também aparece na obra, alinhada aos preceitos do determinismo científico, que buscava explicar cada ação humana com base nos elementos externos que cercam o indivíduo.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
PUC-RS/2008

“O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se, já não se destacavam vozes dispersas, mas só um ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas; fazendo compras.”

O texto em questão pertence à obra “O cortiço”, de Aluísio de Azevedo, cuja trama:

A gira em torno de um menino, mal visto pela vizinhança, mas protegido pelo padrinho.
B apresenta o matrimônio como solução para as dívidas financeiras.
C insinua a ocorrência do adultério, que atormenta o narrador-personagem.
D mostra a ânsia pela ascensão social movida pela avareza e pela exploração humana.
E narra a história entre um jovem bacharel e uma prostituta.
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