A Elipse é uma figura de linguagem que tem como recurso a omissão de um termo que o próprio contexto permite ao leitor ou ouvinte identificar com certa facilidade, não prejudicando sua compreensão. O uso da elipse tem como objetivo evitar repetições desnecessárias de palavras, dando maior fluidez ao texto, sendo contrária ao pleonasmo - figura de linguagem que consiste na repetição de um termo ou expressão.
Vale lembrar que a elipse se constrói a partir de uma variação da estrutura sintática das frases, diferenciando-se das figuras de linguagem que se caracterizam por terem sua força de expressividade no conteúdo semântico ou sonoro das palavras. Veja no exemplo abaixo como é marcada a diferença entre esses dois grupos de figuras de linguagem:
“Se chegar depois das três, a casa fechada. A mala na varanda. E o táxi na porta.”
(Dalton Trevisan)
Neste primeiro exemplo, podemos perceber que o emprego da elipse não transforma o sentido das palavras, ou seja, não modifica seu conteúdo semântico. Seu uso está diretamente ligado à estrutura da frase, isto é, a sintaxe. Dessa forma, no trecho acima o que se tem é a omissão do verbo “estará”, que aparece subentendido na oração, mas de uma maneira que não prejudica o seu sentido. Essa figura de linguagem é nomeada elipse.
“Por você, eu dançaria tango no teto, eu limparia os trilhos do metrô. Eu iria a pé do Rio a Salvador”
(Roberto Frejat)
Neste outro exemplo, não há uma modificação na estrutura sintática da frase, como no caso anterior no uso da elipse. Ao analisarmos o excerto da música acima, é possível observar que é no emprego de determinados termos que está sua força de expressividade, desta forma, ela se caracteriza por ser uma figura de linguagem centrada no conteúdo semântico das palavras. Ao usar expressões como “dançaria tango no teto”, “limparia trilhos do metrô” e “iria a pé do Rio a Salvador”, o que se tem é um exagero intencional com a finalidade de intensificar a expressividade da letra. E esse recurso estilístico, por sua vez, é chamado de hipérbole.
Ao analisarmos as diferenças entre esses dois grupos, fica mais fácil entender o papel de cada um como recurso de linguagem.
“[eu] Não sou alegre, nem [sou] triste…”
(Cecília Meirelles)
“No mar, [há] tanta tormenta”
(Camões)
“Entraram na casa, [com] as armas na mão”
(Jorge Amado)
“Seu pai cruzou o mar, [com] duas filhas na canoa
Coco pra beber e leite de leoa
Jackie é uma menina tão bonita que enjoa
Enjôo de vertigem, [como] viagem de avião”
(Skank)
“De jeito maneira
[Eu] Não quero dinheiro
[Eu] Quero amor sincero
Isto é [o] que eu espero”
(Tim Maia)
“Quando [eu] te vi passar, [eu] fiquei paralisado
[Eu] Tremi até o chão como um terremoto no Japão
Um vento, um tufão
Uma batedeira sem botão
Foi assim, viu
[Eu] Me vi na sua mão”
(Marcelo Jeneci)
“[eu] Não fui ontem nem hoje ao futebol”
“No fim do dia, nenhum familiar [estava] feliz com o desenvolvimento dos acontecimentos”
“A modelo saiu do camarim, [de] cara lavada, pronta para a sessão de maquiagem.”
Ele elevou à décima potência a disseminação do conhecimento. Ele nos permite viajar sem sair do lugar, mas, além disso, pode guardar informações por séculos. Romanos 2escreviam em tábuas, 1egípcios, em papiros, 3e os maias e astecas tinham uma espécie de livro feito com casca de árvore. Mas o papel, desenvolvido no século 2 pelos chineses, e a prensa de Gutenberg, do século 15, foram as criações mais importantes para o surgimento do livro da forma como o temos hoje. A primeira impressão ocorreu em 1442. Depois que o uso da prensa se consolidou, comerciantes lançaram uma variedade de títulos, muitos deles originários de manuscritos antigos. Mas o boom ocorreu mesmo no século 19. A Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas para o papel, tornando-o mais barato e acessível às editoras. Sem esses calhamaços de folhas, provavelmente boa parte da história da humanidade teria se perdido.
Fonte: SUPERINTERESSANTE. As 101 maiores invenções da humanidade. Ed. Especial. 2013, p. 60. (Adaptado).
Com relação ao emprego de recursos de coesão e de pontuação no texto, considere as afirmativas a seguir:
Está(ão) correta(s):