Graciliano Ramos teve grande destaque na literatura brasileira com seus romances. Uma de suas obras mais famosas, “Memórias do Cárcere”, é resultado da experiência vivida pelo autor após ser preso, acusado de ser subversivo.
Abaixo, segue a cronologia das principais publicações do escritor:
- Caetés: 1925, primeiro romance de Graciliano Ramos;
- São Bernardo: 1934;
- Angústia: 1936;
- Vidas Secas: 1938;
- A Terra dos Meninos Pelados: 1939, obra composta por contos infanto-juvenis;
- Infância: 1945, obra de caráter memorialista;
- Insônia: 1947, contos;
- Memórias do Cárcere: 1953, obra póstuma e memorialista relativa ao período em que Graciliano Ramos esteve preso.
Vidas Secas
O romance “Vidas Secas”, publicado em 1938, é a obra mais célebre de autoria de Graciliano Ramos. A obra foi vencedora do Prêmio da Fundação William Faulkner (Estados Unidos), no ano de 1962, como obra representativa da Literatura Brasileira Contemporânea.
Além disso, o filme “Vidas Secas”, adaptação do livro homônimo para o cinema, de Nelson Pereira Santos, foi vencedor de dois prêmios internacionais: o Prêmio Catholique International du Cinema e o Prêmio Ciudade de Valladolid (Espanha).
O enredo da obra remete ao interior do sertão nordestino, em que as famílias residentes sofrem com o problema da seca. Somado esse contexto à visão mais crítica das relações sociais, característica dos autores dos anos de 1930, tem-se, em “Vidas Secas”, uma demonstração não só da condição de extrema pobreza - que resulta até mesmo em uma animalização do homem, Fabiano, o protagonista, –, mas também da exploração do homem pelo próprio homem, com base nas relações de poder sociais.
Outro personagem icônico da obra é Baleia, a cadela que acompanha a família retirante em sua trajetória. Se destaca por sua humanização, em oposição às personagens humanas. O ápice de tal humanização se dá no fato de a cachorra ser capaz até mesmo de sonhar – ato tipicamente humano.
Seu sonho era um céu cheio de preás. Assim, teria alimento farto - um contraponto à escassez vivida com a família de retirantes. Essa personagem é, também, paradoxal em seu nome. Ao ser chamada de Baleia, o que remete a um animal grandioso, tem-se um contraste com sua pequenez e magreza, que transparecem a situação de pobreza por ela sofrida.