Comportamento antissocial em crianças: saiba como lidar
O comportamento antissocial na infância é um assunto que precisa de atenção especial por parte dos pais e educadores. Saiba como lidar.
O comportamento antissocial na infância é um assunto que precisa de atenção especial por parte dos pais e educadores. Geralmente, esse tipo de comportamento pode ser percebido nas crianças por meio de atitudes agressivas, desobediências, dificuldade em seguir regras sociais, falta de empatia, mentiras e manipulação. Em muitos casos, o comportamento antissocial pode afetar o desempenho escolar e o relacionamento social.
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Por este motivo, é essencial que os adultos observem atentamente suas crianças e saibam identificar o momento certo de agir. Além de afetar a rotina, o comportamento antissocial oferece um risco maior para os pequenos que podem desenvolver transtornos psiquiátricos na vida adulta.
Em linhas gerais, o primeiro passo para ajudar a criança com dificuldade de socializar é investir em um ambiente familiar saudável e bem estruturado. A educação socioemocional deve ser feita de forma integrada entre a escola, a família e os profissionais de saúde envolvidos no crescimento da criança. Todos devem ter o objetivo em comum de proporcionar bem-estar e acolhimento aos pequenos.
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Quais são as causas do comportamento antissocial nas crianças?
O comportamento antissocial em crianças pode ter inúmeras causas multifatoriais, desde a genética até um ambiente familiar tóxico. Indivíduos expostos a contextos de violência, traumas ou abusos geralmente têm mais chances de apresentar problemas relacionados ao comportamento antissocial.
No entanto, é importante ter em mente que nem toda criança agitada ou tímida deve ser necessariamente considerada antissocial. É necessário analisar o contexto e outros fatores para chegar a uma conclusão de maneira eficaz.
Além do ambiente familiar, outras causas comuns para o comportamento antissocial nas crianças são:
Influências Sociais: A pressão dos colegas e a exposição a ambientes violentos e abusivos podem encorajar comportamentos antissociais.
Genética e Biologia: Estudos sugerem que fatores genéticos e neurobiológicos podem predispor algumas crianças a comportamentos antissociais.
Problemas de Saúde Mental: Condições como Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Conduta podem estar associadas a comportamentos antissociais.
Como lidar com o comportamento antissocial em crianças?
A psicóloga Paula Kopruszinski orienta que é necessário ter um olhar crítico sobre esse tema. “O diagnóstico de criança antissocial requer uma avaliação criteriosa por parte de profissionais especializados. Essas crianças apresentam um padrão persistente de agressão, falta de empatia, recorrência de mentiras, desrespeito às regras e normas, entre outros comportamentos disruptivos”, escreveu em seu site.
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Na visão da especialista, saber identificar e agir o quanto antes é crucial para auxiliar a criança adequadamente. O apoio psicológico, da escola e da família também são importantes e contribuem para o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais dos pequenos.
O que é Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?
As terapias, têm se mostrado eficazes em ajudar crianças a desenvolver habilidades sociais e de resolução de problemas. Um exemplo positivo disso é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para crianças é uma forma de psicoterapia adaptada que tem o objetivo de ajudar os pequenos a identificar e modificar pensamentos negativos e comportamentos conflituosos. A TCC é baseada na ideia de que nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos estão interconectados, e ao mudar pensamentos e comportamentos disfuncionais, é possível melhorar a saúde emocional e mental.
Princípios da TCC para Crianças
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Identificação de Pensamentos e Emoções: As crianças aprendem a identificar e verbalizar seus pensamentos e emoções. Isso é frequentemente facilitado por meio de atividades lúdicas, como desenhos e jogos.
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Reestruturação Cognitiva: A técnica envolve ajudar as crianças a desafiar pensamentos negativos e substituir esses pensamentos por outros mais realistas e positivos.
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Modificação de Comportamentos: A TCC ensina estratégias para alterar comportamentos inadequados, utilizando técnicas de reforço positivo, como recompensas.
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Técnicas de Enfrentamento e Relaxamento: As crianças aprendem métodos de relaxamento, como respiração profunda, e estratégias para lidar com situações estressantes ou assustadoras.
Estrutura das Sessões
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Avaliação Inicial: O terapeuta realiza uma avaliação para entender os problemas específicos da criança e estabelecer objetivos terapêuticos.
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Sessões Curtas e Estruturadas: As sessões são adaptadas à faixa etária da criança e geralmente duram entre 30 e 45 minutos.
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Participação dos Pais: A participação dos pais é fundamental para reforçar o que foi aprendido na terapia e aplicar as técnicas em casa.
Além da TCC, existem ainda outras estratégias preventivas ou de tratamento para lidar com o comportamento antissocial em crianças.
Confira algumas:
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Intervenção precoce: Quanto mais cedo os comportamentos antissociais forem identificados e abordados, melhor. Intervenções precoces podem prevenir a escalada desses comportamentos.
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Ambiente Familiar Positivo: Criar um ambiente familiar estável e afetuoso é fundamental. Regras claras, disciplina consistente e demonstrações de afeto e apoio podem fazer uma grande diferença.
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Ensino de habilidades sociais: Ajude a criança a desenvolver habilidades sociais, como empatia, resolução de conflitos e comunicação eficaz. Role-playing e jogos educativos podem ser úteis.
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Reforço positivo: Reforce comportamentos positivos com elogios e recompensas. Mostre à criança que comportamentos adequados são reconhecidos e valorizados.
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Modelagem de comportamento: Seja um bom exemplo. As crianças aprendem observando os adultos ao seu redor. Demonstrar comportamento respeitoso e empático é crucial.
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Consistência e paciência: Mudar comportamentos antissociais leva tempo. Seja consistente em suas abordagens e paciente com o progresso da criança.
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Colaboração com a escola: Trabalhe em parceria com professores e conselheiros escolares para garantir que a criança receba apoio consistente em todos os ambientes.
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Procura de ajuda profissional: Se os comportamentos antissociais persistirem ou forem graves, pode ser necessário procurar ajuda de um psicólogo infantil ou terapeuta especializado.
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Prática de esporte: a atividade física contribui para a diminuição no comportamento antissocial e ainda favorece o desenvolvimento saudável. No esporte, as crianças geralmente aprendem a lidar com questões relacionadas à liderança, vivência em grupo, individualidade, frustrações, perdas e vitórias.
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Redução do tempo de exposição às telas: O uso excessivo de celulares, tablets e do próprio computador pode afetar no desenvolvimento das crianças e gerar ansiedade. Pais e cuidadores devem prestar atenção para que esse tipo de tecnologia não contribua para um comportamento antissocial nos pequenos.
Como vimos, lidar com o comportamento antissocial em crianças pode ser um desafio significativo para pais e educadores, mas é possível superá-lo com as estratégias corretas e intervenção precoce. Um ambiente positivo, que tenha o apoio dos adultos, certamente vai ajudar a criança a desenvolver atitudes mais saudáveis, além de uma vida social e emocional mais fortalecida.
Implementar as abordagens sugeridas neste artigo pode fazer diferença na vida do seu filho (a), promovendo um futuro mais promissor e harmonioso para todos os envolvidos.
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