“Quincas Borba” é um romance escrito por Machado de Assis, originalmente feito em folhetim e publicado como livro em 1892. Faz parte da trilogia realista do autor, que também conta com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, caracterizada pelo uso constante de ironia e pessimismo por parte do autor e do narrador.
Se você já leu “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, provavelmente “Quincas Borba” vai fazer muito mais sentido, pois nesse livro, Machado desenvolve um pouco melhor a história de Quincas Borba, personagem secundária em “Memórias”. O livro não pode ser considerado uma continuação, mas fica muito mais fácil lê-lo se já tivermos lido seu antecessor, pois há muitas referências ao outro romance.
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“Quincas Borba” é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente e onipresente, que muitas vezes dirige sua palavra ao leitor, de modo a conduzir melhor a história.
O protagonista do romance é Pedro Rubião de Alvarenga, professor primário que, na cidade de Barbacena, se torna enfermeiro, discípulo e amigo do filósofo Quincas Borba, que lhe ensina o Humanitismo, filosofia inventada por ele que pregava a que a razão do homem é sempre buscar viver e que a sobrevivência depende muitas vezes de saber vencer os outros. Em meio a isso, Quincas foi ficando cada vez mais agitado e foi enlouquecendo, enquanto Rubião cuidava dele.
Um dia, Quincas resolve ir para o Rio de Janeiro e lá falece na casa de Brás Cubas (aqui vemos uma ponte entre este romance e o “Memórias”), deixando a sua herança milionária para Rubião, com a única condição de que esse cuidasse de seu cachorro, que também se chamava Quincas Borba.
Cansado da calmaria de Barbacena, Rubião decide ir para o Rio de Janeiro, e no trem a caminho conhece o capitalista Cristiano de Almeida e Palha e sua esposa, Sofia. O casal aproveita-se da ingenuidade do outro, e Cristiano consegue arrancar algum dinheiro do recente milionário.
Assim, Rubião se estabelece no Rio, com uma grande casa em Botafogo, o cachorro Quincas Borba como companhia e diversos criados para atenderem seus caprichos. Ele, Cristiano e Sofia se tornam grandes amigos, sempre visitando a casa um do outro e saindo juntos.
Em meio a tudo isso, Rubião tem uma grande parceria de negócios com Cristiano, que acaba tirando muito dinheiro do outro. Além disso, Rubião acaba se apaixonando por Sofia, cuja beleza ele admirava desde que haviam se conhecido no trem para o Rio de Janeiro.
Porém, depois de muito tempo sendo ludibriado pelo casal, Rubião percebe que a proximidade de ambos era apenas de fachada, que eles queriam apenas tirar proveito de seu dinheiro, e que Sofia nunca havia demonstrado um real interesse nele.
Com isso, Rubião começa a enlouquecer e logo fica sem dinheiro. O casal Palha vê a situação do homem e se responsabilizam por cuidar dele, que piora cada vez mais e chega a ser mandado para um hospício.
Enlouquecendo cada vez mais, Rubião acredita que é o imperador francês Napoleão, e consegue fugir do hospício junto com o seu cão, viajando para Barbacena logo em seguida. Na cidade, não conseguem receber abrigo e passam a noite na rua.
O final de “Quincas Borba” é triste: Rubião morre poucos dias depois de voltar à Barbacena, e o cachorro Quincas Borba acaba morrendo também.
Durante o livro, a filosofia do Humanitismo é sempre trabalhada e lembrada, com a frase que Quincas Borba fala a Rubião: “ao vencedor, as batatas”. Essa frase é importante porque mostra o princípio máximo da filosofia humanitista, e acompanha Rubião durante toda a sua história, sendo repetida até mesmo na hora de sua morte.
Filósofo e intelectual que vivia em Barbacena, muito amigo de Rubião (que cuidou dele enquanto este enlouquecia). Acaba por morrer no Rio de Janeiro e deixar toda a sua herança para Rubião, com a única condição que ele cuidasse de seu cachorro. É um personagem que já aparece no romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e recebe maior atenção neste livro.
Amigo e receptor da herança de Quincas Borba, acaba mudando-se para o Rio de Janeiro quando fica rico, sendo explorado pelo casal Palha. Acaba se apaixonando por Sofia, e quando percebe o interesse do casal e a falta de amor da moça acaba por enlouquecer, morrendo em Barbacena.
Cachorro que antes pertencia a Quincas Borba e depois de sua morte, pertence a Rubião, sendo seu companheiro nas mais diversas situações. É descrito como sendo um cachorro de porte médio, com pelo cor de chumbo e malhado de preto. Acaba morrendo depois que seu dono também morre.
Capitalista interesseiro, casado com Sofia e que vê a ingenuidade de Rubião como uma forma de conseguir dinheiro e crescer na vida.
Casada com Cristiano, também vê Rubião como uma forma de ganhar dinheiro e melhorar a vida, fazendo com que o outro se apaixonasse por ela e pela sua beleza.
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Sobre Quincas Borba, de Machado de Assis, pode-se dizer que: