De acordo com a IUPAC, existem duas maneiras de nomear os éteres. A mais utilizada segue o esquema a seguir:
prefixo do menor grupo + oxi + nome do hidrocarboneto correspondente ao maior grupo
O próximo esquema se refere a forma menos difundida nos exames de vestibular:
éter + (radical) ico + e + (radical) ico
(em ordem alfabética)
As próximas duas formas de nomear éteres são usuais, porém não oficiais:
(radical menor) – (radical maior) + éter
ou
éter + (radical menor) – (radical maior) ico
Exemplos:
\(CH_3–CH_2–CH_3\)
Mais usada: MET + OXI + ETANO → metoxietano
Menos difundida: ÉTER + (METIL)ICO + E + (ETIL)ICO → éter metílico e etílico
Usual (não oficial): METIL – ETIL ÉTER → metil-etil éter
Usual (não oficial): ÉTER + METIL – (ETIL)ICO → éter metil-etílico
\(CH_3–CH_2–O–CH_2–CH_3\)
Mais usada: ET + OXI + ETANO → etóxietano
Menos difundida: ÉTER + (ETIL)ICO + E + (ETIL)ICO → éter dietílico
Usual (não oficial): ETIL – ETIL ÉTER → dietil éter
Usual (não oficial): ÉTER + ETIL – (ETIL)ICO → éter dietílico ou éter etílico
Observação: quando dois radicais forem iguais, não é obrigatório usar o prefixo di.
O mais importante nesses casos é saber identificar o grupo (metil, etil, etc.) de cada “lado” do átomo de oxigênio.
Quando os éteres se encontram no estado líquido, são incolores, apresentam cheiro agradável, são altamente voláteis e extremamente inflamáveis. Além disso, possuem baixa reatividade.
Os éteres possuem um momento de dipolo desprezível, e, por isso, podem funcionar como solventes apolares para substâncias orgânicas e são compostos bem mais voláteis do que os álcoois correspondentes, devido à ausência de ligações de hidrogênio.
As temperaturas de fusão e ebulição dos éteres são bem próximas às dos hidrocarbonetos de mesma massa molecular, no entanto, são bem menores que as dos álcoois isômeros, devido à ausência de ligações de hidrogênio.
Por outro lado, a solubilidade dos éteres menores em meio aquoso pode ser comparada à dos álcoois correspondentes ao invés dos hidrocarbonetos. Isso porque os éteres são capazes de formar ligações de hidrogênio com as moléculas de água, tornando-as solúveis neste meio.
O éter mais comum é o etoxietano, conhecido também como éter dietílico, éter etílico, éter sulfúrico ou simplesmente éter. É facilmente encontrado em farmácias e foi obtido, pela primeira vez no século XVI por Valerius Cordus. A produção do éter etílico se deu a partir da reação de desidratação do álcool etílico sob a ação do ácido sulfúrico.
O éter etílico trata-se de um líquido incolor extremamente inflamável e bastante volátil, apresentando uma temperatura de ebulição igual a 34,6 °C. Apresenta vapores mais densos do que o ar e que se acumulam na superfície do solo. Juntamente com o oxigênio, os vapores do éter etílico formam uma mistura explosiva.
O éter é uma substância muito usada como anestésico, relaxando os músculos e afetando um pouco a pressão arterial, a respiração e a pulsação. No entanto, apresenta algumas desvantagens como provocar irritação no trato respiratório e possibilidade de causar incêndios nas salas de cirurgia.
Assim como ocorre com a acetona, a comercialização do éter etílico em grandes quantidades é controlada pela Polícia Federal, uma vez que é um dos componentes utilizados na produção da cocaína.
Leia a seguinte estrofe do poeta paraibano Augusto dos Anjos:
“O oxigênio eficaz do ar atmosférico,
O calor e o carbono e o amplo éter são
Valem três vezes menos que este Américo
Augusto dos Anzóis Sousa Falcão…”
O nome de uma importante função química orgânica é citado na estrofe. Indique a alternativa que contém um composto pertencente a essa função: