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Lógica

Matemática - Manual do Enem
Kauê  Neves Publicado por Kauê Neves
 -  Última atualização: 28/7/2022

Introdução

Lógica é um tópico de extrema importância na Matemática, já que através dela podemos avaliar proposições e criar novos teoremas a partir do conhecimento que já possuímos. Vamos ver alguns conceitos importantes.

Índice

Proposição

Oração declarativa que possui valor lógico, ou seja, pode ser avaliada como verdadeira ou falsa.

Por exemplo, a sentença “Esta mesa é de madeira” é uma proposição. Não são proposições: orações não declarativas como interrogações (“2 é um número primo?”) e sentenças abertas como x-1=2.

As proposições obedecem aos dois seguintes princípios da lógica:

Princípio da não-contradição

Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. (Sentenças como “Esta proposição é falsa” são excluídas.)

Princípio do terceiro excluído

Uma proposição não pode ter outro valor lógico que não verdadeiro ou falso.

A partir desses conceitos podemos iniciar o estudo da Lógica Matemática. Nela as proposições podem ser simples ou compostas.

Proposições simples

Possuem somente uma oração.

Exemplos:

  • \(12\ne 3\) (lê-se “Doze é diferente de três”). Temos uma sentença verdadeira.
  • \(5 > 7\) (lê-se “Cinco é maior do que sete”). Temos uma sentença falsa.
  • \(18\epsilon N\) (lê-se “Dezoito pertence ao conjunto dos naturais”). Sentença verdadeira.

Proposições compostas

Possuem mais de uma sentença e por isso mesmo precisamos de conectivos (operadores lógicos) para aglutinar as proposições simples que a compõe.

Operador Não

O conectivo negação, ou simplesmente não, inverte o valor lógico da proposição, ou seja, se a proposição for verdadeira a sua negação é falsa e vice-versa. A notação para o conectivo é o símbolo ~. ~p lê-se ‘negação de pê’ ou ‘não pê’. A Tabela Verdade abaixo demonstra o efeito do conectivo NÃO sobre as proposições.

Tabela Verdade: Através da tabela verdade podemos avaliar como se comportam proposições compostas quando variamos os valores lógicos de cada sentença que a compõe.

 

Exemplos: ;p;"Esta cadeira é vermelha",~p;"esta cadeira não é vermelha" \(q:15>14;~p;15\leq 14\)
             

Operador E

A relação entre proposições diz que a proposição composta p ^ q (“pê e quê”) é verdadeira quando tanto quanto são verdadeiras individualmente. Podemos avaliar o comportamento desse conectivo através da tabela verdade a seguir:

 

Exemplos: (\(12 \epsilon R\)) ^ (12 é número primo). A primeira proposição é verdadeira, porém a segunda é falsa logo a composição com o conectivo E é falsa.

Operador OU

O conectivo OU na matemática é inclusivo, ou seja, basta que uma das proposições seja verdadeira para que a junção delas seja verdadeira.

 
 Exemplo: (\(12\epsilon R\)) V (12 é número primo). A primeira proposição é verdadeira e a segunda é falsa logo a composição com o conectivo OU é verdadeira.

Obs.: Na Língua Portuguesa utilizamos a palavra OU no sentido exclusivo, ou seja, na frase ‘Vou comprar um carro ou uma bicicleta’ o sentido usual é o de que apenas um dos objetos será comprado.

Operador OU exclusivo

Este conectivo faz com que a proposição composta seja verdadeira somente quando temos valores lógicos diferentes para p e q.

 
 Exemplo: (\(12\epsilon R) \veebar\) (12 é número primo)(lê-se “Ou doze pertence ao conjunto dos números reais ou 12 é número primo”). A primeira proposição é verdadeira e a segunda também, porém a composição com o conectivo OU exclusivo é falsa, pois não admite o caso em que ambas as proposições integrantes sejam verdadeiras.

Se Então

O condicional \(p\to q\) (lê-se “Se pê, então quê”) somente é falso quando p é verdadeiro e q é falso, o que seria uma quebra da condicional.

 
 Exemplo:\(18\geq 9\rightarrow 6\geq 3\)

Se e somente se

A bicondicional \(q\leftrightarrow q\) (lê-se “p se e somente se q”) é verdadeira quando p e q possuem o mesmo valor lógico.

 
 Exemplo: \(18\geq 9\leftrightarrow 6\geq 3\)

Implicação

Quando temos um condicional que é sempre verdadeira, dizemos que \(p\Rightarrow q\) (“p implica q”).

Exemplo:

 

Nota-se que a condicional \(p\to q\) nesse caso é sempre verdadeira, pois tanto p quanto q são verdadeiras, logo temos a implicação \(p\to q\).

Obs..: os teoremas na matemática são da forma \(hipótese\Rightarrow tese\), pois queremos que hipóteses verdadeiras levem a teoremas ou proposições verdadeiras.

Equivalência

Temos equivalência quando a bicondicional é sempre verdadeira, ou seja, p e q tem o mesmo valor lógico. Assim dizemos que \(p\Leftrightarrow q\) (“p equivale a q”).

Obs..: Quando temos as duas implicações \(p\Rightarrow q\) e \(q\Rightarrow\) temos uma equivalência. Nesse caso tanto o teorema quanto seu recíproco são válidos.

Sentenças abertas

São proposições que não podem ser avaliadas quanto ao seu valor lógico, pois dependem do valor de uma variável desconhecida.

Exemplo: \(p;x \leq 10\). Se x fosse um valor como x=2 poderíamos avaliar como verdadeira, porém ela pode ser falsa para x=18.

Os quantificadores lógicos podem ser utilizados para tornar sentenças abertas em proposições como veremos a seguir.

Quantificador de Generalização

O quantificador universal \(\forall\) (lê-se “para todo” ou “qualquer que seja”) modifica a sentença aberta de maneira que o valor lógico da proposição fica dependente da validade da generalização.

Exemplo: \(\forall x,x-1=2\) (“Para todo x, x menos um é igual a dois”). Essa proposição é falsa, pois se x for zero temos que x-1=2 é falsa, logo a generalização não vale.

Quantificador de Existência

O quantificador existencial \(\exists\) (lê-se “existe” ou “existe pelo menos um”) atua sobre a sentença aberta de forma que o valor lógico dependa da existência ou não de solução para ela.

Exemplo: \(\exists x\) tal que x-1=2 (“Existe x tal que x menos um é igual a dois”). Temos que essa sentença agora é uma proposição e pode ser avaliada como verdadeira já que x=3 satisfaz a equação.

Exercício de fixação
Passo 1 de 1
FATEC/2013

Na Lógica, tem-se que a proposição “Se ocorre P, então ocorre Q”, é equivalente à proposição “Se não ocorre Q, então não ocorre P”.

Assim sendo, “Se x < 3, enatão y = -4” é equivalente a:

A Se x>3, então y≠-4
B Se x≥3, então y≠4.
C Se y≠4, então x≥3.
D Se y≠-4, então x>3.
E Se y≠-4, então x≥3.
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