A formação política deve fazer parte do processo de educação dos cidadãos para que sejam capazes de compreender, entender e questionar o processo político como um todo, desde as questões eleitorais até as ações dos representantes políticos eleitos, bem como suas atuações e posicionamentos diante dos temas de discussão e decisão que afetam a vida de todos os cidadãos.
A formação política constitui parte importante no processo de formação educacional dos indivíduos para que possam fazer suas escolhas e, inclusive, entender o processo político de forma mais ampla, atrelado também às ações de cada ser social e não somente ligado a eleição de candidatos.
A formação política ajuda a entender como uma série de acontecimentos e ações, muitas vezes subjetivas, impactam diretamente a vida de todos os habitantes de uma nação e colabora para afastar a ideia de que o entendimento e as discussões de acontecimentos políticos não são necessárias e importantes para todos os seres sociais.
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De forma geral, é possível definir a educação política como o processo no qual o indivíduo adquire conhecimento político geral e neutro, ou seja, não ligado a partidos ou associações políticas, para que assim seja capaz de ter bagagem intelectual e entendimento dos processos políticos de maneira suficiente para compreender os detalhes dos acontecimentos e discussões políticas que acontecem no Brasil e no mundo.
Embora muitas instituições, associações e juventudes partidárias ofereçam cursos de formação e educação política é importante tentar desvencilhar o processo de educação de partidos, ideias e ideologias políticas. É preciso que o interessado em entender mais sobre o processo o faça da maneira mais neutra possível, para que seja capaz de analisar os acontecimentos a partir do maior número de visões possíveis.
Apesar de ser necessário um trabalho que não tome partido de ideologias, a dificuldade de apresentação de eventos, debates e discussões sob pontos de vista neutros é bastante difícil, uma vez que enquanto seres sociais e também seres políticos, muitas vezes deixamos claro a ideologia e afinidade política que concordamos e seguimos. De forma geral, todo ser social e político tende a defender ideias e, mesmo que sutilmente, a apresentá-las em cursos de formação e educação política.
A educação política é fundamental desde a infância e deve ser encarada como mais uma necessidade educacional. É imprescindível a formação de cidadão e sujeitos políticos para que seja cada vez mais possível o entendimento, conscientização e capacidade de questionamento das ações e decisões tomadas tanto em escala local quanto nas escalas nacionais e mundiais.
Refletir e entender sobre política influencia diretamente nosso processo de construção social, de articulação e união. Pensar e entender política colabora também para que cada indivíduo possa compreender como as suas próprias ações têm impacto na sociedade, na vida coletiva. A política e o conhecimento atrelados são capazes de fornecer as ferramentas necessárias para a consolidação da cidadania e o empoderamento de indivíduos e grupos.
A educação política é também importante instrumento para desconstruir as visões negativas sobre todo o processo. Política não se resume a roubo ou corrupção. É o processo mais importante para a tomada de decisões coletivas sobre os diversos assuntos que afetam diretamente a sociedade.
A educação política é importante para o desenvolvimento do cidadão e a prática consciente e efetiva da cidadania. Educar politicamente compreende a formação de sujeitos conscientes de seu papel na comunidade, inclusive para exigir as mudanças necessárias.
Por ser um ambiente social, de práticas e trocas sociais, a escola é um lugar propício para que se inicie o entendimento de cidadania, a questão dos direitos e deveres, as obrigações, discordâncias e reclamações que cercam o fazer político e efetiva prática da cidadania.
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania