Roman Jackobson foi um pensador russo que se tornou, posteriormente, um dos maiores linguistas de sua época. Uma de suas mais conhecidas contribuições para a área da linguística é a teoria das funções da linguagem. Segundo essa teoria, a linguagem é composta por seis diferentes funções, que aparecem nos atos comunicacionais, podendo uma se interligar à outra para construir determinado sentido.
Ainda de acordo com a teoria, os atos de linguagem podem ser divididos em seis componentes: o emissor, o receptor, a mensagem, o contexto, o canal e o código. Cada um desses componentes se refere a uma determinada função da linguagem, de acordo com seus objetivos e características. Assim, ao focar em um desses componentes, um texto se aproxima mais da função da linguagem a qual esse componente se relaciona.
Embora, em um texto, de forma geral, mais de uma função da linguagem possa ser encontrada, é possível identificar, por meio de uma leitura atenta, qual das funções predomina em determinada produção, de acordo com o seu objetivo e com o modo como ela é construída.
A função conativa, de acordo com a divisão proposta pelo linguista, pode ser caracterizada pelo intuito de convencimento. Isso significa que seu objetivo principal é o influenciar o receptor a respeito de algo, seja um produto, uma opinião etc. Esse tipo de função está muito presente no dia a dia das pessoas e pode ser percebida de maneira frequente, por exemplo, na televisão, em outdoors, em anúncios em geral, ou seja, em qualquer suporte que tenha o objetivo de convencer o receptor sobre alguma questão, como na compra de um produto.
As características da função conativa
Como foi dito anteriormente, o principal objetivo da função conativa é convencer o receptor da mensagem a respeito de um assunto, de um produto, entre outras possibilidades. Assim, é necessário traçar estratégias para que o receptor se sinta convencido.
Para que esse convencimento ocorra de maneira efetiva, alguns recursos linguísticos aparecem frequentemente nos textos que apresentam essa função da linguagem, dentre eles o uso de vocativo, ou seja, o ato de chamar o receptor, e o uso do imperativo – o modo verbal utilizado para dar ordens, orientações, sugerindo uma ação do interlocutor. Além disso, a apelação, isto é, o tom que dá a ideia de uma sugestão para aqueles que recebem a mensagem, também se faz presente para a configuração dessa função da linguagem. Por essa razão tal função, por vezes, é conhecida, além de conativa, como apelativa. Para a construção da apelação, também ocorre o uso dos pronomes em segunda pessoa, referindo-se diretamente ao receptor da mensagem.