O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de uma ideia já expressa. Assim como a elipse, ele também é uma figura que se constrói a partir da estrutura sintática das frases. Essencialmente, podemos separá-lo em três tipos: o vicioso, o literário e o musical.
O pleonasmo vicioso ocorre quando há repetição desnecessária de uma ideia, tornando a expressão redundante. Muito comum na linguagem coloquial, este, por sua vez, é considerado um vício de linguagem e julgado como um desvio da norma padrão.
Já o pleonasmo literário é utilizado como recurso estilístico para intensificar um sentido, assim como o “epíteto de natureza”, que tem como objetivo reforçar uma característica natural do ser, como no exemplo “chuva molhada”. Este sim é considerado uma figura de linguagem, visto que sua função é importante para a construção de sentidos do texto, não sendo ele uma redundância dispensável ou classificado como um erro gramatical.
Podemos dizer que nestes casos os autores possuem o que chamamos de “licença poética”, fazendo uso da linguagem de uma maneira que, em outras circunstâncias poderia ser julgada como incorreta, mas dentro do campo da literatura é aceito.
O pleonasmo musical, muito utilizado na composição de rimas, também possui uma maior permissividade com a linguagem e construção da canção. Porém, em determinados usos ele acaba parecendo o pleonasmo vicioso, pois algumas redundâncias por vezes são vistas como desnecessárias, se aproximando mais de um desvio gramatical ou de uma canção mal construída, do que de um recurso empregado para enriquecer a letra.
"E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinícius de Morais)
“Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma.” (Machado de Assis)
“Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)
“Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)
"Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira)
“O cadáver de um defunto morto que já faleceu" (Roberto Gómez Bolaños)
“E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou” (Chico Buarque)
“É ruim, hein!
Que eu vou ficar em casa assistindo seriado
Me empanturrando de sorvete congelado” (Day e Lara)
“Vamos fugir
Pra outro lugar, baby!” (Skank)
“Deixa eu entrar dentro do seu coração” (Luan Santana)
“O que é imortal, não morre no final” (Sandy & Júnior)
Resolução: A figura de linguagem que é caracterizada pela repetição de um termo já expresso é o pleonasmo. Dessa maneira, a alternativa “c” é a correta.
ALTERNATIVA C.
Identifique a alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso: