Castro Alves, como é mais conhecido Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), foi um poeta da terceira geração do Romantismo brasileiro. Ele recebeu a alcunha de “poeta dos escravos”, já que, em suas obras, defendia a abolição da escravatura com poemas efusivos e bastante apelativos.
Foi chamado, também, por Machado de Assis, de “poeta republicano”, em vista de ser um dos autores os quais defendiam a República, que viria a ser proclamada em 1889.
Começou a escrever muito jovem, quando tinha por volta de 16 anos de idade, e ainda com 17 produziu alguns versos da obra “Os escravos”, a qual destacou-se como uma das mais importantes de sua produção literária.
Castro Alves é classificado como um autor da terceira geração do Romantismo no Brasil. Essa geração foi chamada, também, de Hugoana e Condoreira.
O primeiro epíteto, Hugoana, refere-se à influência que exerceu o autor francês Victor Hugo. É possível dizer que essa geração corresponde, em terras brasileiras, ao projeto estético que o autor francês idealizou.
Já o segundo, Condoreira, deriva da figura do condor, ave que é símbolo da liberdade. Essa geração representa, portanto, a luta pela liberdade, que pode ser centralizada na postura abolicionista que foi assumida pelos autores da época.
Nos textos de Castro Alves, pode-se encontrar diversas características marcantes como o tom oratório e messiânico, com o intuito de persuadir seus ouvintes e leitores a aderir às ideias defendidas pelo poeta, e o uso de antíteses e hipérboles, figuras de linguagem que acentuavam o caráter apelativo dos poemas.
A obra de Castro Alves pode ser lida toda a partir de um viés político e social. Isso porque, mesmo quando o poeta se aproxima da autobiografia e do intimismo, ele se reconhece como parte de uma sociedade em que a voz do outro aparece como um eco do lamento da voz individual.
Castro Alves teve obras publicadas tanto em poesia quanto no teatro. Abaixo, segue a cronologia das publicações do autor:
Vale ressaltar que a obra “Hinos do Equador” foi publicada de forma póstuma, ou seja, após a morte do poeta e, posteriormente, foi incluída no volume de Obras Completas.
Nessa obra, estão reunidos os poemas de Castro Alves que representam o auge de sua poesia abolicionista, engajada na luta pela libertação dos escravos. Nesses textos, o poeta procurou aprofundar a análise das implicações que a escravidão e, por consequência, os sofrimentos por ela causados, geravam na vida humana.
Um exemplo disso pode ser visto no trecho a seguir, retirado do poema “O Navio Negreiro”:
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus…
Ó mar! por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?…
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!”
No excerto, pode-se perceber como o autor utilizava recursos estilísticos para dar a seu texto um aspecto mais apelativo. O uso de vocativos, utilizados para clamar a Deus que olhasse para a vida dos negros escravizados, por exemplo, mostra como o poeta conseguia articular em seu poema a dramaticidade necessária para persuadir seus leitores sobre a importância da luta contra a escravidão no país.
Esse objetivo é cumprido de maneira ainda mais eficaz à medida que o eu lírico não recebe resposta ao longo dos versos, o que o leva a continuar chamando por Deus na esperança de que se acabem os sofrimentos a que os escravos estavam submetidos.
Tais recursos contribuíram para que Castro Alves fosse considerado o principal autor da terceira geração do Romantismo brasileiro e, também, um dos maiores poetas da literatura do país.
Considerando os seguintes itens:
I - Autor da obra Cantos e Fantasias e O Estandarte Auriverde.
II - Foi chamado de “o poeta dos escravos” por seus textos contra a escravidão.
III - Autor de Juca Pirama, belo poema de inspiração indianista.
IV - Sua poesia é extremamente egocêntrica e sentimental, exprimindo um pessimismo doentio, uma descrença generalizada, um tédio de vida que impregna tudo de tristeza e desilusão.
V - Seu estilo vibrante e oratório empolgava os ouvintes, popularizando seus poemas de caráter social.
Referências a Castro Alves encontram-se apenas em: