Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857-1913) é um escritor brasileiro que se filiou à estética naturalista, no mesmo período histórico – a segunda metade do século XIX – em que ocorreram, também, o realismo e o parnasianismo, este último referente à poesia.
É, sem dúvidas, um dos autores mais famosos desse período e considerado o grande representante do naturalismo na literatura brasileira.
Seu irmão, Artur Azevedo, escrevia peças para teatro e foi por sua influência que Aluísio, nascido em São Luís do Maranhão, resolver se mudar para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar nas redações de jornais de cunho político ou humorístico fazendo caricaturas.
Depois, ao voltar para o Maranhão, após a morte se pai, começou a escrever crônicas satíricas para a imprensa de oposição, textos em que critica o tradicionalismo e conservadorismo de costumes dos maranhenses.
Escreve seu primeiro romance, intitulado “Uma Lágrima de Mulher”, em 1880, entretanto, esse texto ainda traz um caráter sentimental, o que não o leva a se destacar.
A primeira obra de maior fôlego que ele escreveu chamou “O Mulato”, do ano de 1881, e é considerada um dos marcos iniciais do período que abarcou, na prosa brasileira, o realismo e o naturalismo.
Em “O Mulato”, Aluísio Azevedo se propõe a analisar a temática do preconceito racial, sobretudo o existente dentro das famílias mais ricas da sociedade provinciana. A obra, aclamada como exemplar da corrente naturalista, entretanto, desagradou aqueles que se viram nela representados, fazendo que o autor decidisse voltar ao Rio de Janeiro.
Muito influenciado por Émile Zola, representante francês do naturalismo, e Eça de Queirós, autor português que também escreveu obras naturalistas, Aluísio Azevedo consagra-se com a obra “O Cortiço”, de 1890, em que a exploração do homem pelo homem, a degradação humana e as consideradas perversões sexuais são tematizadas.