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Conceptismo: entenda o estilo argumentativo do Barroco com exemplos e autores

Literatura - Manual do Enem
Última atualização: 20/8/2025

Introdução

A literatura barroca, marcada por contrastes, exageros e dualidades, é uma das fases mais ricas da cultura ocidental. Dentro desse movimento, destacam-se dois estilos principais: cultismo e conceptismo. 

O conceptismo é um estilo de escrita da literatura barroca caracterizado pelo uso da lógica, da razão e da argumentação persuasiva. Se diferencia do cultismo por valorizar o conteúdo racional e a retórica em vez da forma estética.

Livros empilhados sobre mesa representam o conceptismo, estilo literário marcado pela lógica e argumentação racional.

Índice

O que é conceptismo e qual seu papel na literatura barroca?

O conceptismo surgiu como um dos dois grandes estilos da literatura barroca, em oposição ao cultismo. Enquanto o cultismo focava na forma e na estética das palavras, o conceptismo valorizava o conteúdo racional e a estrutura lógica do texto. 

É um estilo que busca convencer o leitor por meio de argumentos sólidos, jogos de raciocínio e uso de estruturas intelectualmente sofisticadas.

Essa forma de expressão está diretamente ligada à lógica argumentativa, ou seja, à construção de ideias encadeadas, com base na razão. Ao utilizar uma linguagem racional, o conceptismo propõe uma comunicação mais direta com o intelecto do leitor ou ouvinte, contrastando com o apelo sensorial e ornamental do cultismo.

Essa abordagem foi especialmente eficaz no contexto do Barroco, período em que a tensão entre fé e razão, mundo e espírito, se fazia presente na vida cultural e religiosa da Europa e da América Latina.

O conceptismo expressa essa inquietação ao usar a argumentação como ferramenta para discutir temas teológicos, morais e sociais.

Diferença entre conceptismo e cultismo

Para entender melhor o conceptismo, é importante compará-lo ao cultismo, também conhecido como gongorismo (por influência de Luís de Gôngora). A principal diferença está no foco do discurso:

  • Cultismo: valoriza a estética da linguagem. Usa muitas figuras de linguagem, metáforas elaboradas, hipérboles e vocabulário rebuscado. A ênfase está no "como" se diz.

  • Conceptismo: valoriza o conteúdo racional e a clareza dos argumentos. Foca na retórica e na estrutura lógica do pensamento. A ênfase está no "o que" se diz.

Enquanto um poema cultista encanta pelo jogo de palavras e sons, um texto conceptista impressiona pela força do raciocínio e da persuasão. O Enem costuma apresentar textos de ambos os estilos, e saber diferenciá-los é fundamental para interpretar as questões corretamente.

Características do conceptismo: lógica, persuasão e jogo de ideias

O conceptismo é marcado por algumas características muito específicas que ajudam o leitor a reconhecê-lo facilmente:

  • Uso da lógica: os textos conceptistas seguem uma linha de raciocínio bem definida, com começo, meio e fim estruturados logicamente.

  • Retórica e arte da persuasão: o autor recorre a técnicas da retórica clássica para convencer o leitor, incluindo perguntas retóricas, silogismos e analogias.

  • Jogo de ideias: em vez de brincar com palavras, o conceptismo brinca com conceitos, criando contrastes, paradoxos e argumentações surpreendentes.

  • Conteúdo racional: foco em ideias claras, geralmente ligadas à moral, ética ou religião.

  • Figuras de linguagem: utilizadas com função argumentativa, como a antítese e o paradoxo, e não apenas decorativa.

Esses recursos eram particularmente eficazes nos sermões religiosos, pois permitiam que o orador convencesse seus ouvintes sobre questões de fé por meio do raciocínio.

Conceptismo nos sermões de Padre Antônio Vieira

O padre Antônio Vieira é o maior nome do conceptismo barroco no Brasil. Seus sermões barrocos são verdadeiros exemplos de domínio da retórica e da argumentação lógica. Vieira utilizava a estrutura racional para conduzir o leitor (ou ouvinte) a uma conclusão inevitável, frequentemente com forte apelo moral.

Um exemplo famoso é o Sermão da Sexagésima, em que ele discute o papel do pregador, analisando os motivos pelos quais a palavra de Deus não frutifica como deveria. Ele utiliza exemplos históricos, raciocínios encadeados e questionamentos retóricos, revelando seu profundo domínio do estilo conceptista.

Como identificar o conceptismo em textos literários e no Enem

Reconhecer um texto conceptista pode ser simples quando se sabe o que procurar. Algumas dicas práticas para identificar esse estilo nas questões do Enem ou em outros exames:

  • O texto tem foco na ideia principal, desenvolvida com clareza e argumentação?

  • O autor usa estratégias persuasivas e lógicas, como exemplos, comparações e perguntas retóricas?

  • Há presença de contrastes conceituais e um encadeamento racional de ideias?

  • A linguagem evita floreios estéticos e prioriza a clareza?

Se a resposta for sim para a maioria desses pontos, provavelmente você está diante de um exemplo de conceptismo.

 

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