Na língua portuguesa, temos três tempos verbais: o presente, o pretérito e o futuro.
O presente designa as ações que acontecem no mesmo momento do enunciado. O futuro se refere a ações que ainda estão por acontecer. O pretérito, por sua vez, diz respeito às ações que já ocorreram e que, portanto, estão situadas em um momento anterior ao da construção do enunciado.
O pretérito, no entanto, apresenta subdivisões. Essas subdivisões são o pretérito perfeito, o pretérito imperfeito e o pretérito mais-que-perfeito. Cada um deles é utilizado em circunstâncias específicas, fornecendo pistas sobre o tempo em que a ação verbal expressa ocorreu ou, ainda, sobre o fato de uma ação ter sido finalizada ou interrompida no tempo passado.
Sabendo disso, é importante conhecer os usos de cada uma dessas formas a fim de melhor compreender os sentidos que elas podem estabelecer.
O pretérito perfeito é aquele que se refere a uma ação anterior ao momento da fala e que, no tempo passado a que pertence, foi finalizada.
É relevante destacar que, fazendo uma análise etimológica, pode-se perceber que o termo “perfeito” significa “completamente acabado”. Assim, a própria denominação indica que ações podem ser designadas pelas formas verbais no pretérito perfeito, como nos exemplos:
Perceba que a forma verbal fiz indica a realização completa de uma ação (no caso, a tarefa solicitada pelo professor).
Vejamos como fica a conjugação de alguns verbos no pretérito perfeito:
Perceba que a conjugação do verbo no pretérito perfeito pode ser realizada pela junção do radical do verbo (representado por am no caso do verbo amar) com as desinências que marcam tempo e pessoa (-ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram, respectivamente).
Note que o modo de construção é muito semelhante, mas que a vogal temática, isto é, a vogal que aparece logo após o radical, é alterada. Isso ocorre porque houve mudança no grupo de conjugação: enquanto o verbo amar é pertencente da 1ª conjugação verbal, o verbo vender é da 2ª.
Nesse caso, é interessante perceber que, embora seja um verbo irregular no presente do indicativo, o verbo sorrir apresenta a mesma estrutura de formação do pretérito perfeito que os verbos que são completamente regulares.
As formas que compõem o pretérito perfeito podem ser usadas como base para a formação de outros tempos verbais.
Para efetuar a conjugação de um verbo no pretérito mais-que perfeito, deve-se utilizar como base a terceira pessoa do plural do pretérito perfeito e retirar dela a terminação -m. Feito isso, acrescenta-se as desinências de tempo e pessoa.
Exemplo: amaram (terceira pessoa do plural, pretérito perfeito).
O processo é semelhante ao realizado para o pretérito mais-que-perfeito, mas retira-se a terminação -am. Assim, tem-se:
Nesse caso, retira-se a terminação -ram e acrescenta-se -sse. Tem-se, portanto:
“Querido Sr. Clemens,
Sei que o ofendi porque sua carta, não datada de outro dia, mas que parece ter sido escrita em 5 de julho, foi muito abrupta; eu a li e reli com os olhos turvos de lágrimas. Não usarei meu maravilhoso broche de peixe-anjo se o senhor não quiser; devolverei ao senhor, se assim me for pedido…” (OATES, J. C.Descanse em paz. São Paulo: Leya, 2008.)
Nesse fragmento de carta pessoal, quanto à sequenciação dos eventos, reconhece-se a norma-padrão pelo(a):