O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de uma ideia já expressa. Assim como a elipse, ele também é uma figura que se constrói a partir da estrutura sintática das frases. Essencialmente, podemos separá-lo em três tipos: o vicioso, o literário e o musical.
O pleonasmo vicioso ocorre quando há repetição desnecessária de uma ideia, tornando a expressão redundante. Muito comum na linguagem coloquial, este, por sua vez, é considerado um vício de linguagem e julgado como um desvio da norma padrão.
Já o pleonasmo literário é utilizado como recurso estilístico para intensificar um sentido, assim como o “epíteto de natureza”, que tem como objetivo reforçar uma característica natural do ser, como no exemplo “chuva molhada”. Este sim é considerado uma figura de linguagem, visto que sua função é importante para a construção de sentidos do texto, não sendo ele uma redundância dispensável ou classificado como um erro gramatical.
Podemos dizer que nestes casos os autores possuem o que chamamos de “licença poética”, fazendo uso da linguagem de uma maneira que, em outras circunstâncias poderia ser julgada como incorreta, mas dentro do campo da literatura é aceito.
O pleonasmo musical, muito utilizado na composição de rimas, também possui uma maior permissividade com a linguagem e construção da canção. Porém, em determinados usos ele acaba parecendo o pleonasmo vicioso, pois algumas redundâncias por vezes são vistas como desnecessárias, se aproximando mais de um desvio gramatical ou de uma canção mal construída, do que de um recurso empregado para enriquecer a letra.
Para fixar:
- Sabemos agora que há três tipos de pleonasmo, sendo um deles considerado vício de linguagem, ligado ao contexto coloquial. Dessa maneira, em textos ou situações mais formais, esse tipo de erro não é bem visto, pois pode parecer um descuido ou uma falta de conhecimento gramatical e lexical.
- O pleonasmo referente ao contexto literário possui uma certa permissividade na escrita, sendo muito característico deste meio, no qual essa liberdade de escrita está relacionada à criatividade e ao estilo do autor, bem como a maneira que ele quer expressar os sentidos do texto.
- Frases como “pedra dura”, “céu azul”, “mar salgado”, são classificadas como epíteto de natureza, recurso que não é considerado um pleonasmo vicioso, visto que ele serve para dar ênfase em características naturais dos seres, objetos ou fenômenos das natureza.
- No musical, temos também uma permissividade para a construção de rimas, porém, em alguns casos, essas rimas acabam por parecerem o pleonasmo vicioso, visto que a redundância em certas letras são dispensáveis.